Neste domingo, 21, o Atlético-MG recebeu o Vasco da Gama, na Arena MRV, e venceu por 2 a 0. Hulk marcou duas vezes, aos 27 e 39 minutos do primeiro tempo. Com a vitória, o Atlético-MG somou 25 pontos e tirou a nona colocação do Vasco, que agora é décimo.
Reforçado com o fim da Copa América e a abertura da janela de transferências do meio do ano, o Atlético-MG esteve forte para o jogo deste domingo. Matheus Mendes ainda substitui o goleiro Everson, que se recupera de lesão. Mas a volta de Battaglia, suspenso pelo número de cartões, à defesa, ao lado de Junior Alonso e Bruno Fuchs, desenhou um forte esquema defensivo para liberar os quatro atacantes do Atlético. Scarpa, Paulinho, Bernard e Hulk encontraram grandes soluções ofensivas no primeiro tempo. E embora o número de atacantes pudesse refletir uma deficiência defensiva, foi o oposto. O Atlético-MG sufocou o Vasco com marcação intensa no meio-campo e marcação alta no campo adversário. O trio de meio-campistas Otávio, Fausto Vera e Alan Franco não permitiu que o time carioca finalizasse nenhuma vez no primeiro tempo.
A frustração vascaína foi retumbante. Impulsionado pelo histórico recente, com quatro vitórias consecutivas, e pela mudança de postura do time desde a chegada de Rafael Paiva, o Vasco vislumbrava pelo menos um desempenho positivo. Após os últimos sete jogos, vários tabus foram quebrados. vitória por 4 a 1 sobre o São Paulo, que fez o time voltar a vencer um clube do G12 após 13 anos; Vitória contra o Internacional, no Beira-Rio, que não acontecia desde 2019; Vitória contra o Corinthians, algo que não acontecia há 14 anos; e conquistar a quinta vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro, o que não ocorria desde 1997.
Mas não foi só a sequência positiva que abalou o Vasco. Depois de uma longa novela, de mais de cinquenta dias, aconteceria em Belo Horizonte o tão esperado retorno e estreia do astro mundial, Philippe Coutinho. Além dele, outros dois reforços apareceram no banco vascaíno: o já conhecido da torcida, Alex Teixeira, e o atacante colombiano Emerson Rodriguez.
A partida foi de extrema importância pela posição das duas equipes na tabela da competição. E, por isso, almeja a vitória com o intuito de se desvencilhar do pelotão abaixo da tabela e se aproximar cada vez mais do pelotão que briga por uma vaga na Libertadores e pelo título nacional.
O jogo
O jogo começou com maior posse de bola do Vasco, que girou a bola e tentou escapar da forte pressão do Atlético. Apesar da posse de bola, o time carioca não conseguiu avançar ofensivamente e o jogo ficou truncado.
Prova do comprometimento tático do Atlético foi a constante mudança de posicionamento do perigoso atacante argentino Pablo Vegetti, que foi obrigado a cair pelas laterais do campo, por não produzir entre o trio de zagueiros do Galo.
Controvérsia
O árbitro da partida, Rafael Klaus, adotou postura de deixar o jogo continuar. Ele permitiu o jogo físico e raramente marcou faltas que normalmente eram marcadas em outras partidas da competição. Aos quatro minutos do primeiro tempo, Vegetti avançou pelo lado esquerdo do ataque, cruzou para Praxedes que competiu com Otávio, o meio-campista do Atlético deixou a cotovelada na cara do meia vascaíno. Mas não foi marcado nem pelo árbitro nem pelo VAR.
A partir daí, o Atlético-MG dominou o primeiro tempo. Ele circulou bem a bola de um lado a outro do campo, com superioridade numérica e os quatro homens da frente. O Vasco manteve as linhas baixas na tentativa de lançar o contra-ataque. E se a tática de Rafael Paiva era que, com isso, os espaços deixados para o Atlético diminuíssem, a realidade é que aconteceu o contrário.
O Atlético foi dinâmico e envolveu a defesa vascaína. Às vezes pela esquerda com Paulinho, às vezes pela direita com Gustavo Scarpa. A superioridade atlética foi tanta que em determinado momento do primeiro tempo, o lateral-direito, ex-galo, Paulo Henrique, dobrou a marcação no lado oposto do campo, onde caíram Scarpa, Bernard e Hulk.
Rafael Klaus continuou deixando a partida seguir com jogadas pesadas dos dois lados do campo, sem intervir. Até que Hugo Moura deixou a sola da bota em Paulinho. Lá ele sinalizou a falta e deu cartão amarelo ao meio-campista vascaíno. Quando Scarpa pegou a bola, a bola foi afastada e foi para escanteio.
O mesmo Scarpa carregou com classe no primeiro tempo, onde Bernard foi mais rápido que Paulo Henrique e encheu a rede adversária. Porém, o juiz de linha viu a bola traçar um arco pelo campo durante a cobrança de escanteio e frustrou o gol. Gol anulado.
Mais uma vez pela esquerda, Paulinho recebeu, cortou para dentro de campo, na entrada da área, viu Gustavo Scarpa abrir pela direita, livre da marcação de Lucas Piton, que foi até a linha de fundo e cruzou só o suficiente para Hulk marcar. abre o placar, de cabeça. 1 a 0 e o quinquagésimo gol do paraibano com a camisa do Atlético no Brasileirão. E também o gol 50 do Atlético na Arena MRV.
Aos 29, o Vasco tentou responder com uma fuga de Vegetti, mais uma vez, fora de posição, que tentou cruzamento ruim para David que se aproximava na área.
A pobreza criativa do meio-campo vascaíno, aliada à forte marcação do Atlético, deixaram o Vasco na corda bamba. Por duas vezes, Gustavo Scarpa bagunçou a defesa cruzmaltina. A primeira, em chute forte de fora da área, defendido por Leo Jardim e, a segunda, em cruzamento desviado pela defesa.
O desconforto do Vasco era nítido. Praxedes e Adson não conseguiram manter a posse de bola e foram engolidos pela boa atuação de Alan Franco e Fausto Vera. E diante do desespero, Paulo Henrique cobrou lançamento lateral para Praxedes, que recuou incorretamente para a defesa vendida. Hulk, em velocidade, avançou e quando demorou para finalizar dentro da área e ficar cara a cara com Leo Jardim, ainda teve sorte. Leo Pelé tentou tirar a bola e ela voltou para o atacante do Atlético, que passou como queria, com força, por cima do goleiro adversário e marcou o segundo gol do Galo.
Mesmo com o placar em 2 a 0, o Atlético não perdeu o ímpeto ofensivo e engoliu o Vasco. Em mais uma fuga de Gustavo Scarpa pela direita, ele vai para a linha de base, cruza rasteiro para a área. Bernard disputa com os zagueiros e quando a bola passa pela linha do gol, Paulo Henrique afasta o perigo.
Na sequência, Praxedes faz jogada errada e perde a posse de bola para Paulinho, que bate forte de fora da área, no canto esquerdo do goleiro, mas sai. Domínio total do Atlético.
Segundo tempo
Com a volta para o segundo tempo, Rafael Paiva mudou o time. Promoveu a estreia do atacante colombiano Emerson Rodriguez, no lugar de Praxedes. Por outro lado, Gabriel Milito, satisfeito com o excelente desempenho da equipe, não mudou.
A mudança que ele fez para o segundo tempo foi baixar as linhas de marcação e oferecer campo ao Vasco, que agora tinha Emerson caindo pela esquerda e David caindo por dentro, com liberdade para flutuar, às vezes como meio-campista e como segundo atacante, em outros.
O clube carioca melhorou, mas não machucou o adversário. A bola circulou sem objetividade, enquanto o Atlético esperava a oportunidade para lançar um contra-ataque e matar a partida.
O tom do jogo continuou assim, até que Philippe Coutinho saiu do banco. Rafael Paiva, precisando de criatividade para o setor ofensivo, aproveitou a criação vascaína e afastou o ineficaz Adson. E, embora Coutinho tenha trazido um pouco mais de qualidade ao Vasco, ficou clara a falta de forma do meio-campista, que tentou um belo passe profundo para Emerson Rodriguez que foi desperdiçado.
Enquanto isso, o Atlético manteve a postura. Ele defendeu bem, mordeu todas as bolas e tentou contra-atacar. Mas sem nenhum perigo real.
O Vasco também adicionou Alex Teixeira como último jogador, que pouco fez. Gabriel Milito, experiente, dispensou Scarpa, Paulinho e Bernard, reforçou o meio-campo e a defesa, com a estreia do Lyanco, para garantir a segunda vitória consecutiva do Atlético em casa.
O jogo marcou uma das melhores atuações do Atlético-MG nesta edição do Campeonato Brasileiro. Ele destacou que o time sem desfalques é muito forte, o que anima a torcida, pensando na sequência do ano com Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil a serem disputados. Já o Vasco liga o sinal de alerta, pelo péssimo desempenho no primeiro tempo. Mas também dá um impulso, com a chegada de reforços e, principalmente, de Philippe Coutinho. A equipe se comportou bem, mesmo sob forte pressão. Ele viu a derrota acontecer por erros individuais e não necessariamente pelo volume ofensivo do adversário.
Agora, o Atlético-MG enfrenta o Corinthians na Arena MRV, no dia 28, enquanto o Vasco viaja até Chapecó para o jogo contra o Grêmio, pela primeira rodada do returno do Campeonato Brasileiro