Acesso
À medida que os dados se tornam mais necessários para as empresas, a sustentabilidade digital é integrada como uma métrica estratégica para construir uma infraestrutura empresarial sólida.
O conceito de resiliência digital está diretamente relacionado à capacidade das empresas de manterem suas operações ininterruptas, de protegerem seus ativos digitais contra falhas, ataques cibernéticos e desastres da natureza. Além disso, é importante garantir a continuidade dos negócios, cadeias de abastecimento sustentáveis, conformidade e saúde financeira.
A importância da sustentabilidade digital na liderança empresarial
À medida que a transformação digital continua, as empresas acrescentam mais informações aos seus sistemas de dados. Quer se trate de aquisição, armazenamento, transmissão ou processamento de dados, é importante ter equipamentos de TI altamente confiáveis.
A integridade, privacidade e disponibilidade desta infra-estrutura são essenciais para o bom funcionamento dos processos económicos e sociais. No ambiente digital de hoje, qualquer perturbação ou violação de dados pode ter um impacto significativo, tanto nos negócios como na economia.
Segundo o Fórum Económico Mundial, a economia global é cada vez mais digital. Como resultado, a estabilidade digital assume uma importância ainda maior. Mais de 80% das empresas enfrentam um risco médio ou alto de violação de dados, destacando a necessidade urgente de reforçar a sua infraestrutura digital.
Riscos de desastres naturais e erros humanos
Os dados se tornaram o ativo mais importante para as organizações. No entanto, muitas empresas ainda carecem de medidas de segurança adequadas, deixando os seus dados vulneráveis a falhas de sistemas, desastres naturais e erros humanos. Esses fatores podem causar o colapso das operações de TI, resultando em perdas significativas e, em alguns casos, irreversíveis.
Um exemplo notável ocorreu em março de 2021, quando um incêndio destruiu quatro centros de dados na OVH, o maior fornecedor europeu de infraestruturas em nuvem. O incidente causou a queda de centenas de sites de clientes e a perda irrecuperável de dados. Da mesma forma, a Bolsa de Valores de Tóquio, a terceira maior do mundo, foi forçada a suspender as operações por um dia em Outubro de 2021 devido à falha do seu sistema de armazenamento.
Tais incidentes mostram a importância de ter sistemas de recuperação de desastres bem organizados. As empresas que não possuem essas medidas de segurança têm perdas financeiras e operacionais significativas. As estatísticas mostram que 60% das empresas que sofrem interrupções devido a redundância ou backups irão à falência dentro de três anos. Além disso, a perda de rendimento nos primeiros dois dias de interrupção pode chegar a 50%.
A evolução da tecnologia de proteção de dados
Com o avanço das tecnologias emergentes, como o 5G, a Internet das Coisas (IoT) e os dispositivos móveis, surgem novos desafios no que diz respeito à segurança de dados. Setores como as transações financeiras, a produção inteligente, a administração pública eletrónica e o turismo digital exigem padrões de segurança avançados. Para resolver estes problemas, é necessário adotar uma abordagem abrangente à segurança dos dados que abranja todo o ciclo de vida, desde a captura até ao armazenamento e processamento.
Nesta situação, devem ser implementados diferentes níveis de segurança dependendo da importância dos ativos da empresa. Por exemplo, os bancos com menos de 14 mil milhões de dólares em ativos podem receber soluções de recuperação de desastres numa cidade, enquanto aqueles com ativos acima deste valor devem procurar soluções que tenham capacidades, como a redundância geográfica em várias cidades.
Outro aspecto importante é a proteção de dados estruturados e não estruturados. O big data, que desempenha um papel importante na tomada de decisões de negócios, também requer medidas de segurança adequadas, especialmente quando se trata de grandes quantidades de informações não estruturadas. Além disso, o nível de protecção exigido está a aumentar exponencialmente. Por exemplo, uma unidade L4 independente pode produzir 60 terabytes de dados por dia, 50 vezes mais que uma unidade L2.
O caminho para ‘Três zeros, dois para sempre’
Para garantir a segurança e confiabilidade dos dados, as empresas devem estar comprometidas com a meta de “Zero três, dois para sempre”. Este objetivo leva a:
1. Perda zero de dados: Os dados do cliente não devem ser danificados ou perdidos, mesmo em caso de problemas de software ou hardware.
2. Vazamento zero de dados: Os dados devem ser protegidos contra acesso não autorizado durante todo o seu ciclo de vida, seja durante o armazenamento, transmissão ou processamento.
3. Zero perda de dados: Os dados não devem sofrer alterações não autorizadas e, em caso de crime, os dados devem ser recuperados.
4. Serviços regulares: Deve ser garantida a continuidade dos serviços, com rápida recuperação após qualquer interrupção.
5. Acesso consistente: Todos os processos relacionados ao armazenamento e processamento de dados devem cumprir regulamentos como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).
Estes princípios são essenciais para garantir que as empresas mantêm a sua estabilidade digital num ambiente de ameaças crescentes.
Melhorando a segurança dos dados para a continuidade dos negócios
As empresas que não implementam estratégias de proteção de dados contra desastres naturais ou ataques cibernéticos correm grande risco. Construir um plano abrangente de segurança de dados é essencial para garantir a integridade dos ativos digitais e a eficiência operacional. Para isso, recomenda-se que as empresas adotem soluções que funcionem ativamente, em vez de sistemas que não funcionam, para garantir a recuperação dos dados de forma rápida e correta em caso de erros.
Além disso, é importante que as empresas realizem testes regulares de recuperação de desastres e garantam a integridade dos seus sistemas. Este exercício é importante para identificar vulnerabilidades e garantir que o sistema de recuperação esteja preparado para potenciais problemas.
Flexibilidade para novas plataformas e aplicações emergentes
À medida que as empresas investem mais recursos em novas tecnologias, recomenda-se construir a arquitetura e as capacidades mais recentes para plataformas e aplicações de produtividade emergentes, como bases de dados distribuídas, big data, IA e contentores.
Segurança aprimorada, conformidade com leis e regulamentos e recuperação em massa devem ser fornecidas para dados incertos. Devido à alta complexidade dos serviços e às medidas de solução insuficientes no ambiente emergente, as empresas e os fornecedores de armazenamento devem trabalhar juntos para desenvolver soluções específicas para a situação.
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