O ator Reynaldo Gianecchini comentou sobre o processo de descoberta de sua sexualidade após ser considerado um dos maiores galãs da TV Globo em anos. Em entrevista ao Splash, ele viu o convite para a peça “Priscilla – A Rainha do Deserto” como uma boa oportunidade para se entender como queer e falar sobre isso com o público.
“Eu pensei que era uma loucura [o convite]. Eu falei: ‘deixa eu pensar’, porque nunca tinha feito um musical, é uma grande coisa, principalmente para quem não está na área”, disse o artista sobre o papel, que é seu primeiro musical na carreira.
Reynaldo Giannecchini interpreta a drag queen Tick/Mitzi. “Demorei muito para decidir, pensei muito e disse: ‘Quero encarar esse desafio e me desenvolver neste lugar. , mas eu aceitei'”. A peça, para o ator, é uma forma de mostrar sua versatilidade e desconstruir a imagem de ‘galã’.
“Nunca pedi esse rótulo. Você meio que se encaixa em um lugar, dá certo e você corre o risco de ser rotulado, mas nunca tive medo de perdê-lo. Sempre quis romper com esse rótulo, ou nem é isso, eu só queria interpretar todos os personagens”, argumentou. .
“Eu sabia da importância da ‘Priscila’ na hora de aceitar e também do que poderia trazer”, reconheceu Giannechini. O veterano também relatou que sofreu preconceito na escolha do papel. “Quando comecei a postar fotos drag, abalei essa visão sombria e preconceituosa das pessoas e recebi muitos comentários homofóbicos”, disse ele.
Em “Priscilla – A Rainha do Deserto”, a artista interpreta uma personagem que vivencia a insatisfação com sua vida de drag queen e se pergunta se o filho irá aceitá-lo. Para a atriz, a trama lembra uma conversa sobre sua sexualidade com o público.
“Eu me vejo como parecido. Parece que o personagem sempre chega em um momento muito importante. Não é por acaso que escolho esse personagem, porque o processo para criá-lo vai esbarrar em coisas que estou vivenciando”, comparou .
Embora o papel tenha mudado sua vida quando o assunto é a conversa sobre a vida LGBTIQAPN+, Giannechini afirma que as especulações sobre sua sexualidade já são repetitivas e que, agora, não há mais o que falar sobre esse assunto.
“Já está feito, né? Já falei tudo que tinha para falar. Sei que a sexualidade é sempre muito polêmica, porque as pessoas não entendem a complexidade. Querem sempre tratar como algo que resolve dizendo que é isso ou isso eu acho que a Sexualidade é uma conversa para você sempre se aprofundar e cada um tem a sua, né?”, finalizou.
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