No dia 26 de julho, Paris sediará a 33ª edição dos Jogos Olímpicos, e os holofotes em todo o mundo estarão voltados para a maior competição esportiva de 2024, na qual são esperados 10.500 atletas, o maior número desde a edição de Sydney, na Austrália. 24 anos atrás.
Será a primeira vez que haverá o mesmo número de homens e mulheres, com 5.250 de cada sexo competindo nas 48 modalidades. No entanto, o número de atletas abertamente LGBTQIAPN+ parece estar a diminuir. Em comparação com a edição de Tóquio, que decorreu em 2021 – foi adiada devido à pandemia de Covid-19 – e contou com 186 concorrentes, também o maior número desde a edição de 2000, em que apenas sete concorrentes pertencentes à comunidade conseguiram representar seus países. na luta por medalhas.
Ainda nas seletivas para as Olimpíadas de Paris, há uma lista de 53 atletas declarados LGBTQIAPN+. Estima-se que o total possa ser inferior ao da última edição. No Brasil, 16 nomes compõem a lista. Segundo dados obtidos pela revista OUT e pelo portal Guia Gay, no total, 41 atletas disputam a categoria feminina. Dois são abertamente não binários e um é trans. Entre a população masculina, são 12 atletas até o momento; os dados refletem a dificuldade e o preconceito em se assumir.
Espaço para inclusão
Paris receberá a Pride House Party, espaço dedicado à comunidade LGBTQIAPN+, que visa promover a inclusão e o respeito à diversidade no esporte nas competições internacionais. Pela primeira vez, uma atleta sul-americana entrará na lista de embaixadores, a nadadora paralímpica brasileira Edênia Nogueira Garcia, tetracampeã mundial e medalhista paralímpica.
A população brasileira quer ver mais “diversidade”. Com o aumento da publicidade e da representatividade em eventos mundiais, como as Olimpíadas, o número de marcas e patrocinadores de atletas LGBTQIAPN+ tende a aumentar. Não só na publicidade desportiva, mas também noutras áreas, depois do espectáculo.
A identificação com propagandas que retratam a diversidade é maior entre o próprio público, mas o índice também deu um salto de evolução entre a população em geral, de 49% para 58%, segundo estudo realizado pela Croma Consultoria.
As pessoas valorizam cada vez mais representações verdadeiras e inclusivas na publicidade
Segundo dados da Olderversity, 64% dos entrevistados gostariam de ver mais anúncios com elementos de diversidade. Edmar Bulla, idealizador do estudo, afirma que “Incluir elementos e representar efetivamente a diversidade nas propagandas destaca o contraste que existe no dia a dia, que é natural e deve ser valorizado. As marcas podem desempenhar um papel importante na desconstrução de estereótipos, preconceitos e discriminação.”
Um exemplo de publicidade com diversidade é o novo filme da companhia telefônica que patrocina oficialmente o Team Brasil, que lançou uma nova campanha que destaca o tema da vitória de Ayrton Senna. Com músicas que marcaram gerações, a marca tem como objetivo promover o engajamento do público com os atletas brasileiros às vésperas dos Jogos Olímpicos de Paris.
O destaque da campanha, intitulada “Ouro é inspirar novos tempos”, é um filme que destaca a influência dos atletas na sociedade atual, entre eles a judoca Rafaela Silva. Além de outros atletas de destaque, como a skatista Rayssa Leal, o jogador de futebol Vini Jr, o surfista Gabriel Medina e o velocista Alisson dos Santos.
Danielle Vilhena, que recentemente liderou projetos estratégicos e produção de conteúdo para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e Seleção Brasil, incluindo os Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 e os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, declarou que os Jogos Olímpicos de Paris serão um grande marco para muitas agendas sociais importantes e necessárias.
“Temos, entre outros, o empoderamento feminino, a equidade no número de mulheres participantes e também o envolvimento da comunidade LGBTQIAPN+, cada vez mais engajada nas conversas e nos propósitos. Na busca pela diversidade e representatividade, serão criadas iniciativas durante os Jogos para estimular a inclusão e o respeito entre os mais diversos públicos, propagando genuinamente os valores olímpicos em uma ampla esfera social”, afirmou Danielle.
Uma das maiores vencedoras da história das águas abertas chega aos Jogos Olímpicos de Paris 2024 em busca do segundo ouro. Mas a luta de Ana Marcela Cunha não se limita à maratona aquática. Em Tóquio 2020, ela dedicou a medalha “a todos aqueles que lutaram pela defesa dos direitos das mulheres e das pessoas LGBT”. Assim como Ana Marcela, Arthur Nory vai a Paris conquistar mais uma vitória, agora declarada, ao expressar seu relacionamento com João Otávio Tasso, em 2021