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Recentemente, o Brasil perdeu um de seus maiores ícones. Voz, desrespeito e um senso geral de observação Sílvio Santos que é repassado ao povo brasileiro não encontrará o mesmo tão cedo. Silvio entendia bem o Brasil, com suas contradições e contradições. Era um homem rico que queria falar com os mais pobres, um conservador que não queria lutar contra o progresso social e, acima de tudo, era alguém que não tinha medo de dizer – e fazer – o que pensava. , ao mesmo tempo que não hesitou em pedir desculpas ao perceber que havia machucado alguém.
Essa atitude, típica de quem começou a vida empresarial como vendedor ambulante, é um dos fatores que o tornaram o primeiro empresário e símbolo do capitalismo brasileiro. Se você notar, empresários que fazem muito sucesso há mais de trinta anos falam de Silvio Santos como uma pessoa ímpar nos negócios brasileiros.
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Amado por seus funcionários, Silvio substitui o pensamento moderno que pertenceu a Irineu Evangelista de Sousa, Barão de Mauá, grande empresário com capacidade de impor sua visão à realidade, um homem trabalhador.
A segunda história fica mais próxima quando percebemos que ambos, ao se depararem com o perigo de serem prejudicados por forças alheias às suas ações, responderam da mesma forma. Barão liquidou seus bens e pagou todos os seus credores, limpando seu nome, enquanto Silvio Santos deu todos os seus bens como garantia para ajudar o desenvolvimento do Banco Panamericano, e reduziu as consequências sociais que surgiriam com seu colapso. Quando chegou a hora, nenhum deles levou o corpo.
Porém, diferentemente de Barão de Mauá, O senhor Abravanel fez de tudo para não ser um empresário distante ou inacessível. Ele até mudou de nome para ficar mais próximo das pessoas. O seu negócio, independentemente da área – cosmética, finanças, construção comunitária, comunicação e muitos outros – tem-se caracterizado por servir muitas pessoas e por uma relação emocional muito única, quase normal, que lhe permitiu entrar em muitos milhares de lares. povo brasileiro há mais de sessenta anos.
Um exemplo claro dessa relação foi o cuidado dos desenhos animados para crianças após a destruição total dessa parte na forma tradicional de televisão. Depois de uma clara proibição da publicidade dirigida ao público infantil, devido a uma série de leis aprovadas desde 1990 até ao claro despacho do Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Jovens (Conanda) em 2014, o financiamento da animação foi fortemente interrompido, o que levou . vários canais para cortar esses programas de sua programação.
Porém, Silvio recusou-se a seguir o rebanho e pronunciou uma frase que simbolizava a visão daqueles recusam ter uma perspetiva de negócio limitada a objetivos trimestrais, EBITDA e outras metas de curto prazo.
Na época, Silvio rebateu as críticas dizendo: “Se quiser retirar as fotos da grade depois que eu morrer, fique à vontade. Mas enquanto eu viver, eles continuarão. O telespectador do SBT Brasil hoje era o telespectador de Chaves há vinte anos. A criança é a mais leal aos telespectadores.”
Este compromisso com uma visão mais ampla do seu papel na sociedade, mais do que apenas subsídios ou notas de rodapé na produção ESG, foi um sinal do capitalismo brasileiro na sua melhor versão. Um capitalismo conhecido e bem-humorado que acredita no poder da cooperação.
O Barão de Mauá, a quem faço questão de retornar, foi um dos grandes símbolos da luta contra a escravidão, conhecido por remunerar bem seus trabalhadores, incentivar novas lideranças e valorizar aliados seus negócios. Sílvio era diferente. Deu lugar a todos e nos deu uma geração de “crianças” no nível artístico, como Eliana, Celso Portiolli, Rodrigo Faro e muitos outros.
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Ao fazê-lo, criou riqueza financeira, mas também nos enriqueceu como nação. A cada piada impopular, meme ou gafe, ficamos mais brasileiros. Conhecemos muito bem a nossa irreverência, o nosso riso fácil, que é a parte principal do sucesso que temos perante o mundo inteiro.
O barão de Mauá, por meio de seus negócios, iluminou a cidade do Rio de Janeiro, substituindo o óleo de baleia – principal combustível da época – por lampiões a gás. O senhor Abravanel também levou sorrisos aos lares brasileiros. Ambos são empreendedores, mas seu legado vai além de qualquer número. É patrimônio do povo brasileiro.
Gustavo Fernandes é advogado e membro do Instituto de Estudos Empresariais (IEE).
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