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2024 ainda é marcado por eleições em todo o mundo. Além dos nossos municípios, que estamos a meio, no primeiro semestre vimos mexicanos, venezuelanos e indianos (para citar apenas três exemplos) irem às urnas e os europeus escolherem os seus representantes no Parlamento. Os EUA, por outro lado, votam no seu próximo presidente daqui a pouco mais de um mês.
Se há uma coisa que parece ser comum a todos os países que atravessam o processo eleitoral (independentemente do estado em que se encontrem) são os eleitores preocupados. Que já teve a sua época: a ansiedade eleitoral.
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Dados de maio de 2024 da Associação Psiquiátrica Americana revelam que 7 em cada 10 americanos dizem estar muito preocupados com as suas escolhas. Outro estudo, este de 2022, mostrou que na corrida para as eleições de 2020 nos EUA, os sintomas de ansiedade autorrelatados pioraram à medida que o dia da votação se aproximava.
A ansiedade eleitoral apresenta os mesmos sintomas de outros tipos de ansiedade, mas, diferentemente de outras, os gatilhos podem ser o medo do resultado do debate e o estresse emocional causado por campanhas violentas – algo que temos visto mais nos últimos anos.
Como lidar com isso para não nos adoecer?
1. Esteja atento à quantidade e qualidade das informações que você utiliza
Ao contrário do que acontecia há seis/sete anos, as campanhas tomaram conta da internet. Além disso, nossa forma de consumir informações mudou.
Com o advento dos smartphones e das redes sociais, eles estão ao nosso alcance 24 horas por dia. Não só mais pessoas começaram a aceder à informação online, como também estão agora expostas à desinformação, às notícias falsas e, mais recentemente, às mentiras descaradas.
Com mais dificuldade em separar o joio do trigo (a verdade e o que é falso), a ansiedade explode.
Portanto, tente limitar o uso da informação. A menos que algo incrível aconteça, as coisas não mudam muito da noite para o dia.
2. Concentre-se no que você pode fazer
Você precisa se preocupar com as eleições de outra cidade do Brasil ou do mundo? Sim, envolva-se na política, pois isso é um exercício de cidadania, mas procure atuar naquilo que você pode: na sua cidade, no seu estado ou no seu país.
3. Evite conflitos
Sempre haverá alguém que pensa e vota diferente de você. É assim com tudo na vida. Você pode até querer discutir com alguém que sabe que tem afiliações políticas diferentes, mas tente fazê-lo com respeito.
É bom lembrar que podemos aprender muitas coisas com essa pessoa, mesmo que não concordemos com ela. Este é o tesouro da vida. Mais do que conseguir convencer alguém, esteja aberto a ouvir.
4. Pratique o autocuidado
Se você sentir que sua ansiedade está ficando fora de controle, procure a ajuda de um profissional de saúde. Além disso, existem muitas outras ferramentas que nos ajudam a reduzi-lo. Uma das coisas mais importantes é o exercício.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem necessariamente a opinião da Forbes Brasil e de seus editores.
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