O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, voltou a defender a regulamentação das redes sociais nesta quarta-feira, 22. Segundo ele, basta um artigo de lei ou uma interpretação do Supremo Tribunal Federal para implementar esse processo.
A afirmação foi feita no Seminário Internacional Inteligência Artificial, Democracia e Eleições, promovidas pelo TSE, no Brasil.
Segundo Moraes, não é aceitável que um único setor tente permanecer livre de regulação alegando que ótimos técnicos seriam “meros depósitos da livre expressão dos homens”.
“Porque promovem certas notícias que trazem mais benefícios económicos? Não são apenas depósitos, são empresas que querem obter lucro. Não há problema nisso, mas devem ser regulamentados”, afirmou o ministro. “Para mim, artigo da lei ou interpretação de que o STF em suma, julgando o artigo 19, seria suficiente. O que você não pode fazer no mundo real, você não pode fazer no mundo virtual. Você não precisa de mais nada. Você não precisa codificar 600 artigos.”
Na Câmara dos Deputados, por decisão de seu presidente, Arthur Lira (PP-AL), o chamado PL das Fake News voltou ao primeiro lugar. Com isso, a tarefa de analisar o assunto tende a recair sobre o STF, ainda que em termos distintos. O ministro Dias Toffoli já anunciou que divulgará até o final de junho uma ação sob seu relatório que questiona parte do Marco Civil da Internet.
O processo trata do artigo 19 do Marco, que trata das circunstâncias em que um provedor de serviços de Internet pode ser responsabilizado por postagens feitas por usuários da Internet.
A norma diz:
“Para garantir a liberdade de expressão e evitar a censura, o provedor de aplicação de Internet só poderá ser responsabilizado civilmente pelos danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específicanão tomar medidas para, no âmbito e limites técnicos do seu serviço e no prazo indicado, indisponibilizar os conteúdos identificados como infratores, salvo disposição legal em contrário.”
O Supremo Tribunal Federal foi instado a reconhecer a possibilidade de punir plataformas que permitam a circulação de cartazes com conteúdo golpista ou referências à violência contra determinados grupos sociais, independentemente de decisão judicial.
“A mídia tradicional deve seguir regras. É o binômio liberdade com responsabilidade. Tem um editor-chefe, ele analisa os fatos. ”, disse Moraes. “A mídia social não tem responsabilidade.