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O conflito entre Alexandre de Moraes e Elon Musk começou no início deste ano, quando o bilionário processou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) por bloqueio de pessoas. A última batalha, que deu início ao processo de bloqueio da Internet, que está inativa desde este sábado (31), aconteceu em agosto (17), quando o escritório X foi fechado no Brasil, o que motivou a chamada do árbitro. Elon Musk anunciou na noite desta quarta-feira (28) prazo de 24 horas para o bilionário escolher um representante legal para a plataforma no país.
“O Ministro Alexandre de Moraes, porta-voz, em conformidade com a decisão proferida no referido caso, ordena ao Secretário de Justiça deste Supremo Tribunal que emita intimação, por meio eletrônico, a Elon Musk, que decidiu nomear, no prazo de 24 horas (vinte e quatro), o nome e credenciais do novo representante legal da X Brasil no país, sob pena de suspensão imediata das atividades nas redes sociais até que as ordens sejam cumpridas com êxito”, diz a decisão do STF. .
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Além disso, o STF exigiu o pagamento de taxas impostas à plataforma pelo descumprimento da determinação de bloqueio de reportagens que atacassem instituições democráticas. Atualmente, a dívida é de R$ 18 milhões.
Em comunicado recente, publicado na noite de quinta-feira (29), X (Twitter) disse: “Quando tentamos nos defender na Justiça, o ministro ameaçou prender nosso representante legal no Brasil. Mesmo depois de renunciar, ele fechou todas as suas contas bancárias. As nossas contestações às suas ações claramente ilegais foram rejeitadas ou ignoradas. Os colegas de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal podem não ter condições ou não querer enfrentá-lo. Nos próximos dias, publicaremos todos os pedidos ilegais do ministro e todos os documentos relativos ao tribunal para fins de transparência. Ao contrário das redes sociais e da tecnologia, não podemos fazer encomendas ilegais em privado. ”
O que se segue
Em entrevista à Forbes Brasil, Lorena Pretti Serraglio, advogada especializada em direito digital, fala sobre as seguintes iniciativas de mídias sociais:
Forbes Brasil: Como X (Twitter) pode recorrer da decisão:
Lorena Pretti Serraglio: Na prática, de acordo com a lei, a plataforma precisa seguir ordens judiciais publicadas que não eram seguidas com frequência. Há muitas dúvidas sobre a legalidade dos despachos e os limites dos despachos, mas a verdade é que há um processo e chegámos a esta questão porque as decisões não foram ouvidas.
FB: Se a plataforma concordar com as decisões do tribunal, poderá voltar ao ar normalmente?
LPS: Assim que Elon Musk tomar as medidas impostas pela Justiça, como a exigência do representante legal no Brasil, de forma escrita e suficiente, e se essa for a única razão pela qual a suspensão foi feita, o Twitter poderá recomeçar. . A não ser que existam outras ordens já emitidas para o mesmo fim, o que não parece ser.
FB: Existe uma chance de a decisão ser anulada?
LPS: Estamos falando do processo judicial, então existe um fluxo de processo, quando há uma decisão a justiça tem a responsabilidade de concordar com a decisão. Se os representantes de X discordarem disto, cabe-lhes recorrer e tomar as medidas adequadas. Não creio que seja uma questão de o STF ou qualquer outro membro dos Tribunais se retirarem. O processo precisa continuar.
FB: Se a internet cair para sempre, há alguma outra mudança legal que afete os usuários?
LPS: Se o serviço for interrompido, primeiro, os usuários não poderão acessar o X através da nossa rede. Quem quiser fazer login precisará usar uma VPN, que é uma rede privada. Relativamente aos dados pessoais, a plataforma é sempre responsável por guardar, armazenar e garantir a segurança. Além disso, são agentes do processo e devem cumprir o Marco Civil da Internet e a LGPD, para que qualquer pessoa que se sinta lesada possa exercer seus direitos. Do ponto de vista do trabalho, se algum usuário sofrer algum prejuízo, isso também recai sobre a plataforma, uma vez que esta decidiu não seguir decisões judiciais.
StarLink
As contas da Starlink Holding, empresa bilionária de satélites de Elon Musk, também foram afetadas pela decisão do STF. Segundo o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, o valor financeiro do grupo ficará restrito até que Musk pague as multas contra X.
No início desta semana, recebemos uma ordem de um juiz do Supremo Tribunal Federal @alexandre de Moraes que congela os fundos da Starlink e impede a Starlink de realizar transações financeiras no país.
-Starlink (@Starlink) 29 de agosto de 2024
“No início desta semana, recebemos uma ordem do Ministro do Supremo Tribunal do Reino
@alexandre de Moraes que interrompe o financiamento da Starlink e impede a empresa de fazer transações financeiras no país. Esta ordem baseia-se na determinação infundada de que a Starlink deveria ser responsável pelas multas aplicadas – inconstitucionalmente – contra X. Foi emitida em segredo e sem dar qualquer garantia à Starlink, um processo justo garantido pela Constituição brasileira”, escreve sua empresa. conta oficial.
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