A sensação de entrar Rua 25 de Março,
em
São Paulo
,
É como estar dentro de uma Matrioska – aquelas bonecas russas de tamanhos diferentes, que ficam dispostas uma dentro da outra. Ao passar por uma porta pensando em encontrar apenas uma loja, uma galeria se abre e você se depara com mais 30; Ao subir um lance de escadas em um prédio, você descobre que cada andar possui diversas lojas escondidas.
Portanto, visitar todas as 25 lojas e esquinas é uma missão impossível, pois há verdadeiros tesouros escondidos nos prédios, nas ruas adjacentes e até nas barracas de rua. O mais importante é saber filtrar o que é interessante – já que, mesmo aos 25 anos, o que é barato pode sair caro.
Ao contrário de outras áreas comerciais de São Paulo,
que são conhecidos por vender uma categoria específica de produto – como o Sutiãs
conhecido por vender roupas, e Santa Ifigênia
para venda de eletrônicos – 25 tem de tudo. Tudo! Joias, materiais de costura, brinquedos, eletrônicos, roupas, objetos de decoração, fantasias, ferramentas, a lista é infinita. Veja um guia completo para descobrir:
Como chegar lá
A ‘aventura’ começa no icônico Ladeira Porto Geral
onde existe uma das saídas da estação São Bento da Linha 1 – Azul do metrô. Embora o acesso de carro seja permitido, é quase como se não fosse, pois pedestres e vendedores ambulantes aproveitam toda a via, formando uma multidão que resume a energia da região.
Chegando ao fundo da encosta, você está em Rua 25 de Março
. Você pode ir para a direita, onde há lojas que vendem ferramentas, utensílios de cozinha e fantasias; na frente, onde predominam as decorações; ou pela esquerda, que é o caminho mais tradicional, com todo tipo de coisa.
Como se locomover
O dia 25 é movimentado em qualquer dia da semana, com muita aglomeração. Cuidados extras com o celular e outros pertences pessoais são essenciais. Não ande enquanto estiver usando o dispositivo! Além disso, se você estiver acompanhado, vale a pena combinar um ponto de encontro caso alguém se perca, pois é fácil se perder no meio da multidão – ou até mesmo nos diferentes corredores de uma mesma loja.
As lojas têm horários de funcionamento semelhantes. Em geral, os estabelecimentos abrem por volta das 8h e funcionam até as 17h, mas vale a pena conferir caso queira visitar alguma loja específica, pois pode haver variações. Além disso, a maioria das lojas fecha aos domingos e fecha mais cedo aos sábados.
Embora pareça que tudo está espalhado, há uma certa lógica na distribuição das lojas no 25 de março.
Em Ladeira Porto Geral
por exemplo, predominam acessórios de cabelo, cosméticos e maquiagem. Na esquina da Ladeira com a 25, há lojas de fantasias e artigos para festas. No comprimento 25, predomina a retrosaria. E paralelamente, a Rua Comendador Abdo Schahin, os aviamentos. Embora não seja uma regra, é uma forma de se localizar um pouco melhor e direcionar sua viagem caso tenha determinados itens para comprar.
Embora existam diversas lojas de roupas em 25 de março
há lugares melhores na cidade para comprar roupas – tanto em preço quanto em qualidade. Dois exemplos são a região de Sutiãs
não muito longe dali, ou em Rua José Paulino
na região de Luz
.
Melhores lojas
Presentes
iBox
–
A fofa iBox, na esquina da 25 de Março com a Ladeira Constituição, vende lindas peças de papelaria. Canetas, cadernos, mochilas, garrafas e até lancheiras e potes, todos decorados com animais coloridos, fazem uma delícia até para os adultos. De segunda a sexta, das 8h30 às 17h30, e aos sábados, das 8h30 às 16h. Fechado aos domingos.
Abençoado seja
–
A Bendita Seja tem uma loja na Ladeira Porto Geral, nº 95, e outra na Rua 25 de Março, nº 775. O carro-chefe são as bijuterias, mas também há itens de decoração, papelaria e acessórios. Segunda a sexta, das 8h às 18h; e aos sábados, das 8h às 15h (25 de março) e das 16h (Ladeira Porto Geral). Fechado aos domingos.
Artigos religiosos de Gladys
–
Escondida no último andar de um prédio, na Ladeira Porto Geral, 525, esta loja possui diversos itens religiosos da religião católica. Rosários, imagens de santos, roupas, velas e muito mais têm preços atrativos. Segunda a sexta, das 8h30 às 17h; e aos sábados, das 8h30 às 13h. Fechado aos domingos.
Sapato
Stépan
–
A loja que tem calçados de couro de produção própria fica ao lado do Mercadão. Embora os preços sejam mais elevados quando comparados a outras lojas da região, os calçados são de excelente qualidade e muito confortáveis – o que torna o custo-benefício ótimo. Há sandálias, botas, coturnos, saltos ou sapatos com fivela para todos os estilos. Rua Comendador Afonso Kherlakian, nº 111. De segunda a sexta, das 9h às 17h; e aos sábados, das 9h às 15h. Fechado aos domingos.
Calçados Globais –
Uma das 25 gigantes do calçado, a Global tem boa variedade e preços atrativos. Está localizado na Rua 25 de Março, nº 753. De segunda a sexta, das 7h30 às 19h; e aos sábados, das 7h30 às 18h. Fechado aos domingos.
Brinquedos
MP Brinquedos
–
Um paraíso infantil, esta loja tem corredores repletos de personagens e marcas favoritas dos mais pequenos, a bons preços. Rua Barão de Duprat, nº 21. De segunda a sexta, das 8h às 18h; e aos sábados, das 8h às 14h. Fechado aos domingos.
Fernando Armarinhos
–
Uma das 25 lojas de armarinhos mais tradicionais, a Armarinhos Fernando tem de tudo – brinquedos baratos, artigos de decoração, louças, ferramentas… Devido aos preços, que são bem acessíveis, a fila do caixa é enorme mesmo de manhã, então lembre-se se passar por aqui aqui primeiro em sua visita. A loja principal fica na Rua 25 de Março, nº864 e funciona de segunda a sábado, das 7h às 18h; e aos domingos, das 9h às 14h. Existem outras unidades espalhadas pelo Centro e em outros pontos da capital paulista: veja todos eles aqui
.
Onde comer
Rafael
–
A região 25 de Março possui uma comunidade árabe muito significativa, o que pode ser percebido pelos nomes de diversas lojas, ruas e também dos restaurantes, onde predomina a culinária árabe. Raful é a melhor escolha. São duas opções: passar no balcão para um lanche rápido, como uma esfiha, ou ir até o fundo, onde ficam as mesas (que tendem a encher rapidamente). No cardápio há charutos, saladas, arroz com lentilha e outras opções deliciosas. O menu degustação é ótimo e muito bem servido. Garçons também passam pelas mesas, girando, oferecendo esfihas, quibes e outros salgadinhos – não deixe de experimentar o quibe frito, que é excelente!
Mercado Municipal
– Um dos principais pontos turísticos da capital paulista, o Mercadão fica a apenas duas quadras da Rua 25 de Março. Basta seguir até ao cruzamento com a Rua Comendador Afonso Kherlakian, virar à direita e seguir em frente até se deparar com o edifício monumental. No interior, há o clássico pão com mortadela, bolinhos e pastéis de bacalhau e todo o tipo de empórios, com frutas importadas, produtos regionais, talhos, peixarias, queijarias… Vale a pena prestar atenção à fraude da fruta: a
Os vendedores nas barracas atraem os visitantes com degustações gratuitas de frutas – geralmente diferentes tipos de frutas, como tâmaras, toranjas, atemoia, pitaya – e montam bandejas. Na hora de pagar, veio o choque: o preço anunciado era por cem gramas, não por quilo.
Banco 06
–
Todo mundo conhece o Mercadão. Mas o que nem todos sabem é que, virando à esquerda, está o Mercado Municipal Kinjo Yamato, que é um dos favoritos dos cariocas e tem um ar mais de “mercado raiz”. É lá que se esconde a grande Banca 06, uma barraca que serve pratos que variam de acordo com o que há de melhor no mercado todos os dias. O responsável é o chef Luiz Campiglia, que comandava a cozinha do Paribar (que até seu fechamento em 2022 era o bar mais antigo de São Paulo).
História da Rua 25 de Março
O Rio Tamanduateí passava bem ao lado da Rua 25 de Março, e era na Ladeira Porto Geral que ficava o porto por onde eram transportados os produtos que chegavam do Porto de Santos, no litoral. Portanto, a região começou a desenvolver o comércio com as mercadorias que ali chegavam.
Mesmo depois de o rio ter sido drenado devido a uma trágica enchente no final do século XIX, a rua continuou a ser o principal centro de comércio da cidade. Em 1865, recebeu o nome de 25 de março em homenagem à data da primeira Constituição do Brasil, outorgada por D. Pedro I em 25 de março de 1824.
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