O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu mais uma vez a tributação dos super-ricos nesta quarta-feira (24). Em seu discurso na reunião ministerial do G20 que formalizou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na sede da Ação da Cidadania, no Rio de Janeiro, Lula criticou a desigualdade social e a concentração de riquezas.
“Sem uma governação mais eficaz e justa, na qual o Sul Global esteja adequadamente representado, problemas como a fome e a pobreza irão repetir-se. Esta é outra prioridade da nossa presidência do G20. Abordar a desigualdade também fará parte deste esforço. A riqueza dos bilionários passou de 4% do PIB global para quase 14% nas últimas três décadas”, disse o presidente.
Lula aproveitou para mandar uma dica ao empresário bilionário Elon Musk, com quem já trocou farpas anteriormente.
“Alguns indivíduos controlam mais recursos do que países inteiros. Outros têm seus próprios programas espaciais. o tema da tributação dos super-ricos.
“Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora. Para corrigir esta anomalia, o Brasil tem insistido no tema da cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global, fortalecendo as iniciativas existentes e incluindo bilionários”, acrescentou.
Lei do G20
O encontro estabeleceu a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa do Brasil na Cúpula do G20 em Nova Delhi, na Índia. Segundo Lula, a aliança será o “tema principal” da conferência do Rio, marcada para novembro deste ano.
Em seu discurso, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, apresentou os objetivos da Aliança até 2030 – entre eles estão as metas de erradicar a pobreza extrema na América Latina até 2030.
“Não é uma expressão abstrata. Para conseguir isso, investiremos anualmente 1,6% do PIB da região”, disse Goldfajn, que também garantiu que mais de 50% dos projetos do banco beneficiam diretamente os pobres, especialmente mulheres, afrodescendentes e povos indígenas, mais afetados pela crise. pobreza.
A cerimónia desta quarta-feira abre portas para que outros países participem na aliança, para mobilizar recursos intelectuais e financeiros de diferentes países e entidades e, assim, estabelecer medidas de combate à pobreza.
O lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome será durante a Cúpula dos Líderes do G20. Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a Aliança pretende arrecadar 20 milhões de dólares até 2030. A previsão é que o Brasil contribua entre 9 e 10 milhões de dólares.
“O Brasil vai colaborar com o conhecimento, temos a Embrapa, a Fiocruz. Ao próprio Ministério do Desenvolvimento Social, todas as experiências do Brasil também serão disponibilizadas. E o Brasil quer, naquilo que já colabora com o Programa Alimentar Mundial, juntamente com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), juntamente com bancos internacionais, como o Banco dos Brics, o Banco Mundial e outros, ter um unificação de todos os fundos e aí separadamente o valor destacado para o combate à fome e à pobreza”, explicou o ministro.
Segundo Dias, a Aliança Global contra a Fome incluirá programas como Transferência de Renda, Alimentação Escolar, integrados à Agricultura Familiar, além do Cadastro Único.
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