SEBASTIEN BOZON
Em emocionante estreia na natação nos Jogos Paris 2024 neste sábado (27), a nadadora australiana Ariarne Titmus recuperou o ouro olímpico nos 400 metros livre feminino, à frente da canadense Summer McIntosh e da americana Katie Ledecky, enquanto a norte-americana Caeleb Dressel conquistou o oitavo ouro com uma vitória de revezamento.
Titmus, atual campeão olímpico e recordista mundial, dominou a prova desde o início e venceu com o tempo de 3m57s49.
McIntosh, de apenas 17 anos, foi o único que ameaçou a vitória de Titmus ao atingir 3m58,37 (0,88 centésimos abaixo), enquanto Ledecky, que lutava pelo oitavo ouro olímpico, alcançou o tempo de 4m00,86 e se contentou com a medalha de bronze.
A brasileira Maria Fernanda Costa terminou na sétima colocação com 4m03s53.
A prova, que contou com as três mulheres mais rápidas da história na distância, foi o destaque do primeiro dos nove dias de natação, que terá 35 finais até o dia 4 de agosto.
O duelo entre Ledecky, Titmus e McIntosh – todos recordistas mundiais em algum momento – gerou comparações com a chamada “Corrida do Século”, os 200m livres de Atenas 2004, em que Ian Thorpe prevaleceu sobre Pieter van den Hoogenband e o gigante Michael Phelps.
“As minhas pernas estão um pouco cansadas, mas acima de tudo estou aliviado. Francamente, senti a pressão e as expectativas desta corrida mais do que nunca na minha vida, mas aguento bem a pressão”, reconheceu Titmus, que aumentou a sua pontuação olímpica recorde de três ouros, uma prata e um bronze.
– Dressel volta ao topo –
Ledecky, de 27 anos, lutava para reconquistar o trono que Titmus tirou de suas mãos na eletrizante final dos Jogos de Tóquio 2020.
Uma vitória teria igualado Ledecky à sua compatriota Jenny Thompson, que com suas oito medalhas de ouro continua sendo a nadadora de maior sucesso da história olímpica, mas ainda terá mais duas oportunidades em Paris, nos 800 e 1.500 m livres.
“Gostaria de ter sido mais rápido, mas não posso reclamar da medalha”, disse Ledecky. “Eu sabia que seria difícil. Ariarne e Summer nadaram muito bem.”
O duelo entre Titmus e Ledecky também deu início à batalha entre os hegemônicos Estados Unidos e Austrália pela vitória em um dos mais icônicos esportes olímpicos.
A emergente Austrália somou uma segunda vitória no revezamento 4x100m feminino e os Estados Unidos diminuíram a diferença ao vencer a categoria masculina.
Caeleb Dressel assumiu o comando do último revezamento quando o ‘Team USA’ já estava a caminho da vitória com o tempo de 3m09s28.
Aos 27 anos, Dressel retorna ao topo do pódio após alguns anos difíceis em que se afastou do esporte devido à depressão após seu desempenho espetacular em Tóquio-2020.
O americano igualou as oito medalhas de ouro conquistadas por Matt Biondi entre 1984 e 1992 e ainda tem pela frente as provas dos 100m borboleta e dos 50m livre em Paris, além de outro possível revezamento.
Apenas Mark Spitz, com nove ouros, e Michael Phelps, o grande colosso dos Jogos com um total de 23, continuam à frente de Dressel e Biondi.
O primeiro ouro na piscina parisiense foi para o alemão Lukas Maertens nos 400 metros livres masculino, prova em que o brasileiro Guilherme Costa terminou na quinta colocação.