Os festivais de cinema oferecem uma grande oportunidade para escapar da bolha e da agitação dos serviços de streaming. Esta semana é hora de Mostra de Cinema Africano criado pelo pesquisador Ana Camila Esteves assumindo as capitais de São Paulo e Bahia.
Este é o único festival no Brasil dedicado exclusivamente à exibição de filmes africanos contemporâneos. A programação, que começou na última quarta-feira (11), segue até o dia 18 em São Paulo com prévias e rodas de conversa no Cinesesc (Rua Augusta, 2.075 – Cerqueira César). De 18 a 25 o Festival chega a Salvador com sessões em Circuito de Cinema Saladearte da UFBA, Cine MAM e Cinema do Museu, além do Cineteatro 2 de Julho (IRDEB – Federação).
Nesta edição apresentaremos 20 longas-metragens e 7 curtas-metragens de 16 países do continente africano, vários deles novos no Brasil, e um programa paralelo em torno de marcos históricos como o 30 anos de liberdade na África do Sul , 30 anos de genocídio em Ruanda e o centenário de Amílcar Cabral (1924-1973) líder revolucionário da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.
Um dos destaques é a triagem antecipada de “Chá Preto – O Aroma do Amor” (2024), filme de Abderrahmane Sissako com distribuição de Imovisão sobre a saga de uma jovem da Costa do Marfim que deixa o noivo no altar para começar uma nova vida na China. Conhecido por debater questões de globalização e migração em suas produções, o premiado cineasta mauritano está no Brasil especialmente para sessões de comentários sobre seu novo filme e masterclasses.
Outra agradável surpresa é a exibição de “Banel e Adama” (2023), longa-metragem do jovem franco-senegalês Ramata-Toulaye Sy que competiu Palma de Ouro em Cannes e foi exibido no último Festival do Rio . A história senegalesa conta os dilemas de um casal de uma pequena aldeia confrontado pelas convenções locais.
O filme “Pirinha” (2024), realizado pelo cabo-verdiano Natasha Craveiro também é uma ótima opção para ampliar seu repertório. A trama acompanha a jornada de uma jovem enquanto ela luta para se libertar das prisões internas de seu subconsciente e superar traumas de infância.
Traumas coloniais, racismo e epistemicídio também estão em foco na sessão especial de documentário. Vale a pena conferir “O túmulo vazio” (2024), de Agnes Lisa Wegner e Cece Mlay. Confira a programação completa com dias e horários das sessões no site oficial da Mostra de Cinema Africano.
Quando? De 11 a 18 de setembro
Onde? Cinesesc – Rua Augusta, 2075 – Cerqueira César.
Como? Ingressos a partir de R$ 8 (Credencial Sesc Completa), R$ 12 (meia) e R$ 24 (completa)