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Ler o livro sobre a vida de Roberto Rodrigues é uma lição atrás da outra. Eu diria que homens com estas visões, habilidades, personalidade, liderança e ações deveriam nascer a cada 100 anos.
Roberto Rodrigues, ou RR, como muitos do setor agrícola o chamam, iniciou sua carreira como engenheiro agrônomo. Lá, ele já mostrou que estava olhando para o futuro quando propôs a rotação da soja com a cana-de-açúcar, em 1965. Também inventou coisas a partir da cana-de-açúcar. Como não poderia ser diferente, os resultados vieram.
O líder sempre teve claro que para crescer teria que ter bons colegas e um representante. Além de trazer coisas boas para ele, qualificou e treinou os trabalhadores rurais para saberem administrar a produção na Fazenda Santa Izabel, o que lhe possibilitou seguir em outras áreas importantes para que a agricultura se desenvolvesse e alcançasse sua potência. hoje.
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É notável sua compaixão pela conservação da natureza, respeito e cuidado com seus colaboradores, assim como com sua família. Sua liderança e sua percepção do que o departamento precisava eram notáveis. Promoveu, promoveu e organizou cooperativas no Brasil, incluindo cooperativas de crédito para agricultores.
Feito isso, percebeu que o setor precisava ser mais organizado em Brasília e se reuniu com os presidentes da Sociedade Rural Brasileira, Flávio Telles de Menezes e Alysson Paolinelli, e com o ex-ministro da Agricultura, em 1986, para formar o Frente. Ampla da Agropecuária, que até hoje é a decisão do nosso desenvolvimento.
Em 1988, a vitória do cooperativismo foi marcada pela redação da Constituição Federal por causa deles. Em 1993 tornou-se presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB); Fundou a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e chegou a ser secretário da Agricultura de SP. Em 1994, fundou a Agrishow, primeira exposição de tecnologia agrícola.
Além do sucesso administrativo, sua administração foi pautada pelo amor pela ciência e pela cooperação. Ele sempre teve o hábito de ouvir todos os lados e ter a democracia como princípio norteador.
Em 1997 foi eleito presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que une todas as cooperativas do mundo, nada menos que 700 milhões de cooperativas. RR foi o primeiro presidente não europeu em 102 anos.
Ao final da grande cerimônia, o vice-presidente da Suécia, Lars Hilbon, ligou para Roberto Rodrigues e disse: “Antes o ACI só tinha corpo, agora também tem alma”. Ao assumir a presidência percebeu que a presença de mulheres na diretoria era quase inexistente. Já naquela época eu sabia a importância de ter mulheres em cargos elevados. Quando ele deixou de ser presidente, 20% eram mulheres.
Em 2003, aceitou ser Ministro da Agricultura e Riqueza do Governo Lula, pois sabia que esse cargo lhe daria a oportunidade de promover políticas públicas em favor da agricultura. Logo ele conseguiu aprovar legislação regulamentando os OGM e promovendo a tecnologia do setor. Ele reorganizou a Embrapa e trouxe gestores de tecnologia para avançar nas pesquisas.
Naquela época, eu já tinha uma visão sobre os biocombustíveis e a importância das energias limpas. Foi durante a reunião de RR com o presidente dos Estados Unidos George W Bush e outros membros da delegação que nasceu o programa de produção de álcool de milho nos Estados Unidos, que mais tarde se tornou uma inspiração para os países latino-americanos. Em 2005 nasceu o projeto Agroenergia Nacional.
RR realmente é alguém que “vê além da colina”, como diz papai.
Quase quatro anos como ministro foram frutíferos para este setor, enfrentaram muitos conflitos e uma luta constante para proteger os produtores. Em meados de 2006, depois de garantir um bom plano de colheita, decidiu deixar o Ministério.
Não demorou muito para que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) o convidasse para assumir a gestão da recém-criada FGV Agro. Não há pessoa melhor para assumir esse papel. Logo a RR se uniu à Embrapa e à ESALQ para garantir a qualidade técnica e todo o conhecimento que a FGV já possuía em economia e negócios. Depois, tive a oportunidade de promover e trabalhar com ONGs no tema agroenergia. Porém, em 2007, a descoberta do pré-sal fez com que o interesse em olhar para os biocombustíveis diminuísse, mas outros projetos continuaram e durante 16 anos Roberto contribuiu com sucesso para a famosa FGV.
Em 2007, foi novamente convidado por Paulo Skaf para chefiar o Conselho Superior Agro da FIESP, COSAG. Lá, empresários de todos os setores e regiões do Brasil se reuniram para discutir o Agro. Assim, nesta nova jornada, a RR desenvolveu cursos, acompanhou e concedeu subsídios para ações políticas do setor.
Ao longo de sua vida, recebeu inúmeras homenagens nos cinco continentes. Foi também nomeado Representante Especial da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Mas Roberto Rodrigues não desenvolveu vaidade, mas sim orgulho por tudo que conquistou. O que ele sempre cultivou foram os amigos que conheceu. Ele é um especialista, uma inspiração, uma fonte de aprendizado em todas as áreas.
Por fim, seu artigo publicado na Folha de São Paulo, em 2008, também no final de sua Biografia: Roberto Rodrigues, Mojali.
Quem semeia, colhe. Diz:
“Bem, você não pode definir valores só porque eles estão contaminados pelas opiniões das pessoas. Os valores são eternos, as emoções são passageiras. É preciso confiar nestes dois alicerces, e mais que isso: o amor e a justiça devem ser os caminhos por onde correrá o trem da vida de todos. Nesta jornada inusitada por essas estradas há alegria. Não o destino, mas a jornada em si, sabendo que muitas vezes haverá frio, lágrimas e sofrimento. Mas também é um fator importante para valorizar ainda mais os canais de saúde. “Sinto-me honrado e abençoado por chamar de amigo esse homem que tanto me inspira e me ensina.
* Maressa Vilela ele é um produtor rural de quarta geração. É diretor do Grupo Cinco Estrelas, consultor da Boven Agro, coordenador do comitê de ação, coordenador do comitê de ação da Sociedade Rural Brasileira e gerente de comunicação do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA).
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