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Aos 26 anos, Kaique Alves alcançou sucesso no mundo audiovisual, foi indicado, na semana passada, ao Emmy e ao Grammy, principais prêmios, respectivamente, da TV e da música. O brasileiro nascido em Cangaíba, zona Leste de São Paulo, concorre ao Emmy com o filme “Escola de Quebrada”, da Paramount+ e ao Grammy com o clipe “Jovem MK – Meu Karma – Melhor Grupo de Videoclip”.
Kaique Alves é diretor e porta-voz da Kondzilla, produtora, gravadora musical e maior canal do YouTube da América Latina com 68 milhões de assinantes, fundada pela Forbes Under 30 Konrad Dantas. “É uma grande vitória para o Brasil disputar o topo das principais competições do mundo. Ser o único brasileiro indicado na categoria Melhor Vídeo Musical do Grammy Latino e para o grupo Kids: Live Action é um grande passo, ainda mais considerando que representamos a periferia e trazemos histórias, cultura e realidade para o mundo de uma parte do Brasil que muitas vezes é negligenciada.” Kaique diz.
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Segundo ele, essa organização não só fortalece a presença periférica no cenário internacional, mas também mostra que o Brasil tem muito a oferecer, inclusive no campo da produção audiovisual. “É uma vitória que vai além dos prêmios, pois reforça o poder da nossa linguagem única de identidade Kondzilla e a capacidade de transformar desafios em arte que se conecta com o mundo.”
O diretor, que é o integrante mais jovem do mundo do Emmy Internacional, também tem histórico de premiações publicitárias. Vencedor de 3 Leões no Festival Cannes Lions, indicado ao El Ojo e vencedor de 5 estrelas no Creation Club.
“Cresci assistindo filmes escolares e nenhum deles mostra particularmente a escola quebrada e a realidade da escola pública da zona leste de São Paulo, onde estudei. Sempre foram filmes das escolas americanas e da classe alta da sociedade, então a missão era trazer uma versão diferente do filme escolar, trazer o significado dos bandos e das escolas públicas a partir das roupas, dos grupos, das gírias e da própria cultura. desses alunos à margem”, enfatiza.
O desafio audiovisual brasileiro
Para Kaique, os maiores desafios de ambos os mercados parecem ser tempo versus investimento. “O mercado de cinema e streaming leva tempo para tomar decisões, projetos como esse demoram pelo menos quatro anos para sair do papel. Enquanto estamos na música, mesmo que seja um mercado forte onde temos produtos novos o tempo todo, hoje o o investimento em bombar uma música é muito maior do que era, a concorrência é maior, as plataformas estão aumentando para reduzir o acesso orgânico para os criadores gastarem dinheiro em mídia, esses são os maiores desafios do momento.
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