O aumento do IPCA-15 desacelerou repentinamente em setembro. O alívio foi trazido pelo Ministério dos Transportes, para reduzir a pressão sobre os preços da energia. Com isso, os números acumulados nos últimos 12 meses estão longe do teto da meta em meio às preocupações do Banco Central com a inflação no Brasil.
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Em setembro, o Índice Geral de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15) aumentou 0,13%, contra alta de 0,19% em agosto. O número ficou abaixo do esperado em pesquisa da Reuters, onde o aumento esperado era de 0,30%.
Dados divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também mostraram que nos 12 meses encerrados em setembro a taxa IPCA-15 aumentou 4,12%, ante 4,35% no mês passado, e expectativa de 4,30%.
A meta de inflação em 2024 é de 3,0%, a uma taxa de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, medida pelo IPCA.
De onde vem a pressão?
O IBGE mostrou que a categoria Transportes recuou 0,08% em setembro, após alta de 0,83% em agosto. O resultado foi influenciado pela gasolina (-0,66%) e pela queda no preço do etanol. O petróleo como um todo teve deflação de 0,64%.
As Despesas Pessoais também começaram a diminuir, a uma taxa de 0,04% em setembro, ante um aumento de 0,43% no mês anterior. O aumento dos preços da Educação, por outro lado, diminuiu para 0,05% em setembro, de 0,75% no mês anterior.
A categoria Habitação teve a maior variação, com alta de 0,50%, que tem maior impacto no índice. Isso ocorre porque o custo da energia elétrica residencial aumentou 0,84% em setembro, ante uma queda de 0,42% em agosto devido ao nível 1 de 1º de setembro.
Alimentos e Bebidas, categoria de maior peso no índice, registrou alta de 0,05% após dois meses de queda de preços. A redução da alimentação no domicílio passou de 1,30% em agosto para 0,01% em setembro, com queda nos preços da cebola (-21,88%), da batata (-13,45%) e do tomate (-10,70%).
Por outro lado, subiram o mamão (30,02%), a banana prata (7,29%) e o café moído (3,32%).
E a Selic?
O resultado do IPCA-15 pode trazer alívio ao Banco Central, que na semana passada começou a enxergar uma situação de alto risco de inflação. Isto levou a instituição a aumentar a taxa básica de juros em 0,25 pontos percentuais, para 10,75% ao ano. O BC também sugere que a economia brasileira pode estar superaquecida.
No comunicado da decisão, o BC revisou as projeções de inflação para julho, com projeções aumentadas de 4,2% para 4,3% em 2024 e de 3,6% para 3,7% em 2025 nos níveis de referência.
Na terça-feira, o BC manifestou visão pessimista em relação à inflação, ao mesmo tempo em que ganhavam força as preocupações com a credibilidade dos números financeiros do governo, segundo a ata da última reunião do Copom e a declaração do presidente municipal, Roberto. Neto de Campos.
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A pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central ao mercado mostra que a expectativa é que o IPCA termine este ano com alta acumulada de 4,37%, enquanto a Selic esteja em 11,50%.
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