A vice-presidente dos EUA e candidata presidencial democrata, Kamala Harris, fala na sede de sua campanha em Wilmington, Delaware, em 22 de julho de 2024. Harris na segunda-feira comparou seu rival eleitoral, Donald Trump, a “predadores” e “trapaceiros”, ao atacar o primeiro ex-EUA. líder seja condenado por um crime.
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A vice-presidente Kamala Harris está alcançando o ex-presidente Donald Trump no número de eleitores que confiam em sua gestão da economia, de acordo com um novo Financial Times/Michigan Ross enquete.
A pesquisa mensal descobriu que 42% dos eleitores confiam em Harris nas questões econômicas, um ponto percentual a mais do que o candidato presidencial republicano. É uma vantagem mínima que fica bem dentro da margem de erro da pesquisa de +/- 3,1 pontos percentuais. A pesquisa, divulgada no domingo, entrevistou 1.001 eleitores registrados de 1º a 5 de agosto.
Outras sondagens revelaram que Trump está significativamente à frente de Harris em questões económicas. O mais recente Inquérito Económico da CNBC para toda a América, por exemplo, descobriu que os eleitores pensam que estarão financeiramente melhor sob Trump do que sob Harris, por uma margem de 2 para 1.
Ainda assim, o resultado do FT/Michigan Ross sinaliza uma possível mudança na dinâmica da chapa democrata: no mês passado, apenas 35% dos eleitores disseram que aprovavam a gestão da economia pelo presidente Joe Biden, ficando atrás dos 41% de Trump.
Desde que Biden desistiu da corrida e apoiou Harris, o vice-presidente redefiniu a dinâmica do confronto contra Trump, desfrutando de um aumento nas doações, voluntários e participação em comícios.
Contudo, mesmo durante a reformulação eleitoral, a economia continuou a ser uma questão determinante para os eleitores que citam consistentemente a inflação e o elevado custo de vida como a sua principal prioridade nas sondagens nacionais.
Três semanas após o início de sua campanha presidencial, Harris ainda não revelou uma plataforma formal de política econômica, embora tenha dito no sábado que ela seria divulgada nos próximos dias.
Entretanto, tanto os eleitores como os doadores ficam a perguntar-se até que ponto ela poderá divergir da actual administração, que regularmente suporta o peso da culpa pela insatisfação pública com a economia.
Entre os entrevistados da pesquisa FT/Michigan Ross, 60% disseram que Harris deveria cortar totalmente os laços com as políticas econômicas de Biden ou “fazer grandes mudanças” em sua agenda.
Trump aproveita frequentemente o pessimismo económico dos eleitores como uma táctica política, trabalhando para transformar sinais de perigo económico em narrativas de catástrofe total, atribuíveis às políticas da administração Biden-Harris. Por exemplo, quando os mercados despencaram na semana passada, aumentando os receios de uma recessão iminente, Trump recorreu rapidamente ao Truth Social para rotular o momento de “Kamala Crash”.
Associar a administração Biden-Harris às atitudes económicas pessimistas dos eleitores tende a funcionar para Trump. A pesquisa FT/Michigan Ross descobriu que 42% dos eleitores dizem que estariam “muito” ou “um pouco” melhor em um hipotético segundo mandato de Trump, em comparação com 33% que dizem o mesmo de Harris.