O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, astronauta Marcos Pontes, anuncia cerca de R$ 90 milhões em investimentos na Amazônia para a construção de 50 laboratórios remotos (SALAS), para a infraestrutura da Torre ATTO e para bolsas de pesquisa.
Fumaça vindo de incêndios na Amazônia e no Pantanal
atingiu pelo menos 10 estados brasileiros no último final de semana. Você viu? Esse fenômeno foi agravado por uma onda de calor que favoreceu a propagação da fumaça, resultando em céus cinzentos e poluídos em diversas capitais. O mês de julho de 2024 registrou o maior número de incêndios na Amazônia em duas décadas, com mais de 11 mil ocorrências, refletindo uma situação crítica. Apesar da queda do desmatamento, a intensidade das queimadas aumentou, afetando os povos indígenas, os produtores rurais das regiões e a população em geral. Essa fumaça compromete a qualidade do ar e a saúde da população.
Para o queimado
no Brasil, especialmente na Amazônia, no Pantanal e em outras regiões como São Paulo,
atingiu níveis alarmantes em 2024. O cenário atual expõe a ineficiência das ações do governo federal e a falta de iniciativa para combater a calamidade que o meio ambiente vem sofrendo. O problema requer uma análise crítica da questão. Dados Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
mostram que os incêndios aumentaram 78% em 2024 no Brasil. A Amazônia lidera entre os biomas mais afetados do país.
A Amazônia, maior bioma do Brasil e essencial para o equilíbrio climático global,
continua a ser o epicentro dos incêndios. A região concentra quase metade dos focos de incêndio, seguida pelo Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Pampa. O Pantanal, por sua vez, que é (ou foi) o maior bioma inundado do mundo, enfrenta situação igualmente crítica. Os incêndios intensificaram-se, destruindo a fauna e a flora locais e colocando em risco a sobrevivência de espécies únicas.
A fumaça dos incêndios se espalhou por uma vasta região do Brasil, incluindo São Paulo, onde a poluição do ar atingiu níveis perigosos para a saúde pública. A fuligem dos incêndios, combinada com outros poluentes, provoca um aumento dos problemas respiratórios. A qualidade do ar deteriora-se à medida que o governo não toma medidas preventivas eficazes.

Focos por bioma
Mas o problema não é novidade. Para se ter uma ideia, só em janeiro de 2024, mais de um milhão de hectares foram consumidos pelo fogo no Brasil, um aumento de 248% em relação ao ano anterior. No primeiro semestre foram consumidos quase 5 milhões de hectares, 78% do total era vegetação nativa. Os dados são de Monitor de incêndio
do MapBiomas.
Omissão governamental e necessidade de ação
Este aumento significativo levanta questões sobre o impacto ambiental, financeiro e de saúde da população, além de levantar dúvidas sobre a eficácia das atuais políticas de preservação impostas pelo governo. Em vez de se concentrar em responsabilizar os responsáveis, o governo deveria concentrar-se no planeamento estratégico baseado em informações recolhidas por especialistas e agências ambientais. A resposta do governo federal foi considerada omissão. O que vemos são respostas tardias e insuficientes, com ações que parecem mais voltadas para acalmar as críticas do que para resolver o problema de forma estruturada. A falta de fiscalização e punição e o desmantelamento das políticas ambientais facilitaram o problema. A negligência do governo em proteger esta área tão rica em biodiversidade é reflexo da falta de compromisso com a preservação do meio ambiente, mesmo com promessas eleitorais e internacionais de proteção do clima. Não podemos ser reativos a todos os desafios que aparecem. Precisamos ser mais proativos. A implementação de políticas públicas voltadas à preservação e recuperação dos biomas brasileiros, aliadas a uma fiscalização rigorosa, são essenciais para evitar que o ciclo de destruição se repita anualmente. A falta de uma abordagem proactiva e integrada no combate aos incêndios contribuiu para a interrupção da situação.
Diante dos incêndios de proporções históricas em São Paulo, o Pantanal e
Amazonas, o presidente Lula atribuiu os milhares de surtos a atos criminosos e às mudanças climáticas, sem reconhecer as falhas do governo federal, como os cortes no financiamento para prevenção e combate. Reafirmar a necessidade de ajuda internacional para combater as mudanças climáticas, destacando que os países mais ricos devem contribuir financeiramente, além de chamar de “negacionista” uma parcela da sociedade. Essa postura gerou críticas, pois mostra a contradição com as promessas de campanha de defesa do meio ambiente.
Em meio ao caos climático, governo federal liberou R$ 800 milhões para o setor
audiovisual, pela Lei Rouanet, para o setor audiovisual, com foco em filmes e séries que atendam a critérios de regionalização e diversidade. O dinheiro vai para artistas, como aqueles que fizeram forte campanha a favor da Amazônia no governo passado e estão desaparecidos nesta gestão. A ministra Margareth Menezes destacou a importância do alinhamento da política cultural às necessidades do setor, ao mesmo tempo em que discutiu novas formas de apoio à TV pública. Isso porque o país teve um déficit de R$ 68,7 bilhões no primeiro semestre de 2024.
Iniciativas no Senado e Ações Passadas
Como senador, tenho a honra de poder contribuir com o Planeta e com a saúde do mundo.
população, além de buscar soluções que resolvam problemas como esse. No Senado Federal tenho pelo menos 10 projetos de lei de minha autoria ou relatoria que visam proteger o meio ambiente e promover um futuro mais sustentável para as gerações futuras.
Dentre essas propostas destaco iniciativas como a criação do Prohidroverde,
um
programa nacional que visa promover a produção de hidrogênio verde (PL 3173/23); o incentivo de uso de aquecedores solares de água em residências
(PL 3492/23); e a mudança de Política Nacional sobre Mudanças Climáticas
fortalecer medidas de mitigação de gases de efeito estufa (PL 4364/23). Além disso, propus Política Nacional para Gestão Abrangente de Risco de Desastres
(PL 5002/23), o Política Nacional de Economia Circular
(PL 5723/23), e iniciativas para apoiar a indústria do hidrogénio de baixo carbono
(PL 5816/23). Como relator, trabalhei também para incluir o educação ambiental no currículo escolar
(PL 1873/2022) e estabelecer critérios para startups verdes
(PLP 117/2024).
Durante minha gestão como Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, de 2019 a 2022, instituí algumas ações voltadas à sustentabilidade e à inovação ambiental, com destaque para o investimento de R$ 50 milhões
no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis,
como bioquerosene e hidrogênio verde. A criação do Sistema Brasileiro de Laboratórios de Hidrogênio
(SisH2-MCTI) e o lançamento do Rede de Descarbonização
para promover tecnologias limpas e reduzir as emissões de carbono. Além disso, iniciativas como Plataforma de Biogás,
o projeto “Água Atmosférica MCTI”
em parceria com a Watergen, e a criação de sistemas de alerta de incêndio
para preservação ambiental e gestão de recursos hídricos. Promoveu a promoção de pesquisa em biocombustíveis, biotecnologia e preservação da biodiversidade,
com a criação
programas como Ciência Marinha
e participação em alianças internacionais para pesquisas oceânicas, reforçando o papel do Brasil no combate às mudanças climáticas e na proteção dos ecossistemas. Fui responsável por projetos que buscavam promover o uso de tecnologia para monitoramento e combate a incêndios, como Rede Pantanal,
além de incentivar a pesquisa de soluções sustentáveis para a preservação dos biomas brasileiros.
Também contribuí com algumas ações brasileiras na Antártida, destacando a inauguração da nova Estação Antártica Comandante Ferraz
em 2020,
que incluiu um investimento de R$ 2 milhões em equipamentos
laboratório. O MCTI também direcionou recursos do FNDCT para fortalecer o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR)
e a base de pesquisa Criosfera 2,
além de implementar o Plano de Ação Científica Brasileiro na Antártica.
Essas iniciativas visam ampliar o monitoramento ambiental na região e promover a ciência brasileira no continente congelado. A criação do Comitê Nacional de Pesquisa Antártica
reforça o compromisso do MCTI com a pesquisa científica de alto nível e a sustentabilidade ambiental na Antártida.
Tratei a Amazônia com muito carinho. Trabalhei para destinar importantes investimentos e iniciativas voltadas à pesquisa, conservação e desenvolvimento sustentável na Amazônia. Comum investimento de R$ 380 milhões,
o MCTI impulsionou projetos científicos na região,
incluindo o criação de laboratórios flutuantes e terrestres,
como o Laboratório Flutuante Vitória-Régia e o Selva do peixe-boi,
que monitoram a biodiversidade da Amazônia em tempo real. O Instituto Mamirauá,
apoiado pelo MCTI, recebeu certificações e desenvolveu tecnologias sociais, como NUTEA,
que enfoca as questões hídricas do bioma. Colaboração internacional, como o projeto AmazonFace
com o governo britânico, reforça a investigação climática global, enquanto o Programa SALAS
e o projeto Conectado ao Norte,
com o lançamento de cabos ópticos sub-fluviais, visam integrar e conectar comunidades ribeirinhas. Essas ações destacam o compromisso do MCTI em promover a ciência, a tecnologia e a sustentabilidade na Amazônia, beneficiando tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais.
Estes são exemplos de como o governo deve atuar: com base em dados e com planejamento estratégico visando a preservação do meio ambiente e do bem-estar da população. É necessário adotar medidas urgentes para conter e mitigar a propagação de incêndios e proteger os ecossistemas brasileiros, especialmente a Amazônia, que desempenha um papel tão importante no equilíbrio climático global.
A situação de incêndios no Brasil
É uma crise que requer atenção urgente. A fumaça que se espalha por diferentes regiões não é apenas um problema ambiental, mas também de saúde e segurança públicas. O governo precisa agir de forma mais eficaz, utilizando as informações disponíveis para implementar um planejamento robusto que aborde as causas dos incêndios e proteja os biomas brasileiros. A colaboração entre as diferentes esferas de governo e a sociedade civil é essencial para enfrentar este desafio e garantir a preservação do nosso património natural. A omissão não é uma opção. O Brasil precisa de líderes comprometidos com a causa ambiental, que entendam a gravidade da situação e tomem medidas concretas para evitar que os biomas brasileiros continuem a ser devastados pelas chamas.