Luis Costa
O meia francês Antoine Griezmann anunciou, nesta segunda-feira (30), sua aposentadoria da seleção francesa aos 33 anos, encerrando uma década com a camisa ‘Bleus’, na qual conquistou a Copa do Mundo de 2018 e a Liga das Nações de 2018. 2021 e disputou outras duas finais de torneios importantes (Copa do Mundo de 2022 e Eurocopa de 2016).
“Fecho um capítulo da minha vida”, escreveu o jogador do Atlético de Madrid, após 137 jogos com a camisola da França, com a qual marcou 44 golos.
Assim, Griezmann não baterá o recorde de jogos internacionais da seleção francesa, que pertence ao guarda-redes Hugo Lloris com 145, e continua no terceiro degrau do pódio, empatado com Olivier Giroud e atrás dos 142 de Lilian Thuram.
“É com muita emoção que anuncio a minha aposentadoria como jogador da seleção francesa, depois de dez anos incríveis”, afirma o jogador no vídeo que acompanha a mensagem, no qual aparecem imagens de sua carreira nos ‘Bleus’.
– “Abrir caminho para a nova geração” –
“Hoje é o momento, para mim, de virar a página e abrir caminho à nova geração”, acrescenta na montagem de pouco menos de dois minutos que mostra imagens dos seus grandes momentos com a selecção nacional, como a vitória em a Copa do Mundo da Rússia (2018), suas comemorações durante a Euro-2016, onde marcou 6 gols e perdeu a final, e suas lágrimas após ser eliminado nas quartas de final da Copa do Mundo de 2014 contra a Alemanha.
As imagens são acompanhadas de um áudio de Griezmann em que agradece “à torcida” e, principalmente, ao técnico Didier Deschamps.
“Obrigado ao meu treinador, a sua confiança e apoio ao longo da minha carreira internacional foram essenciais para o meu desenvolvimento como atleta”, afirma.
Apesar de ter estado duas vezes no banco de reservas na última Eurocopa da Alemanha, inclusive na derrota nas semifinais contra a Espanha, o jogador do Atlético de Madrid garantiu em setembro à rede francesa TF1 que não tinha intenção de parar de jogar pelo clube. seleção.
“Não, para mim a seleção francesa é algo muito importante, um motivo de orgulho, sempre quis (jogar) desde muito pequeno”, disse.
Griezmann mostrou-se satisfeito por “ainda estar lá” e por continuar a ter “o desejo de jogar para representar a França”, acrescentou.
– 84 jogos consecutivos entre 2017 e 2024 –
Griezmann, jogador versátil e capaz de correr por todo o campo, sempre foi considerado o favorito de Deschamps, único treinador que o comandou em seus 10 anos como ‘Bleu’, desde que estreou em amistoso com a vitória sobre a Holanda (2 – 0) em março de 2014.
Fixado no esquema de Deschamps, ‘Grizi’ disputou 84 partidas consecutivas pela seleção nacional, de junho de 2017 até março passado, quando foi dispensado do elenco devido a uma lesão no tornozelo.
“Antoine é e continuará a ser um monumento do futebol francês, um dos melhores jogadores da sua história”, disse Deschamps numa mensagem transmitida pela Federação Francesa de Futebol (FFF) na qual mostrou a sua “emoção”.
“Recentemente tivemos uma longa conversa sobre este tema”, acrescentou o treinador, que afirma ter “uma relação de confiança e um vínculo muito franco” com o jogador. Sua última partida pela seleção francesa foi a vitória por 2 a 0 sobre a Bélgica, pela Liga das Nações, no dia 9 de setembro.
– Bandeira do capitão, um sonho frustrado –
Apesar de uma carreira internacional de sucesso, Griezmann sempre terá um osso na garganta por não ter sido capitão dos Les Bleus.
Após a aposentadoria internacional de Lloris após a Copa do Mundo do Catar de 2022, Griezmann esperava herdar a braçadeira, mas Deschamps decidiu dá-la a Kylian Mbappé, deixando o jogador do Atlético de Madrid como segundo capitão.
Griezmann nunca escondeu a decepção, mas também não entrou em conflito com o treinador e pouco depois disse ter “digerido” a frustração que a decisão do treinador lhe causou.
O próprio Mbappé publicou esta segunda-feira uma mensagem no Instagram para agradecer ao companheiro pela sua “contribuição para levar (a seleção francesa) ao topo com inúmeros títulos”.
O agora jogador do Real Madrid disse que “compreende e respeita” a decisão de Griezmann, qualificando-o de “jogador excepcional” e “um dos jogadores mais importantes da era moderna” da selecção francesa.
Já aposentado da seleção, Griezmann espera continuar conquistando títulos pelo Atlético de Madrid. Para Diego Simeone, assim como para Deschamps, Griezmann é insubstituível no seu esquema tático.
“Parabéns pela sua carreira lendária, Grizi. Você fez história com a sua seleção e estamos muito orgulhosos de você”, escreveu o clube madrileno esta segunda-feira no X.