como é a vida na cidade mais fria do mundo

No meio de Sibéria , Iakutsk está muito mais perto do Círculo Polar Ártico do que da própria capital do país. Rússia : são apenas 450 km em linha reta até a latitude polar e mais de 8.300 km para quem tenta fazer a interminável viagem por terra desde Moscou . Mas a fama do local é menos pelo seu afastamento e mais pela sua temperatura: Iakutsk É considerada a “cidade mais fria do mundo”.

Aqui vale um asterisco: há até assentamentos humanos onde as temperaturas são mais baixas no termômetro, mas Iakutsk lidera entre os centros urbanos com alguma relevância. São mais de 350 mil pessoas vivendo em uma cidade onde a temperatura média anual é de -8 °C, enquanto no inverno as temperaturas máximas raramente ultrapassam os -20 °C.

Aliás, a cidade nunca registou um dia com temperaturas positivas entre meados de novembro e março. O recorde histórico, num dia de fevereiro do final do século XIX, atingiu -64,4 °C.

Como é a vida em Yakutsk

“Adapte-se ou sofra” é o lema dos moradores locais, habituados a resistir aos extremos. É um festival de desconforto para os sentidos: com o frio e a neve constantes tomando conta das ruas durante a maior parte do ano, é inevitável conviver com a fumaça do aquecimento das casas, caminhões barulhentos que passam para desobstruir as ruas do tempo. o tempo, e o uso de várias camadas de roupa, como repolho ou cebola, como eles próprios comparam. Não dá para se descuidar e deixar a pele muito exposta: nos dias mais frios, até os cílios congelam, resultando em fotos virais.

Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia a situação ficou ainda mais complicada, com o racionamento de energia que fez a cidade se acostumar com os apagões. Além de sair Iakutsk no escuro durante horas, os cortes de eletricidade também afetam o aquecimento, causando inconvenientes como o rompimento de canos devido ao congelamento da água.

Com tanta dificuldade surge a pergunta: por que alguém decidiria morar em um lugar tão inóspito? A explicação passa pela riqueza mineral. A vida de Iakutsk gira em torno da indústria mineira, com a extração de carvão e diamantes impulsionando a economia local. Existem também reservas de ouro, mas são menos relevantes hoje do que eram antes.

A realidade industrial também moldou as características da cidade: um ambiente cinzento repleto de poluição atmosférica mesmo em dias mais quentes (ou menos frio ) onde as casas não utilizam aquecimento. Em geral, a cidade lembra o estereótipo das cidades de médio porte da antiga União Soviética: chaminés de fábricas e grandes blocos habitacionais de concreto dominam o horizonte.

Tem algo turístico aí?

A principal atração de Iakutsk É famosa como a “cidade mais fria do mundo”. Mas, para quem decide se aventurar na região, os principais programas estão relacionados ao permafrost – a camada de solo perenemente congelada encontrada em grandes partes do Sibéria inclusive dentro do próprio perímetro urbano da cidade.

As maiores belezas da região são as Pilares de Lena uma formação rochosa nas margens do rio Lena, considerada Património Mundial pela UNESCO. Para chegar lá, você pode pegar um barco pelo próprio rio ou percorrer parte do caminho de carro e o restante em barcos ou motos de neve, dependendo das condições climáticas.

São cerca de 370 km entre a cidade e a parte mais famosa dos pilares, que chegam a 300 metros de altura. Antes da guerra, um passeio de um dia começando em Iakutsk Custou cerca de 500 euros para duas pessoas, mas a disponibilidade e os preços dos passeios têm variado muito desde então.

Uma vez na cidade, o passeio mais famoso é o museu conhecido como Reino do Permafrost com esculturas de gelo e personagens inspirados na cultura local. É um passeio mais voltado para crianças e tudo é escrito exclusivamente em russo.

Para quem busca um olhar mais científico, as opções incluem o Instituto Melnikov com um museu dedicado aos estudos de permafrost e o Museu do Mamute vinculado à universidade local, que mantém fósseis de mamutes e exposições dedicadas à vida desses animais.

Iakutsk tem um aeroporto e sua própria companhia aérea, a Yakutia Airlines, que opera linhas entre a cidade e outros destinos russos – é a melhor maneira de chegar a este local remoto sem passar dias nas imensidões geladas de Sibéria . E claro: tanto na cidade quanto nos passeios do entorno, as visitas aos pontos turísticos normalmente só funcionam durante o verão.