Uma das ações do Governo do Estado para encontrar alternativas para enfrentar os desafios de saúde da população catarinense é incentivar a pesquisa e a inovação. Nesta quarta-feira, 3, o Estado anunciou R$ 12 milhões em recursos para o desenvolvimento de estudos envolvendo os mosquitos maruim e Aedes aegypti. Os três editais de financiamento foram lançados pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), e são destinados a pesquisadores vinculados a Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (TICs) públicas e privadas, sem fins lucrativos, e a empresas sediadas no estado.
O presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto, explica que a demanda direta dos municípios e da comunidade fez a Fapesc pensar em elaborar editais sobre os mosquitos maruim e Aedes Aegypti. “Temos um problema muito evidente com o crescimento do Aedes aegypti e das doenças que ele transmite. Isso já havia recebido atenção das nossas Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação e agora combinamos a demanda da comunidade com a capacidade dos nossos cientistas com apoio do Governo do Estado na divulgação deste edital de pesquisa”.
Sobre os editais de pesquisa e inovação para controle da superpopulação do mosquito maruim, o presidente da Fapesc reforça que o inseto tem causado problemas à saúde da população que necessitam de estudo. “Temos uma grande capacidade técnica e científica em nosso estado, nas áreas médica e agronômica, por exemplo, que pode ser utilizada no combate ao inseto. Temos que reduzir a população do mosquito, entender a doença e tratar”, afirma o presidente da Fapesc.
O secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi Silva, reforça que trabalhar com pesquisa e inovação é fundamental para a saúde catarinense. “Recebemos uma determinação do governo Jorginho Mello para atuar de forma inovadora no combate ao Aedes aegypti e, mais recentemente, ao maruim, especialmente na cidade de Luiz Alves. Esse aporte de R$ 12 milhões, com a parceria da Fapesc e da prefeitura de Luiz Alves, deixa claro que a luta é constante, com inovação, pesquisa e participação de toda a sociedade”, reforça o secretário.
Segundo o prefeito do município de Luiz Alves, Marcos Pedro Veber, o município acolhe com entusiasmo os editais que visam controlar a superpopulação do mosquito maruim. “A forma como a Fapesc lidou com essa situação, em conjunto com a Secretaria de Saúde, é muito importante. O município de Luiz Alves e toda região que sofre com a infestação do maruim passa por um momento muito delicado. Com esses investimentos em pesquisa e inovação, temos certeza de que a proposta e a política pública trabalharão juntas e controlarão a circulação desse encarte, devolvendo a qualidade de vida da nossa população.”
Mosquito marinho
Em março de 2024, o município de Luiz Alves, no Vale do Itajaí, declarou situação de emergência devido à infestação de maruínas. O mosquito é responsável pela Febre Oropouche, conhecida como “doença do maruim”, que faz com que pessoas infectadas apresentem sintomas semelhantes aos da dengue e Chikungunya, como dores de cabeça, dores musculares e articulares, além de náuseas e diarreia.
A presença do maruim também está sendo detectada em outros municípios catarinenses, o que levou a Fapesc a desenvolver duas chamadas públicas: uma para pesquisa científica e outra para desenvolvimento de produtos, serviços e processos inovadores.
O Edital 36/2024, destinado a pesquisadores, apoia projetos de pesquisa sobre aspectos biológicos e ecológicos do mosquito, controle e monitoramento da superpopulação do maruim e conta com aporte de recursos da Fapesc na ordem de R$ 3 milhões.
Os projetos enviados à Fapesc podem ser de uma ou mais linhas de pesquisa: desequilíbrio ecológico e ambiental; controle e gestão e saúde única. Serão selecionados seis projetos, dois em cada linha de pesquisa, que receberão até R$ 500 mil cada. O edital prevê a contratação de bolsistas com perfis que vão desde estudantes de graduação até doutores. Os valores das bolsas variam de R$ 900 a R$ 5.850,00.
Outro edital sobre o mosquito maruim é o 35/2024, que apoiará uma proposta de até R$ 3 milhões, apresentada por uma empresa sediada em Santa Catarina, para o desenvolvimento de produtos, serviços ou processos inovadores com o objetivo de promover o controle sustentável do mosquito. superpopulação de insetos.
Envio de projetos até às 18h do dia 5 de agosto no Sistema SIGFapesc.
Envio de propostas até às 18h do dia 12 de agosto no Sistema SIGFapesc.
Aedes aegypti
Segundo dados do Boletim Epidemiológico nº 20/2024, último levantamento divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, com dados até 17 de junho de 2024, o número de casos prováveis de dengue em Santa Catarina é 151,18% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Mais de 44,2 mil focos do mosquito Aedes aegypti já foram localizados em 254 municípios catarinenses. Dos 295 municípios catarinenses, 169 são considerados infestados pelo vetor.
Nesse contexto, a Fapesc lançou o edital 37/2024, que apoiará com R$ 6 milhões a realização de estudos científicos, tecnológicos ou de inovação voltados ao desenvolvimento de estratégias de controle do Aedes aegypti, além da prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças transmitidas ao o vetor, incluindo medidas de educação continuada em saúde.
Os projetos submetidos poderão ser de uma ou mais linhas de pesquisa: controle, saúde única e educação. Serão selecionadas propostas de pesquisa no valor de até R$ 1 milhão cada. O edital prevê a contratação de bolsistas com perfis que vão desde estudantes de graduação até doutores. Os preços variam entre R$ 900 e R$ 5.850,00.
Envio de propostas até às 18h do dia 5 de agosto no Sistema SIGFapesc.