O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, listou três requisitos para que a X, rede social do bilionário Elon Musk, possa voltar a operar no Brasil. A plataforma estará offline em vários dispositivos a partir da meia-noite deste sábado, 31.
A ordem de suspensão de X deverá permanecer em vigor até que a empresa:
- cumprir todas as ordens judiciais expedidas pelo STF;
- pagar as multas fixas; e
- designar pessoa física ou jurídica como representante legal no Brasil. Se for PJ, também deverá haver um responsável administrativo.
Na lista de decisões ignoradas pelo X, segundo Moraes, estão ordens para suspender os perfis de apoiadores de Bolsonaro investigados pelo STF.
O ministro mencionou em sua decisão desta sexta-feira, 30, a descoberta de “participação criminosa e organizada de muitas pessoas para ameaçar e coagir delegados federais que atuam ou atuaram nos procedimentos investigativos contra milícias digitais e na tentativa de golpe”.
Entre os integrantes do grupo estaria a blogueira Alan dos Santosum fugitivo da justiça brasileira, e o senador Marcos do vale (PL-ES).
Moraes afirmou que a “conduta ilegal” de Musk e X no Brasil gerou, até o momento, multas de 18,3 milhões de reais. A última atualização da dívida ocorreu na quinta-feira, 29. O ministro exige o pagamento desse valor para analisar a volta da rede social ao ar.
Em outra decisão assinada na sexta-feira, ele levantou algumas das restrições que havia imposto ao uso de VPN e às lojas Apple e Google.
Inicialmente, Moraes deu às duas empresas um prazo de cinco dias para retirar o X de suas lojas online, além de impedir o uso de VPN. Provedores de internet, como Tim, Vivo e Claro, deverão introduzir “obstáculos tecnológicos capazes de inviabilizar o uso do aplicativo “X”.
Ao suspender a execução destas ordens, o juiz citou “a natureza cautelar da decisão” e a capacidade de X cumprir ordens judiciais anteriores. A desistência será válida “até que haja declaração das partes no caso, evitando qualquer transtorno desnecessário e reversível a terceiros”.
No entanto, continua aplicável uma multa diária de 50 mil reais a quem usar um “subterfúgio tecnológico”, como uma VPN, para acessar X após a suspensão.
Uma VPN, ou Rede Privada Virtual, serve para criar uma conexão criptografada entre o dispositivo de um usuário e a internet. Funciona, por exemplo, para ocultar sua navegação de terceiros. Seria uma forma dos internautas tentarem evitar a queda do X no Brasil.