O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira, 30, o Dia Nacional do Funk. A data passou a ser comemorada anualmente no dia 12 de julho, conforme publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 31.
Em vídeo publicado nas redes sociais com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula destaca que o Funk é “muito mais que um gênero musical”. O presidente classificou o estilo brasileiro como “uma plataforma de transformação social que denota a voz, a identidade e a resistência das periferias”.
“Reconhecimento mais que merecido para uma cultura que nasceu na periferia e conquistou o Brasil e o mundo. Hoje ganhamos medalha com nossas ginastas em Paris e o Funk esteve presente”, afirma Lula em trecho da mensagem.
No vídeo, Padilha, autor do projeto quando ainda era deputado federal, reforçou que a sanção para a data é o “reconhecimento do Estado brasileiro por esta iniciativa cultural que gera muita valorização e emprego para a juventude”.
No Brasil, o Funk Day já era comemorado em São Paulo, desde 2016. No estado, a data escolhida, por proposta de Leci Brandão e sancionada pelo então governador Geraldo Alckmin, foi 7 de julho. O dia faz alusão ao assassinato do cantor MC Daleste, em 2013, durante show em Campinas. A ideia era que a celebração permitisse que os artistas do gênero fossem reconhecidos e protegidos contra qualquer tipo de discriminação.
Como surgiu o Funk no Brasil?
Com ritmo derivado do estilo americano música soulGênero derivado do Blues, o Funk surgiu no Brasil no final da década de 1970, quando aconteceram as primeiras festas autodenominadas funk na zona sul do Rio de Janeiro.
Entre 1980 e 1990, com forte influência da MPB e ritmo mais acelerado trazido pela também americana Baixo MiamiO funk ganhou espaço nas comunidades cariocas, passando a ter uma identidade social carregada em letras que abordavam o cotidiano da periferia.
Inicialmente marginalizado por associar constantemente questões de violência, criminalidade e defesa das drogas, o Funk ganhou destaque internacional e espaço na mídia a partir dos anos 2000, com o surgimento do ritmo ‘ostentação’, que abordava o desejo de ascensão social dos jovens que viviam nas comunidades.
Hoje, o funk é considerado uma representação cultural do Brasil no mundo, presente em mega festivais ao redor do mundo, como o Coachella, e até em apresentações olímpicas, como o solo da ginasta Rebeca Andrade, que conquistou a medalha de bronze na terça-feira, 30. .