Detonautas
uma das bandas mais famosas dos anos 2000 do rock nacional, premiada com entrevista exclusiva para esta coluna
para falar sobre sua participação no festival Semana Capital Moto
que aconteceu na semana passada em Brasília
(DF) e como observam a mudança de público em seus shows, onde jovens ganharam notoriedade
como o evento na capital federal.
Uma das últimas obras de Detonautas
O álbum
20 anos acústico
lançado no ano passado por Música Sony
contou com um repertório repleto de sucessos da banda, além de convidados especiais como Badauí
de CPM 22,
Lucas Silveira
de
Fresno
, Di Ferrero
de NXZero
Em adição ao Grupo Cultural AfroReggae
.
Neste trabalho, a banda liderada por Tico Santa Cruz
realizou trabalhos para atingir o público jovem, reelaborando seus arranjos naquele que considera o vocalista que “É muito importante que os jovens tenham esse lugar de destaque no nosso público”,
mas enfatiza firmemente que a banda sempre estará criando algo novo “porque o Detonautas não se apega ao seu passado.”
Confira a entrevista:
IG:
A Capital Moto Week está trazendo um público diferente, sendo notável a presença de muitos jovens aqui. Como banda consagrada, você acredita que esta pode ser uma oportunidade para os jovens conhecerem melhor o seu trabalho, como forma de dar-lhe um novo significado para o mercado atual?
Tico Santa Cruz:
” Cara, é fundamental, é fundamental que tenhamos jovens no nosso público, em geral, porque são eles que obviamente vão receber de geração em geração o conteúdo que a gente trabalha desde jovem, com 20 e poucos anos. O rock me pegou quando eu tinha 7, 8 anos por causa do rádio, quando tocava muito rock brasileiro. Se impactou a todos nós, acredito que impactará também o público mais jovem que está em contato com nossos shows, trazendo oxigênio para a cena.”
IG:
Em 2023 vocês lançaram um álbum acústico e o trabalho que vocês fizeram é perceptível, um trabalho cuidadoso, esteticamente no que diz respeito à sua musicalidade de revisitar a obra, mas neste álbum as músicas parecem ter sido preparadas justamente para o público jovem. Você seguiu esse caminho?
Tico Santa Cruz:
“Temos como alvo o público jovem. Sem dúvida. É claro que estamos acompanhados por uma geração que cresceu com os Detonautas, que também tem filhos, que já se casaram, que têm outra forma de se estabelecer no mundo e nós ver pais e filhos curtindo nossos shows e até ter Detonautas como trilha sonora em casa, isso é claro, muito claro para nós. Mas é importante que a gente consiga chamar a atenção dessas pessoas também através da música, mas também através do que temos que fazer. conversar com eles, em relação ao mundo, como encaramos o trabalho, nossas famílias, a forma como nos relacionamos com as pessoas, então é muito importante que os jovens tenham esse lugar de destaque no nosso público, que nós, através da nossa música, pode aproximá-los das músicas antigas, mas também das músicas novas que continuamos a criar porque o Detonautas não se apega ao seu passado.”
Fábio Brasil:
“E isso é engraçado, não é, porque a gente se refere a “música antiga”, mas para quem está ouvindo hoje, bate hoje, né? Então música não tem essa coisa de validade, tanto que a gente ainda fica emocionado por músicas super antigas, de outros tempos, que continuam passando de geração em geração…”
IG:
É o apelo deles…
Fábio Brasil:
“Sim. Acho que a força do trabalho está aí. É quando a gente consegue ultrapassar gerações. Somos uma banda há 27 anos, 20 anos desde o nosso primeiro álbum, então já percebemos o movimento das novas gerações aparecendo
em shows. Pode ser o pai levando o filho, o primo mais velho que mostrou nossas músicas e nosso trabalho acaba entrando no cancioneiro popular. Nós que estamos na banda nem percebemos muito porque estamos no dia a dia. Mas com o passar do tempo, a percepção muda.”
IG:
Na literatura dos Detonautas, a preocupação da banda com as questões sociais é sempre clara e sempre flagrante. Este sempre foi o seu princípio orientador. Esse fator continuará guiando os caminhos da Detonautas.
Tico Santa Cruz:
“Sempre que necessário seremos influenciados pelo que acontece no planeta. Isso impactará de alguma forma nas nossas composições, nas nossas reflexões e, obviamente, entendemos que a música é uma ferramenta muito importante para discutir as questões do universo, seja eles são sociais, políticos, românticos, filosóficos, existenciais, de qualquer natureza. Então, é através da música que podemos acessar o coração das pessoas e pelo menos aí apresentamos uma semente de reflexão que nos serve também. acontecendo e que isso seja de alguma forma retratado nas músicas para que elas ganhem força e alcancem as pessoas”.