O príncipe Harry disse em entrevista ao documentário “Tabloids on Trial” que os tablóides foram os grandes responsáveis pela sua saída da monarquia britânica, com a sua esposa, Meghan Markle. Com estreia prevista para 25 de julho, em prévia divulgada pela ITV, emissora responsável pela produção, o duque de Sussex revela os motivos para tomar medidas legais contra as publicações, alegando diversos atos ilegais, como hacking telefônico.
Segundo Harry, sua experiência com a imprensa britânica gerou “muita paranóia, medo, preocupação, desconfiança nas pessoas ao seu redor”. Um dos casos mais conhecidos é a sua ação contra os jornais Mirror Group. Em dezembro passado, um juiz decidiu que houve escutas telefônicas “extensas” em relação a Harry e concedeu-lhe uma indenização de mais de £ 140.000. Uma decisão que foi considerada por Harry como uma “vitória monumental”.
Harry vai na contramão de seu irmão, o príncipe William, que em 2020 teria recebido secretamente uma “grande soma de dinheiro” dos jornais News Group em um suposto “acordo secreto” com a realeza.
No documentário, pergunta-se aos Sussex o quanto sua determinação em lutar contra os tablóides pode ter influenciado seu relacionamento com a família. “Essa é certamente uma peça central para isso”, explica ele.
“Essa é uma pergunta difícil de responder porque tudo o que digo sobre a minha família resulta numa torrente de abusos por parte da imprensa… Deixei bem claro que isto é algo que precisa de ser feito. Seria bom se nós, você sabe, fizéssemos isso como uma família. Acredito que, novamente, do ponto de vista de serviço e quando você desempenha um cargo público, essas são as coisas que deveríamos fazer para um bem maior. Mas estou fazendo isso pelos meus motivos.”
Questionado sobre sua decisão de não falar abertamente sobre o assunto, Harry continuou: “Acho que tudo o que aconteceu mostrou às pessoas qual é a verdade sobre o assunto. Para mim, a missão continua, mas sim, existe. Como você disse, causou parte de uma rachadura.
Ele ainda afirma acreditar que sua mãe, Diana Spencer, foi “provavelmente uma das primeiras pessoas a ser hackeada”. Vale lembrar que Lady Di, como era conhecida, foi alvo de diversos tablóides durante a década de 1990 e morreu após um acidente de carro, provocado por uma perseguição de paparazzi, no dia 31 de agosto de 1997.