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uíza Fiorese tinha entre 8 e 9 anos quando começou a praticar handebol em Venda Nova do Imigrante, interior do Espírito Santo. Mesmo adorando o esporte, ela foi diagnosticada com osteossarcoma – um tipo de câncer ósseo – no fêmur esquerdo, o que a tirou das quadras (pelo menos naquele momento). Seis anos depois, enquanto participava de um programa de TV, foi contatada por uma atleta de vôlei sentado que viu em Luiza potencial para se tornar para-atleta da modalidade. Desde então, ela não parou.
Agora, em Paris, Fiorese sonha com um ouro inédito nas Paraolimpíadas do vôlei sentado. “Acho que isso mostra muito [as mulheres terem conquistado a primeira medalha olímpica no vôlei sentado]. O esporte em geral sempre foi machista, certo? E não é diferente no esporte paralímpico. É claro que temos feito grandes avanços e esperamos que isso se expanda cada vez mais”, reconhece Fiorese ao CAPRICHO .
Neste esporte, a seleção brasileira estreou nos Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008. Mas na época apenas a seleção masculina competia. Somente quatro anos depois, em 2012, o Brasil teve seleções femininas e masculinas disputando as Paraolimpíadas. Naquele ano, ambos conquistaram o quinto lugar. Ao jogar em casa, no Rio 2016, a seleção feminina conquistou o bronze – a primeira medalha olímpica do país na modalidade. Em Tóquio 2020, nossas meninas conquistaram mais uma medalha de bronze.
A paraatleta Edwarda De Oliveira começou a jogar vôlei justamente para agilizar o processo de adaptação de sua prótese. “Me apaixonei na hora, comecei a treinar com o time da minha cidade em 2009, em 2012 fui descoberto em um campeonato no Paraná onde me convidaram para aprender sobre vôlei sentado, que até então eu não sabia que existia. No final de 2012 eu já estava na seleção brasileira”, conta CH .
Verdadeira potência paralímpica, o Brasil entrou 7º lugar na classificação geral dos Jogos Paralímpicos de Tóquio e a expectativa é que nos Jogos Paralímpicos de Paris o país fique entre os 10 primeiros. Até esta quarta-feira (4), o país ocupava a 5ª colocação, com 50 medalhas, atrás de França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e China, respectivamente .
Mas CAPRICHO, como funciona o vôlei sentado? Não se preocupe, nós explicaremos para você: n No voleibol sentado podem competir homens e mulheres com deficiência física ou de mobilidade. No total, são seis jogadores de cada lado que disputam sets de 25 pontos. A equipe que completar três sets vence a partida.
Outra regra essencial do esporte é que os jogadores precisam bater na bola com o corpo em contato com a quadra. Além disso, existem duas classes, separadas pelo grau de deficiência dos paraatletas. Na classe VS1 estão aqueles com deficiências mais graves que têm maior impacto na função. A classe VS2 inclui atletas com deficiências mais leves.
Mente sã, corpo são
A preparação mental dos atletas é tão importante quanto a preparação física no ciclo olímpico. Assim que termina uma Paraolimpíada, o trabalho de toda a comissão técnica e dos paraatletas recomeça, daí a importância de cuidar da saúde mental durante todo esse período, que varia entre três e quatro anos. Para os Jogos de Paris, o ciclo de preparação foi mais curto, apenas três anos. Isso porque as Paraolimpíadas de Tóquio foram realizadas em 2021 devido à pandemia de Covid-19.
“Faço muita terapia e posso garantir que o motivo do meu bom desempenho é graças a todos esses cuidados. Exercitar a mente é tão importante quanto exercitar o corpo, ter esse equilíbrio é essencial. Afinal, mente sã – corpo são”, afirma Edwarda, que faz terapia. Além do vôlei sentado, o paraatleta também pratica parabadminton.
Faço muita terapia e posso garantir que o motivo do meu bom desempenho é graças a todos esses cuidados. Exercitar a mente é tão importante quanto exercitar o corpo.
Luíza Fiorese, atleta paralímpica
Luiza, por sua vez, também acredita que o preparo mental pode fazer a diferença em quadra. Ela conta que teve ajuda de um profissional da própria confederação para conseguir o suporte necessário, além das sessões de terapia. “Sou o mais jovem da equipe. Então, tive muitos problemas com autoconfiança. Todo esse trabalho me ajudou a focar melhor e me fez entender que posso entregar o meu melhor. Quando tenho um bom headspace sinto que atuo muito mais em quadra”, disse ela.
O uniforme paralímpico
A parceria entre a ASICS e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) foi responsável por pensar no desenho do uniforme paralímpico da nossa delegação. E tudo isso foi um marco, sabe? Isso porque, pela primeira vez na história, estão sendo vendidos os uniformes das nossas seleções paraolímpicas, uma forma de aproximar o público da potência que o país já demonstra nos jogos.
Felipe Pontual, gerente de Marketing Esportivo da ASICS Latin America, explica que a parceria foi firmada em 2023 e realizada com testes e conversas com atletas para desenvolvimento de peças pensei na acessibilidade dos uniformes.
“O resultado foi uma coleção que alia funcionalidade à estética do produto, trazendo importantes detalhes de inclusão, como alças nas alças, calças com zíper na lateral próxima ao tornozelo para facilitar o uso por atletas com próteses, e etiquetas internas em braille que destacam as cores correspondentes para auxiliar na seleção das roupas”, destacou CH .
A coleção completa do uniforme inclui jaqueta pódio, moletom, camiseta oficial, camisa pólo, shorts de compressão e tênis.