Nesta sexta-feira (27), o banco central da China reduziu as exigências de reservas bancárias e injetou dinheiro no sistema bancário. A medida faz parte de um novo pacote de estímulo de Pequim para impulsionar o crescimento económico, numa tentativa de cumprir a meta deste ano de cerca de 5%.
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A expectativa de passar
Mais medidas fiscais são esperadas antes do feriado de uma semana que começa em 1º de outubro, após uma reunião dos principais líderes do Partido Comunista. A reunião revelou um crescente sentido de urgência relativamente à crise económica que afecta o país.
A Reuters informou nesta sexta-feira (27), citando fontes, que as megacidades Xangai e Shenzhen planejam remover restrições importantes à compra de bens nas próximas semanas. Esta decisão segue a tendência de várias pequenas cidades que já deram este passo para aliviar o problema habitacional de longa data.
Um novo pacote
Após a reunião do Politburo, a China planeia emitir cerca de 2 biliões de yuans (284,43 mil milhões de dólares ou R$ 1,5 biliões) em títulos especiais ainda este ano, como parte de um novo pacote financeiro, segundo fontes com conhecimento do assunto.
Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics, estima que o pacote “aumentará a produção anual em 0,4%. Embora seja um passo no final do ano, ele acredita que o novo estímulo será suficiente para garantir que o crescimento económico esteja em linha com a meta em torno de 5%.
Pressões deflacionárias e fraqueza económica
A segunda maior economia do mundo enfrenta pressões descendentes significativas devido à crise imobiliária e à fraca confiança dos consumidores. Estas razões realçaram a dependência excessiva do país das exportações, especialmente no contexto de crescentes tensões comerciais globais.
Nos últimos meses, uma série de indicadores económicos ficaram aquém das previsões, levantando preocupações entre os economistas de que a meta de crescimento poderia estar em risco. Além disso, existe o receio de uma diminuição da estrutura a longo prazo.
Dados divulgados esta sexta-feira mostraram que a produção industrial da China caiu acentuadamente em agosto, agravando a situação económica.
Conforme esperado na terça-feira (dia) pelo presidente Pan Gongsheng, o Banco Popular da China reduziu a exigência bancária média em 50 pontos. Esta medida irá liberar 1 trilhão de yuans (142,5 bilhões de dólares) para fins do sistema bancário. Esta redução coincide com uma redução de 20 pontos base na taxa de juro dos acordos de recompra inversa de sete dias, que se encontra actualmente fixada em 1,50%.
As medidas entraram em vigor hoje e o Pan abriu uma oportunidade para reduzir a necessidade de armazenamento ainda este ano. Contudo, devido à fraca procura de crédito por parte das famílias e das empresas, os investidores estão mais focados em medidas financeiras que, segundo as expectativas, deverão ser anunciadas em breve.
Subsídios
Na quinta-feira (dia), a Reuters informou que parte dos 2 trilhões de yuans será arrecadada por meio de títulos especiais que serão usados para aumentar os subsídios ao programa de transformação de bens de consumo e melhoria de ativos empresariais. Além disso, os fundos serão direcionados para fornecer um subsídio mensal de cerca de 800 yuans (US$ 114) por criança a todas as famílias com dois ou mais filhos, independentemente de incluir o primeiro filho.
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A China também deverá angariar mais mil milhões de yuans numa oferta especial de crédito, separada do pacote fiscal, destinada a ajudar os governos locais a lidar com os seus problemas de dívida.
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