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As discussões sobre a tributação das previdências privadas como herança têm gerado muito interesse entre investidores e planejadores financeiros. Com o avanço das reformas tributárias no Brasil, surgiu a possibilidade de planos como o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) estarem sujeitos à Causa Mortis e ao Imposto de Transmissão Tributária (ITCMD).
Se você possui um plano de sucessão em sua previdência privada, essa mudança poderá alterar significativamente seus planos, por isso você deve acompanhar as mudanças para entender se vale a pena continuar contribuindo com sua previdência.
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Reformas fiscais: o que está em jogo?
A previdência privada, pelas suas vantagens fiscais, tem sido, ao longo dos anos, um dos pilares do orçamento no Brasil. O PGBL, por exemplo, permite a dedução de até 12% do rendimento anual na declaração do Imposto de Renda, o que reduz a base de cálculo do imposto. O VGBL, embora não permita deduções na fase de acumulação, dá oportunidade de arrecadar dinheiro apenas no momento do resgate. Em ambos os casos, são estas características que tornam os planos de pensões uma escolha popular para aqueles que pretendem reformar-se em paz e que pensam em deixar um legado financeiro para as suas famílias.
Porém, a recente aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/24 pelo Conselho dos Deputados trouxe uma nova perspectiva que preocupa os investidores: a possibilidade de PGBL e VGBL serem tributados como herança. O ITCMD, que até então não se aplicava a esses projetos por entender que não fazia parte do patrimônio do falecido, poderá ser utilizado, com alíquotas variando entre 2% e 8% dependendo do país.
O STF pode reverter essa decisão?
O Supremo Tribunal Federal (STF) está em meio a discussões que poderão definir o futuro da tributação da previdência privada. O ministro Dias Toffoli, relator deste caso, votou contra o evento do ITCMD sobre planos de previdência, argumentando que, principalmente no caso do VGBL, os recursos recebidos pelos beneficiários em caso de falecimento do titular equivalem a um prêmio de seguro de vida. , não herança.
Caso a maioria dos ministros entenda que a cobrança é inconstitucional, o STF pode impedir a tentativa do Congresso de incluir esse tributo nas leis de reforma tributária, trazendo um grande alívio para muitos investidores tendo a previdência do setor privado como importante ferramenta em sua sucessão plano.
Ainda não é possível arriscar um palpite sobre qual será o resultado do julgamento, pois a revisão do STF segue até o final deste mês, porém, como investidores precisamos estar preparados para mudanças que sejam possíveis.
Ainda vale a pena uma previdência privada?
A possível inclusão do ITCMD nos planos de previdência pessoal deixou muitas pessoas céticas quanto ao valor de continuar a investir nesses planos, e a resposta depende de vários fatores.
É preciso levar em conta que, apesar dos possíveis impostos, as previdências privadas continuam a oferecer vantagens significativas em comparação com outros tipos de investimentos. Uma dedução fiscal do PGBL, por exemplo, pode ser benéfica se você precisar reduzir sua carga tributária anual. Além disso, se você não tem tempo ou interesse para administrar ativamente suas finanças, conhecer outros produtos disponíveis no mercado, os planos de previdência privada oferecem ferramentas de gestão profissional, diversos tipos de fundos e possibilidade de acumulação no longo prazo, o que é importante para a construção de uma aposentadoria sólida.
Para aqueles cujo foco principal é o planeamento sucessório, o novo imposto poderá exigir um reexame de estratégias. Alternativas como o seguro de vida resgatável, que não é considerado herança e, portanto, não está sujeito ao ITCMD, poderá ganhar mais popularidade. Existe também a opção de criar bens familiares ou doar bens durante a vida, medidas que, dependendo da forma como forem feitas, podem reduzir as consequências fiscais e garantir uma sucessão mais bem sucedida.
Se você for optar por outras formas de seguridade social, considerando a sucessão de bens, é importante ressaltar que é importante buscar ajuda de especialistas especializados que analisarão o seu caso e o ajudarão a encontrar o melhor exemplo. Converse com seu consultor de investimentos e verifique se sua corretora oferece assessoria especializada em sucessão ou contrata um especialista particular. O importante é não entrar em ação precipitadamente.
Maneiras de reduzir as consequências fiscais
Se você é um dos investidores que precisará fazer ajustes em suas estratégias em caso de mudança no imposto de previdência privada, aqui estão algumas estratégias que devem ser estudadas para encontrar a que melhor se adapta às suas necessidades:
- Seguro de Vida Resgatável: como esses seguros não são considerados heranças, os beneficiários não estão sujeitos ao ITCMD. Essa pode ser uma opção interessante para quem quer garantir segurança financeira aos seus herdeiros sem a carga tributária.
- Holdings Familiares: Constituir família pode ser uma forma eficaz de administrar patrimônio, facilitar a sucessão e reduzir a carga tributária. Este tipo de estrutura permite uma gestão e transferência de bens dentro da família de forma mais organizada.
- Doação em Vida: esperar doar em vida também tem o problema dos eventos do ITCMD, porém, há países no Brasil onde a alíquota atual é de 4%, o que é menor que o imposto previdenciário, se for o caso. Principalmente se pensarmos que, com o tempo, o valor gasto aumentará, ou seja, o imposto no futuro será maior, já que o valor arrecadado também será maior. A doação em vida é uma estratégia que requer um planejamento cuidadoso para garantir que o doador mantenha seu padrão de vida e que os beneficiários recebam bens de forma gradual e planejada.
- Reavaliação de planos de previdência: se você possui planos de previdência privada, pode ser necessário reavaliar seus investimentos e considerar outras opções de investimentos onde contribuirá para a previdência, caso seja aprovado o PL 108/24. Este estudo pode ser feito pelo consultor de investimentos da sua empresa ou por um consultor de investimentos independente.
As pessoas que já têm uma pensão devem resgatá-la?
Caso haja mudanças nas leis e decisões judiciais que alterem significativamente as condições dos planos de previdência, a atratividade desses produtos diminuirá, principalmente para aqueles que focam no planejamento sucessório. No entanto, isso não significa que você deva resgatar seus planos. Esse tipo de decisão requer um estudo cuidadoso de sua carteira de investimentos, metas e cronogramas.
Neste momento, o melhor que você pode fazer é continuar acompanhando o andamento desse assunto e, claro, manter seu investimento atualizado e equilibrado de acordo com as necessidades dos seus objetivos de curto, médio e longo prazo.
As pensões podem continuar a ser uma ferramenta importante, desde que sejam utilizadas com planeamento e conhecimento das novas regras do jogo. Então, como sempre, meu mantra sempre funciona: conhecimento é poder. Continue aprendendo!
Eduardo Mira é investidor profissional, auditor CNPI, pós-graduado em administração de empresas, coordenador do MBA em Planejamento Financeiro e Gestão de Investimentos da Anhanguera Educacional, membro do Clube FII e sócio fundador da empresa MR4 Participações.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem necessariamente a opinião da Forbes Brasil e de seus editores.
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