Outro dia, me peguei navegando pelo feed do Instagram e, sem perceber, passei quase uma hora assistindo a vídeos curtos e aleatórios. Eu sei, eu sei… Não sou só eu! Hoje, todos competem por segundos de nossa atenção e as redes sociais se tornaram verdadeiros campos de batalha. Não admira que digam que vivemos “economia de atenção”, um lugar onde nosso bem mais precioso não é o dinheiro, mas sim os cliques, as curtidas e, o mais importante, os minutos (ou segundos) que conseguimos manter alguém engajado. E é aqui que surge um grande desafio para os pequenos empreendedores: Como se destacar e não ser apenas mais um post perdido entre danças e memes?
Imagine que você possui uma pequena padaria de bairro e está competindo com uma gigante do mercado que tem milhões de dólares para gastar em campanhas. Parece injusto, certo? Mas a verdade é que o jogo mudou. Se antes, para ter sucesso, bastava fazer um bom bagel e contar com a sorte dos clientes que passavam pela porta, hoje é necessária uma estratégia quase de guerrilha para chamar a atenção em meio ao caos digital. E, sem dinheiro para investir em superproduções, Como as marcas menores estão gerenciando? A resposta está na criatividade e no poder de se conectar de forma autêntica.
Enquanto as grandes empresas apostam em vídeos ultraproduzidos e roteirizados, muitas pequenas marcas estão descobrindo que autenticidade É o novo “luxo”. Em vez de tentar vender seus produtos de forma óbvia, algumas empresas passaram a contar histórias divertidas do cotidiano, mostrando os bastidores do negócio e interagindo com o público de forma genuína. E o curioso é que esse conteúdo, feito de forma mais simples e até improvisada, acaba se destacando porque não parece uma tentativa de venda.
Um exemplo prático é o uso de redes para construir uma comunidade em torno de um propósito. As empresas locais, por exemplo, não precisam de milhões de seguidores para criar impacto. Basta uma pequena tribo de fãs engajados que se sintam parte de algo maior. Quem nunca viu aquele pequeno restaurante que sempre responde aos comentários dos clientes com um meme ou faz piadas nos stories, e acaba criando um sentimento de pertencimento quase impossível para marcas gigantes alcançarem?
Outro ponto é que as marcas menores têm a liberdade de experimentar sem medo de errar. Nó Instagram e TikTok, por exemplo, vemos vídeos de pequenas empresas testando tendências, usando músicas populares ou até mesmo parodiando situações cotidianas que o público vivencia. Um vídeo de 15 segundos, mesmo com produção caseira, pode fazer maravilhas. E, diferentemente das grandes empresas que precisam de um “ok” de diversas camadas de gestão para publicar algo, as pequenas empresas têm agilidade. Se algo se tornar viral, você poderá reagir rapidamente e aproveitar o momento – uma vantagem que muitos subestimam.
Essa agilidade é o que permite que as pequenas empresas adaptem o conteúdo ao formato que as redes sociais exigem. Embora as grandes marcas produzam vídeos longos e altamente elaborados, muitas pequenas empresas se tornam virais mostrando um “faça você mesmo” ou uma receita rápida. O truque é oferecer algo útil, algo que faça a pessoa pensar: “Nossa, que legal, não sabia disso!”, e depois compartilhar com os amigos. É o famoso marketing boca a boca, agora em versão digital e instantânea.
E não se trata apenas de ser engraçado ou divertido. A utilidade também é um poderoso ímã de atenção. As empresas que compartilham dicas práticas – como uma loja de cosméticos que ensina maneiras criativas de usar os produtos ou uma pequena marcenaria que mostra tutoriais de reparos – estão atraindo milhões de visualizações. Essas marcas estão construindo um público fiel não vendendo, mas agregar valor ao dia a dia das pessoas. E é precisamente esta mais-valia que transforma seguidores em clientes.
Mas não é apenas o formato que importa; é o contexto. As marcas precisam falar a língua do público. Em vez de criar anúncios formais, que tal fazer um vídeo que brinque com as tendências atuais? Como, por exemplo, adaptar um meme famoso por encaixar seu produto de forma leve. Ou use música viral de fundo enquanto mostra os bastidores de sua produção. Aqueles que acertam esse tom geram conexão instantânea e, mais importante, parecem menos “marca” e mais “pessoas como nós”.
Em última análise, a economia da atenção é um jogo de relevância e conexão. E é aqui que as pequenas marcas têm uma vantagem que muitas vezes subestimam: a capacidade de ser real. Eles têm o poder de criar um relacionamento direto com cada seguidor, cada cliente. Eles podem responder aos comentários como se estivessem conversando com um amigo. Eles podem demonstrar vulnerabilidade, falar sobre desafios e até cometer erros em público — algo impensável para grandes corporações.
Então, como sobreviver nesse mundo de danças e vídeos curtos?
Simples: ser autêntico, criar uma comunidade engajada e oferecer algo que realmente valha a pena. Se as grandes empresas têm dinheiro para financiar campanhas espectaculares, as pequenas empresas têm a capacidade de ouvir, de falar e de ser algo que as pessoas querem ver – não porque estejam convencidas a ver, mas porque sentem que realmente faz parte suas vidas. .
Num cenário onde cada segundo importa, as pequenas marcas não precisam gritar mais alto. Eles só precisam falar de uma forma que as pessoas queiram ouvir. E muitas vezes, o segredo está na simplicidade: mostrar que, por trás de um negócio, existem pessoas reais, fazendo algo com paixão. Afinal, autenticidade não é algo que você fabrica – é algo que você sente. E, no final, é isso que nos faz parar, mesmo que por alguns segundos, para ouvir o que aquela marca tem a dizer.
Gustavo Caetano Ele é empresário, palestrante e autor de best-sellers!