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Eduardo Mira afirma: “A cooperação entre as políticas monetária e fiscal será importante para manter a tendência da inflação e garantir a qualidade do crescimento”.
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A situação económica do Brasil tem sido igualmente surpreendente, com uma série de indicadores apontando para uma recuperação mais forte do que se pensava anteriormente.
Acho importante começar por lhe dar algumas informações sobre isso, porque como investidor, você certamente acompanha o movimento das notícias sobre os riscos do aumento da taxa de juros, do aumento sucessivo do mercado financeiro, das expectativas de origem do interesse. queda das taxas nos Estados Unidos e, diante de tudo isso, surgem naturalmente dúvidas sobre o rumo dos seus investimentos.
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Em 2023 havia uma expectativa de crescimento de 1,5% e o que foi alcançado acabou sendo 2,99%, e com um volume recorde de negócios, fechou em R98,8 bilhões de dólares, o que foi muito importante para a nossa economia.
Entrando em 2024, os números continuam surpreendentemente surpreendentes: o mercado tinha expectativa de crescimento de 0,2% para o primeiro trimestre e tivemos um efeito de 0,8%, e para o segundo trimestre, ao que tudo indica, o resultado será divulgado no futuro. As datas devem ser as mesmas do primeiro trimestre.
Temos também dados de emprego, também muito bons: segundo o IBGE, a taxa de desemprego está em 6,9%, a menor taxa desde 2014, e o crescimento real da renda do trabalho pode chegar a 8%, o que contribui para um nível de atividade econômica muito forte . .
É claro que uma economia aquecida deve significar alguma dificuldade para o Banco Central baixar os juros no segundo semestre, mas mesmo assim temos a taxa de longo prazo voltando ao patamar de abril de 2024, e isso é um sinal importante. da confiança dos investidores.
Outro ponto positivo foi a redução dos riscos financeiros, com queda de 50% no mapa de riscos do Judiciário. Este risco refere-se à possibilidade de decisões judiciais desfavoráveis afectarem as finanças públicas, que afectam a estabilidade das finanças nacionais, pois obrigam o governo a encontrar fontes de recursos para cobrir custas judiciais, o que pode resultar num aumento da dívida pública, num aumento impostos ou outros cortes. áreas orçamentárias.
A redução deste risco também fornece um sinal ao mercado para prever e ter confiança no desempenho da política económica, o que é um factor importante para atrair investimento e manter o crescimento no médio e longo prazo.
Equilibrando crescimento e inflação
A forte actividade económica também traz desafios, especialmente em termos de inflação. Neste sentido, a coordenação entre as políticas monetária e fiscal será importante para manter a tendência da inflação e garantir a qualidade do crescimento, existindo pelo menos 5 grandes desafios relacionados com isto:
- Controlar a inflação, como resultado de uma forte actividade económica, que pode criar pressões inflacionistas.
- Coordenar adequadamente as políticas fiscais e monetárias para manter os preços baixos.
- Evite compensações excessivas que podem destruir o processo de capacitação e pôr em risco o crescimento da cadeia de abastecimento.
- Planear adequadamente as reformas fiscais e os cortes na despesa pública para que não afectem a procura negativa.
- Garantir a qualidade do crescimento económico, mantendo-o estável e inclusivo, sem gerar desequilíbrios inflacionistas.
Estes são desafios relevantes, tendo em conta que dependem muito da capacidade de coordenação do grupo económico do governo, especialmente com o poder legislativo e os tribunais, que trabalham de forma transparente com este poder para continuar a reduzir os riscos financeiros.
Desafios para o crescimento sustentável
O controlo da despesa primária e da despesa fiscal é um factor-chave para permitir ao banco central gastar menos em juros, a fim de conter a inflação, e esta não é uma equação simples, pois não é tecnicamente solucionável, mas sim, numa declaração política,. portanto. O Título deve estar sempre no radar do investidor.
Esta semana o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse algo que parece óbvio, mas é estrutural: o crescimento também precisa de atenção. À medida que nos aproximamos do pleno emprego e da plena utilização da capacidade instalada, a equipa económica deve monitorizar vários factores de muito perto para que este crescimento seja sustentável.
Devemos esperar que o governo tenha a capacidade de falar politicamente e que os poderes legais e judiciais estejam dispostos a trabalhar com o governo no equilíbrio das contas públicas e na boa governação. Não é fácil, mas é importante.
Implicações da situação atual no investimento
O aquecimento da economia tem um efeito positivo nos investimentos, especialmente em activos de rendimento fixo, como acções e fundos imobiliários, que normalmente beneficiam de condições económicas fortes.
Contudo, os desafios relacionados com a inflação e a falta de coordenação entre as políticas monetárias e fiscais representam um factor importante. O risco de pressão monetária excessiva, que pode destruir a forma de expansão da capacidade produtiva, é um factor que deve ser tido em conta pelos investidores.
Além disso, as reformas fiscais necessárias, através de testes de despesa obrigatórios e programas sociais, podem criar incerteza no curto prazo, especialmente para investimentos de rendimento fixo, que dependem do método da margem de lucro.
Nesse sentido, acho importante que você considere fazer uma abordagem criteriosa, diversificando seu portfólio e avaliando cuidadosamente os riscos e oportunidades de cada classe de ativos.
Investir em renda variável, principalmente em setores que se beneficiam do crescimento econômico, pode representar boas oportunidades, desde que esses investimentos sejam feitos com base em uma análise bem fundamentada e em uma perspectiva de médio e longo prazo.
Mas lembre-se que esta é uma possibilidade e não uma conclusão precipitada, pois o número de variáveis que precisam de ser equilibradas é maior do que podemos gerir.
Uma estratégia inteligente que pode ser interessante neste momento, principalmente se você está construindo uma carreira, é manter parte dos seus recursos em títulos públicos e outros ativos fixos de curto prazo, para que gradativamente aproveite o desenvolvimento financeiro. condições económicas.
Em suma, a situação actual apresenta uma combinação de oportunidades e desafios para os investidores individuais. Mas, pense comigo: já foi diferente disso?
A verdade é que os problemas macroeconómicos estarão sempre presentes e a chave para investir de forma sustentável e com bons resultados é utilizar uma abordagem equilibrada e diversificada e prestar atenção aos sinais do governo e do Banco Central para a formulação de políticas económicas.
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Desta forma, você poderá navegar no atual ambiente de recuperação com mais segurança, deseja aproveitar o bom momento para construir carteiras estáveis e que correspondam aos seus planos de investimento.
Eduardo Mira é investidor profissional, auditor CNPI, pós-graduado em administração de empresas, coordenador do MBA em Planejamento Financeiro e Gestão de Investimentos da Anhanguera Educacional, membro do Clube FII e sócio fundador da empresa MR4 Participações.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem necessariamente a opinião da Forbes Brasil e de seus editores.
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