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Colocar fim a um relacionamento muitas vezes não é uma tarefa simples. A decisão envolve um misto de sentimentos e preocupações – mesmo sabendo que fechar alguns ciclos é necessário e importante. A maneira como você faz isso, entretanto, pode fazer a diferença. Dado que Sim, é possível terminar um relacionamento com responsabilidade emocional .
Antes de debater e dar dicas de como fazer isso, é preciso ter em mente que existem diferentes tipos de relacionamentos, dos casuais aos mais estáveis, e também diferentes circunstâncias de término. Portanto, cada casal lidará de uma forma única, mas ainda assim podemos pensar em conselhos que sejam válidos para a maioria das pessoas e situações.
Ao acompanhar muitas terapias de casal, a psicóloga de relacionamento Giuliana Cleto observou que, por terem dificuldade de se comunicar abertamente, as pessoas acabam escolhendo caminhos prejudiciais na tentativa de encerrar o relacionamento. “Eles passam a agir de forma fria ou distante e isso pode causar muito sofrimento”, explica ela em entrevista ao CAPRICHO.
O primeiro ponto que a psicóloga destaca, ao falar em rescisão na perspectiva da responsabilidade afetiva, é que as pessoas envolvidas no relacionamento precisam estar alinhadas por meio de uma comunicação aberta e sincera – inclusive quando as coisas não estão indo bem. “É realmente dizer ‘olha, não estou mais me sentindo confortável nesse relacionamento’ e dizer a eles como você se sente”, diz ela.
Em tempos de fantasma o bom e velho diálogo torna-se essencial, inclusive aquele que devemos manter conosco mesmos. Giuliana ressalta que a comunicação começa com nós mesmos, ou seja, é preciso olhar para os próprios sentimentos e se perguntar o que você quer no relacionamento, por que isso não basta, o que mudou em você. “Primeiro é preciso ser honesto consigo mesmo”, argumenta a psicóloga, que acrescenta o quanto a terapia ajuda nesse processo de autoconhecimento e análise.
Agora, quando você tiver certeza de que o relacionamento não é mais seu, alguns limites foram ultrapassados ou você simplesmente não está mais feliz dessa forma, é hora de encarar isso e transmitir sua decisão para a outra pessoa. A dica de Giuliana é encontrar um ambiente mais calmo e confortável para conversar e ouvir a pessoa. Locais muito movimentados e barulhentos podem não ser uma boa ideia.
“Você pode iniciar esta conversa dizendo: ‘Olha, temos algo para conversar. Vou falar por mim e depois vou dar espaço para você ouvir o que você tem a dizer também’”, aconselha a psicóloga. Depois é interessante apresentar para a outra pessoa os pontos e motivos pelos quais você está encerrando o relacionamento. “Não temos mais a mesma troca, não estamos fazendo bem um ao outro”, exemplifica.
Caso a outra pessoa não aceite o fim ou insista em manter o relacionamento, no qual você não se sente mais confortável, é preciso estabelecer limites e ser firme. “Ao mesmo tempo que você precisa acolher e entender que a pessoa está sofrendo, você deve manter a postura e a firmeza no que pensa”, afirma Giuliana.
“Quando falamos de responsabilidade emocional, devemos entender que falamos dos nossos sentimentos para que a outra pessoa entenda, mas não controlamos o que ela sente e pensa”, finaliza a psicóloga.
A maioria dessas dicas foi elaborada em relação a uma dinâmica de casal saudável. Quando falamos em terminar relacionamentos abusivos, o cenário é diferente, assim como os cuidados, já que muitas vezes uma conversa aberta não é possível e não funciona. Nestes casos, a rede de apoio é ainda mais importante: peça ajuda à família, aos amigos e a um profissional de saúde mental.