O Banco do Brasil, segundo maior banco do país em ativos totais, lançou uma campanha em junho para evitar pedidos de recall judicial, disse um alto executivo nesta quarta-feira (26). A opinião da instituição é que os desenvolvimentos recentes deram um impulso destrutivo ao sector.
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Na semana passada, a fornecedora de equipamentos e serviços agrícolas AgroGalaxy entrou com pedido de restituição. Este movimento continuou com a onda de encomendas que se tem verificado no país num contexto de queda dos preços das commodities e do surgimento de condições climáticas extremas, como uma seca sem precedentes.
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“O processo de recuperação judicial dos produtores rurais não é saudável”, disse o vice-presidente de controle interno e gestão de riscos do BB, Felipe Prince.
“Isso coloca em risco a propriedade dos produtores, que são suas terras, e fecha a oportunidade de conseguir novos contratos de crédito para eles. E o negócio agrícola é rápido, você precisa de recursos para começar a colheita”.
Líder em crédito para o agronegócio no Brasil, com 50% de participação de mercado entre os produtores rurais, o Banco do Brasil fez parceria com superintendentes das principais áreas produtivas por meio de um “processo de conscientização” para “mostrar os malefícios e como isso pode causar uma explosão. atividade econômica dos produtores rurais”.
Prince destacou a assistência aos consumidores através de medidas como concessão de crédito e gestão de crédito como alternativa.
“Alguns produtores tomaram, na minha opinião, medidas descabidas e estão a utilizar este processo”, disse o dirigente, atribuindo parte das decisões a “métodos legais agressivos e ao processo de protecção da propriedade”.
Embora tenha notado o recente aumento de pedidos de recuperação judicial, Prince indicou que o volume ainda é muito pequeno: entre os mais de 700 mil produtores que compõem o banco, 150 estão na modalidade judicial.
Segundo a Serasa, 321 empresas de produtos e serviços diretamente relacionados ao agronegócio entraram com pedido judicial no ano passado, um aumento de 82% em relação ao ano anterior. No primeiro trimestre deste ano, foram realizados mais 82 pedidos, mostraram dados divulgados pela empresa este mês.
Sobre os efeitos das condições meteorológicas extremas, Prince destacou que a base de dados do BB, que contém informações sobre as colheitas agrícolas desde 1960, tem sido utilizada como complemento para prever as condições futuras, aumentando a consciência dos riscos e incentivando a criação de alternativas para tentar reduzir. eles. ver.
Essa base tem sido utilizada, juntamente com técnicas de inteligência artificial e georreferenciamento, para verificar se os produtores acabam atacando os locais de produção.
“Se acontecer esse problema, e a gente vê aqui onde monitoramos, a gente até paga a dívida na hora, tira do crédito rural, etc.”, disse Prince.
A carteira de empréstimos sustentáveis do banco tem R360 mil milhões, dos quais R155 mil milhões são para agricultura sustentável. O objectivo é elevar estes números para 500 mil milhões de rands e 200 mil milhões de rands, respectivamente, até 2030.
Conhecimento ASG
Falando à Reuters por telefone de Nova York, onde o banco realiza um evento para investidores esta semana no meio da Semana do Clima, Prince disse que a visão predominante é que o Brasil está bem posicionado para se posicionar como um desafiante às operações climáticas e. BB. quer se estabelecer como um player líder no mercado de créditos de carbono.
Na terça-feira, o banco anunciou que levantou US$ 800 milhões (R$ 4,3 bilhões) do JPMorgan Chase Bank, Standard Chartered Bank, HSBC Bank e Crédit Agricole para ajudar a financiar pequenos e médios produtores que utilizam métodos de agricultura orgânica.
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Após a emissão de US$ 750 milhões (R$ 4,07 bilhões) em títulos sustentáveis no mercado internacional em março deste ano, a terceira relacionada aos compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG) do banco, Prince acrescentou que o BB continua atento a oportunidades, embora tenha destacado a possibilidade de novas atividades este ano.
“Se houver uma oportunidade (mais tarde), nós a aproveitaremos. Portanto, isso é permanente”, disse ele.