As Olimpíadas de Paris 2024 marcam a segunda vez que o surf estará no maior evento esportivo do mundo. Na primeira edição em que os Jogos Olímpicos sediaram a modalidade, realizada em 2021 no Japão, o brasileiro Ítalo Ferreira e a americana Carissa Moore sagraram-se campeões em um mar bastante desafiador em Chiba. Agora, a competição conta com uma etapa especial, que fica a cerca de 15 mil quilômetros da capital francesa.
+ Teahupo’o está pronto para a competição
A corrida pelo ouro começa neste sábado (27) nas ondas de Teahupo’o, no Taiti. O pico é sagrado para o surf e é conhecido por ter um swell tubular perfeito. Os surfistas classificados já treinam oficialmente desde o dia 21, mas alguns chegaram antes da abertura da janela disponibilizada pelas Olimpíadas.
A ONDA
Traduzida para o português como “quebra-crânios”, a onda Teahupo’o é uma das mais especiais do mundo. Ondas poderosas emergem das profundezas do oceano e encontram os recifes rasos abruptamente, fazendo com que as ondas subam acima da bancada. A queda de atletas durante uma manobra pode resultar em contato direto com corais rasos e pontiagudos, e é isso que torna a etapa tão perigosa. Em dias específicos, os surfistas enfrentam tubos com mais de 10 metros, mas a previsão é que os Jogos Olímpicos sejam realizados em ondas de 3 a 4 metros de altura. O tamanho é ideal para eventos de surf e a expectativa é de uma edição memorável.
FAVORITOS
O evento incentiva os brasileiros, pois o país tem grandes chances de conquistar uma medalha. Na categoria masculina, Gabriel Medina é o principal candidato à vitória nas Olimpíadas. O paulista já chegou a seis finais de etapas profissionais no Taiti e conquistou duas vitórias. Seguindo-o, o americano John John Florence aparece como um dos melhores surfistas de ondas tubulares. O dono da casa, Kauli Vaast, pode aproveitar a experiência no auge para frustrar os planos dos rivais e também deve se destacar nas eliminatórias. Completando a lista, o australiano Jack Robinson está um degrau abaixo, mas ainda chega ao Taiti com um bom currículo. A vitória na edição 2022 da Liga Mundial (WSL) o credencia como candidato a brigar pelas primeiras posições da etapa.
A categoria feminina também deverá ser muito equilibrada e os Estados Unidos lideram a lista. Carissa Moore chega como nome principal e pode conquistar seu bicampeonato olímpico. A jovem francesa Vahine Fierro ainda não faz parte da primeira divisão do surf profissional, mas é a representante do Taiti na competição de 2024 e tem tudo para conquistar um bom resultado. Tatiana Weston-Webb é a grande esperança de medalha do Brasil em Teahupo’o e tem um bom histórico no auge. Por fim, a americana Caroline Marks está entre as favoritas da competição.
CORRER FORA
Alguns atletas têm um desafio extra para chegar ao “fim do caminho”, como é conhecida a região. Os brasileiros Filipe Toledo e João Chianca precisam trabalhar muito para conquistar a tão sonhada medalha olímpica e o carioca está muito adaptado ao estilo das ondas que quebram em Teahupo’o. Ramzi Boukhiam não tem nada a perder e tenta alcançar o maior resultado da sua carreira. O marroquino ajudou Medina a se classificar para os Jogos depois de terminar em segundo lugar na final da etapa dos ISA Games, em Porto Rico, no início deste ano.
O sul-africano Jordy Smith e o italiano Leonardo Fioravanti são atletas que podem surpreender na edição de 2024. Para as mulheres, a americana Caitlin Simmers, a francesa Johanne Defay e a australiana Tyler Wright tentam saltar à frente das favoritas para vencer a desafiadora etapa do surf no Taiti.