Para tentar evitar o colapso do quadro fiscal nos próximos anos, o governo anunciou nesta quarta-feira, 28, um novo plano econômico para conter despesas. A contenção de gastos deverá ser de R$ 19,2 bilhões em 2025.
A principal ação será revisar os registros para limitar os pagamentos a benefícios financeiros, eliminando fraudes. Serão analisados cadastros de Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e auxílio-doença.
Os planos de contenção não são novos: em julho, Fernando Haddad (ministro da Economia) indicou que haveria decisões de corte de despesas projetadas para o próximo ano. A meta é cortar R$ 26 bilhões no total. O restante valor, explicou, será “realocado” no orçamento do ano.
Projeção incerta
Sergio Firpo, secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, disse ao g1 que a projeção é “incerta”: “Há uma incerteza associada, temos estimativas que são as melhores que podemos obter com o atual informação Há uma margem de erro, há (…) Temos sido conservadores, mas é óbvio que há incerteza”.
Ações de contenção
O governo também anunciou alterações e revisões no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Entre as medidas estão:
- Integração de políticas públicas para aumentar a cobertura e reduzir o desperdício;
- Modernização de links para contenção de despesas;
- Cessação dos subsídios da União.
- No entanto, não há descrições de um plano de acção eficaz.
O que é um quadro fiscal?
A regra-quadro prevê que as despesas do governo não devem ser superiores a 2,5% ao ano acima da inflação e que o aumento dos gastos deve ser proporcional ao crescimento das receitas.
Porém, o governo realizou gastos que não seguiram esta regra em saúde, educação, aposentadoria e emendas parlamentares.
Então, é preciso que haja um corte de custos para que, nos próximos anos, ainda haja orçamento para despesas gratuitas dos ministérios.
A estrutura estava em vigor nos últimos anos. Temer tentou contê-lo com um teto de gastos, em vigor entre 2017 e 2023. Vários ministérios de Bolsonaro ficaram sem recursos para gastos gratuitos, incluindo CNPq e CAPES, farmácia popular, bolsa de atletas, fiscalização ambiental e muito mais.
Existe, então, uma pressão de longa data para cortes de despesas mais radicais que exigiriam mudanças nas leis e reformas complexas das despesas sociais existentes.
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