O Senado Federal adiou a votação do projeto de lei que pretende regulamentar a inteligência artificial no Brasil. O texto seria avaliado pela Comissão Temporária de Inteligência Artificial (CTIA) na Casa das Leis nesta terça-feira, 12, iniciando sua tramitação no plenário.
Pela nova decisão, a comissão criada sobre o tema realizará mais cinco audiências públicas para discutir o PL antes de avançar com qualquer votação.
O atraso ocorreu após pedido do senador astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que defendeu a necessidade de continuidade das discussões para tratar de avaliação de riscos, governança, autorregulação, boas práticas, fiscalização e inovação sustentável.
Embora não tenha sido votado, o relatório do PL, do senador Eduardo Gomes (PL-TO), foi apresentado na sessão desta terça e atualmente está em processo de análise coletiva. O documento altera o teor original do PL produzido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O relatório do político de Bolsonaro incluiu aspectos como proteção de dados, proteção trabalhista e um trecho sobre armas letais autônomas. A proposta assimilou vários assuntos de outros nove projetos em negociação, que o relator considerou prejudicados.
“Novas regras de proteção ao trabalho e aos trabalhadores foram incorporadas ao texto, organizadas em seção específica que determina a adoção de medidas para mitigar os efeitos negativos e melhorar os efeitos positivos da inteligência artificial”, explicou o repórter após entregar o documento. .
Gomes acrescentou ainda que o substitutivo seguiu tendências regulatórias adotadas durante a discussão sobre o tema no Reino Unido e nos EUA. Segundo ele, estes países promovem a cooperação entre autoridades sectoriais, com um equilíbrio para promover a livre iniciativa e a livre concorrência. Acatou total ou parcialmente 27 das 55 alterações apresentadas até a leitura do parecer e explicou a diretriz adotada em relação à responsabilidade civil.
“O texto editado optou por aplicar as regras gerais definidas no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor aos sistemas de inteligência artificial. Como enfatizado anteriormente, grande parte dos sistemas de inteligência artificial já está estabelecida no cotidiano da sociedade, e esses instrumentos jurídicos , pela experiência, já se mostraram idôneos”, declarou o senador.
Para modificar a proposta de Pacheco, o senador teria considerado também as discussões realizadas por uma comissão de juristas do Senado, a CJSUBIA, que apresentou um texto-base sobre o tema. O grupo realizou um total de 12 audiências públicas com a participação de membros do setor público, da academia, da indústria e do terceiro setor.
A comissão recebeu mais de 100 declarações escritas de entidades representativas da sociedade civil, órgãos governamentais, universidades e empresas de inteligência artificial. O Senado consolidou essas contribuições em nota informativa.
Leia o relatório completo abaixo:
DOC-SF248006057484-20240618_assinado
(Com informações da Agência Senado)