A Justiça de Pernambuco determinou nesta segunda-feira (23) a prisão do cantor sertanejo Gusttavo Lima, no âmbito da Operação Integração, que investiga suposta organização criminosa que atua em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça do estado, foi a responsável pela decisão. As informações são da Folha de S. Paulo.
A investigação é a mesma que prendeu a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra, além de Solange Bezerra, mãe da influenciadora, no início de setembro.
A Folha de S. Paulo teve acesso à decisão. Segundo o jornal, o pedido foi feito pela Polícia Civil de Pernambuco e acatado pelo juiz responsável pelo caso. O juiz também rejeitou argumentos do Ministério Público de Pernambuco apresentados na última sexta-feira (20), que visavam substituir a prisão preventiva por outras medidas cautelares.
No documento, Andrea escreve: “É imprescindível destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima]ao abrigar fugitivos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela justiça. A sua intensa relação financeira com estes indivíduos, que inclui movimentos suspeitos, levanta sérias questões sobre a sua própria participação em atividades criminosas. A ligação da sua empresa à rede de lavagem de dinheiro sugere um compromisso que não pode ser ignorado”.
Segundo o juiz, o cantor fez uma viagem à Grécia e, na aeronave, duas pessoas investigadas na operação podem ter ficado no exterior: “No caminho, a aeronave transportava Nivaldo Lima e o casal investigado, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Cavala – Na volta, o percurso era Cavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla podem ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, em Espanha.”
Para o juiz, esta informação caracteriza a gravidade da situação e implica “a necessidade de uma investigação aprofundada, mostrando que o conluio de Nivaldo Batista Lima com fugitivos não só compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade num contexto de criminalidade grave”. .”
Bloqueio de ativos
Gusttavo Lima teve cerca de R$ 20 milhões em bens da empresa Balada Eventos bloqueados pela Justiça de Pernambuco devido às investigações da Operação Integração. A cantora é uma das sócias da empresa em questão.
Segundo a investigação, uma empresa do empresário paraibano José André da Rocha Neto, dono da VaideBet, teria comprado o avião que pertence ao cantor sertanejo. José teve cerca de R$ 35 milhões em bens pessoais bloqueados pela Justiça, além do bloqueio de empresas em seu nome. No dia do lançamento da operação, o empresário estava na Grécia. Até agora, ele não se entregou à polícia.
No boletim de ocorrência da prisão de Gusttavo Lima, o delegado Paulo Gondim, da Polícia Civil de Pernambuco, citou a “ocultação dos valores obtidos pela empresa em jogos ilegais de lavagem de dinheiro”, além do valor pago pela aeronave do cantor, como “prova de que o casal [José André e sua esposa Aislla Rocha] viajou nele para os EUA, após sua aquisição, mas não o transferiu para seus nomes ou de empresas de sua propriedade”.
Segundo relatório da Polícia Civil, por meio do Esportes da Sorte, o esquema teria utilizado a empresa de Gusttavo Lima e outras para lavagem de dinheiro.
Por outro lado, o cantor compartilhou em seu Instagram na semana passada que “a Balada Eventos foi incluída no escopo da operação simplesmente por ter realizado transações comerciais com essas empresas investigadas”. E acrescenta: “Sim, houve excesso por parte da autoridade. Poderia ter sido expedida intimação para que a Balada Eventos prestasse contas dos valores recebidos dessas empresas”.