O governo federal planeja bloquear o acesso a sites estrangeiros que oferecem jogos de azar online Tigre da Fortuna
, atualmente uma das máquinas caça-níqueis mais populares do Brasil. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2025, tem como objetivo regularizar e controlar o mercado de apostas online no país, segundo informações obtidas pelo g1 junto a integrantes do Ministério da Fazenda.
O Fortune Tiger, também conhecido como “jogo do tigrinho”, foi desenvolvido por uma empresa sediada em Malta e é oferecido aos brasileiros por plataformas de apostas estrangeiras. Segundo fontes do Ministério da Fazenda, o jogo possui quase todas as características necessárias para cumprir a lei de apostas, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula em dezembro de 2023.
De acordo com a nova legislação, as plataformas de apostas podem oferecer jogos online como o Fortune Tiger, desde que:
a) Possuem odds fixas, onde o apostador sabe quanto vai ganhar com base no valor apostado e no resultado; b) O resultado é determinado aleatoriamente, utilizando um gerador aleatório de números, símbolos, figuras ou objetos.
Porém, outros jogos similares que utilizam roletas e símbolos podem não atender integralmente às condições legais para serem oferecidos no Brasil. Para garantir o cumprimento, todos os jogos devem ser certificados por empresas credenciadas pelo Ministério das Finanças. Atualmente, quatro empresas possuem esta autorização: Gaming Associates Europe Ltd, BMM Spain Testlabs, eCogra Limited e Gaming Laboratories International LLC.
Bloqueio de acesso a sites estrangeiros
A partir de 2025, o mercado regulamentado de apostas no Brasil exigirá que as empresas tenham sede no país e cumpram os padrões estabelecidos pelo Ministério da Fazenda, incluindo a certificação de jogos e a abertura de um domínio bet.br. Para evitar que jogadores continuem acessando sites estrangeiros, o governo pretende acionar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para bloquear o acesso a esses sites, com a colaboração das operadoras de internet.
Em ação recente, a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) entrou na Justiça para tentar impedir que sites de apostas não credenciados ofereçam serviços no estado. O Tesouro considera esta medida precipitada, mas vai ao encontro da intenção de regular e controlar o mercado.
Regras mais rígidas
Ainda neste mês, o Ministério da Fazenda deverá publicar sete portarias para regulamentar o mercado de apostas. Uma delas, divulgada nesta sexta-feira (12), estipula que as plataformas de apostas no Brasil terão que identificar e classificar os apostadores de acordo com o risco, além de reportar transações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão responsável pelo combate ao dinheiro. lavagem.
As demais portarias tratarão de:
- Regras para caça-níqueis virtuais e outros jogos online;
- Direitos e deveres das casas de apostas e dos apostadores;
- Prevenindo o vício em jogos.
Com estas medidas, o governo procura não só controlar o mercado de apostas, mas também garantir a segurança dos apostadores e prevenir atividades ilícitas associadas ao setor.