Os métodos contraceptivos são conhecidos pelas mulheres há muitos anos e vieram revolucionar o planeamento familiar e a saúde feminina. No entanto, à medida que mais opções se tornam disponíveis, muitas pessoas se perguntam qual opção é melhor para suas necessidades individuais. De pílulas a dispositivos intrauterinos e métodos naturais e emergentes, a variedade pode ser confusa. A ginecologista Gabriela Effting Crema, da clínica Belvivere, explica as alternativas mais eficazes e seguras e as últimas inovações.
Segundo Gabriela, o método anticoncepcional mais eficaz disponível atualmente é o implante subdérmico, o Implanon. “O índice de insucesso é de cinco mulheres a cada 10 mil, superando até mesmo a laqueadura (laqueadura tubária), que tem índice de insucesso de cinco a cada mil mulheres”, explica a ginecologista. “Depois do implante subdérmico, os métodos mais eficazes são o DIU hormonal, o DIU de cobre e a laqueadura tubária”, acrescenta.
Os métodos anticoncepcionais hormonais combinados, como pílulas anticoncepcionais, injeções, adesivos e anéis vaginais, atuam liberando no organismo hormônios que inibem os responsáveis por estimular a ovulação, ou seja, a paciente não ovula, o que evita a chance de gravidez.
“Os DIUs hormonais agem atrofiando o endométrio (a camada que reveste o útero internamente) e engrossando o muco cervical para que os espermatozoides não possam entrar no útero ou fertilizar o óvulo. O implante subdérmico, por sua vez, possui vários mecanismos combinados, impedindo a ovulação, espessando o endométrio, alterando o muco cervical e a motilidade da tuba uterina”, detalha.
Segundo Gabriela, a vantagem dos métodos anticoncepcionais de barreira, como a camisinha, é a proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. “Além de ser acessível e fácil de usar. As desvantagens incluem a necessidade de usá-lo em todas as relações sexuais e a possibilidade de quebra ou escorregamento. Portanto, recomendamos usá-lo com outros métodos. Mas é importante destacar que é o único método que previne infecções sexualmente transmissíveis”, garante.
Métodos contraceptivos de longo prazo
A ginecologista explica que os métodos anticoncepcionais de longa duração, como DIU e implantes subcutâneos, têm eficácia superior a 99% porque não dependem de a paciente se lembrar de tomá-los todos os dias. “Eles não interagem com medicamentos e não causam vômitos ou diarreia, por exemplo, e duram vários anos”, afirma.
Métodos contraceptivos masculinos
Assim como as mulheres, os homens também possuem métodos contraceptivos. “Para os homens está disponível a vasectomia e o uso de preservativo masculino. A vasectomia é um procedimento cirúrgico que bloqueia os ductos que transportam os espermatozoides, considerado um método irreversível. Em tese, pode-se tentar reconectar os dutos depois, mas nem sempre a reversão é conseguida”, comenta.
Os métodos contraceptivos naturais envolvem monitorar os sinais do ciclo menstrual para identificar os períodos férteis e evitar relações sexuais durante esses períodos. “São menos eficazes que os métodos tradicionais e exigem maior envolvimento e controlo por parte do casal. Isso ocorre porque a fertilidade pode variar entre os diferentes ciclos menstruais e os sinais do corpo podem ser difíceis de interpretar corretamente. O método da temperatura basal envolve o monitoramento diário da temperatura corporal basal, que é a temperatura de repouso mais baixa do corpo. Durante a primeira metade do ciclo menstrual, a temperatura basal é geralmente mais baixa. Após a ovulação, a temperatura basal aumenta devido aos efeitos dos hormônios progesterona. Ao registrar a temperatura basal todos os dias é possível identificar o aumento da temperatura que indica a ovulação”, explica Gabriela.
Contracepção de emergência
A ginecologista da clínica Belvivere lembra que existem opções de contracepção de emergência que incluem a pílula do dia seguinte e o DIU de cobre. “Esses métodos devem ser utilizados em casos de relação sexual desprotegida ou falha do método anticoncepcional regular, preferencialmente até 72 horas após tal relação”, garante.
Como escolher um método contraceptivo adequado
Gabriela explica que para escolher o método anticoncepcional mais adequado de acordo com sua saúde e estilo de vida, é importante consultar um profissional de saúde que possa avaliar as necessidades individuais. “É importante avaliar a presença de contraindicações e fazer orientações personalizadas. Cada paciente é único e tem desejos e prioridades diferentes. Nem sempre o método anticoncepcional que funcionou para um amigo ou familiar será o melhor para você”, reitera.
A ginecologista garante que os riscos e efeitos colaterais associados aos diferentes métodos contraceptivos podem variar. “Alguns efeitos colaterais comuns dos métodos hormonais incluem alterações hormonais, irregularidades menstruais, dor de cabeça, náusea e sensibilidade mamária. O método não hormonal, como o DIU de cobre, pode causar aumento do fluxo menstrual e cólicas”, ressalta.