Charmoso destino serrano no interior de São Paulo,
Cunha
É conhecida principalmente pela produção cerâmica, o que conferiu à cidade o título de Capital Nacional da Cerâmica de Alta Temperatura.
Nos ateliês de cerâmica vendem-se peças decorativas, como esculturas, vasos e peças artísticas, ou utilitárias, como louças, pratos, panelas, candeeiros, lavatórios…
São mais de 20 estúdios concentrados na pequena cidade e arredores. Vale a pena visitá-los mesmo sem a intenção de comprar, pois as peças são encantadoras e, em alguns casos, verdadeiras obras de arte.
Como é a produção cerâmica em Cunha?
A queima em forno noborigama é a primeira e mais tradicional técnica utilizada pelos ceramistas. Cunha
mas também existem outros tipos de equipamentos elétricos, a gás e os chamados raku, em formato de tambor.
Construído em uma encosta, o noborigama é movido a lenha e seu interior ultrapassa os 1.300°C. É possível ver os equipamentos em alguns dos ateliês que utilizam a técnica. Lá você também pode ter uma ideia dos bastidores desse processo, já que as oficinas contam com diversas peças inacabadas, utensílios e mesas de trabalho dos artistas.
As peças de barro são moldadas à mão e depois levadas ao forno, que é aquecido duas vezes por mais de 30 horas. Quando esfria, a abertura do lote, que acontece cerca de cinco vezes por ano, já se tornou um grande acontecimento no calendário da cidade.
O mais conhecido é o estúdio
Suenaga e Jardineiro
,
que anuncia as datas dos lotes através do Instagram
. A entrada é gratuita e a abertura do próximo lote será no dia 14 de setembro.
Na técnica de queima de raku, as peças são acabadas ainda incandescentes. Os visitantes podem acompanhar o processo no estúdio
Arte e Cerâmica de Gaia
que realiza noites de queima de cerâmica algumas vezes por ano. A programação também está disponível no Instagram
.
Principais ateliês de cerâmica em Cunha
Uma característica importante da geografia do Cunha
é que a cidade tem formato de “U”. Há uma parte alta voltada para oeste, próxima ao Rodovia Paraty-Cunha
onde fica a Rua Alcides Barbeta, também conhecida como Rua dos Ateliês.
Em seguida, há uma descida cujo ponto mais baixo fica no charmoso Parque Lavapés. Depois vem outro morro (muito íngreme) que sobe até o bucólico centro da cidade, onde ficam duas igrejas, o Mercado Municipal e a maior parte do comércio.
Além disso, vários ateliês, restaurantes e passeios estão localizados ao longo da Rodovia Paraty-Cunha
.
Estas três regiões são os principais pontos de interesse para quem quer conhecer mais sobre a tradição dos ceramistas na cidade e viajar de carro é a melhor opção. Veja onde parar:
Rua dos Ateliês
Casinha Cerâmica
–
O ponto forte deste ateliê são os produtos utilitários: xícaras, pratos, vasos e panelas em tons de azul e branco são marca registrada da artesã Erica Cassinha. Este também é um dos estúdios com melhor relação custo-benefício. Estrada Alcides Barbeta, 337. De segunda a sexta, das 10h às 17h; sábados, das 10h às 18h; e domingos, das 10h às 16h.
Carvalho Cerâmica
–
O artesão Renato Carvalho, que tem mais de 50 anos de experiência na produção de cerâmica, expõe suas peças decorativas, que encantam, em seu charmoso ateliê. 2024 será o último ano do Mestre Carvalho trabalhando em seu ateliê na Rua Alcides Barbeta, 190. De quarta a sábado, das 9h às 17h.
Casa do Oleiro –
O que diferencia este atelier é a pintura extremamente delicada, feita à mão, que lembra os azulejos portugueses. As placas decorativas, para pendurar na parede, são um charme por si só. Rua Alcides Barbeta, nº 250. Entre em contato para saber o horário de funcionamento durante sua estadia em Cunha
.
Ateliê Vila Rica
–
Esta charmosa casinha na Rua dos Ateliês abriga peças com um toque mais rústico, mas com acabamento impecável. São peças decorativas e utilitárias, e o ateliê fica no andar inferior da casa. Rua Alcides Barbeta, 260. De segunda a sábado, das 9h às 18h; e domingos, das 9h às 16h.
Mieko e Mário
–
um dos ateliês mais tradicionais de Cunha
a dupla Mieko e Mario produzem peças utilitárias e decorativas na técnica do forno noborigama. Rua Alcides Barbeta, 510. A loja só abre nos finais de semana, das 10h às 17h. Nos dias de semana é necessário reservar com antecedência.
Alameda Lavapés e parte inferior
Casa do Artesão
–
A Casa do Artesão é um armazém muito grande que reúne não só ceramistas, mas artesanatos de todos os tipos produzidos na cidade. Entre os destaques está o colar de aromaterapia da
Sim
. Rua José Arantes Filho, 27. Todos os dias, das 9h às 17h.
Olívia Leão
–
Esse pequeno ateliê próximo ao centro tem peças e acessórios utilitários, como colares e anéis de cerâmica, que são muito fofos. Alameda Lavapés, 17. Segunda a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 9h às 14h.
Augusto Campos e Lei Galvão
– Único na zona baixa da cidade, este é um dos ateliers com maior variedade de peças, sobretudo utilitárias. As pias de cerâmica são espetaculares. Você também pode ver o forno noborigama usado no estúdio (veja foto abaixo). Av. Antônio Luiz Monteiro, 816. De segunda a sexta, das 8h às 18h; aos sábados, das 9h às 18h; e aos domingos, das 10h às 18h.
Rodovia Paraty-Cunha
Suenaga e Jardineiro
–
Provavelmente o estúdio mais famoso de Cunha
o Suenaga e Jardineiro
Ele também é pioneiro na técnica noborigama. As peças decorativas são lindas obras de arte, e há peças utilitárias muito diversas, como imãs, números de casas e bebedouros. Rua Dr. Paulo Jarbas da Silva, 150. Todos os dias, das 10h às 17h.
Antigo Matadouro
–
O Matadouro Antigo é o primeiro ateliê de cerâmica de Cunha, inaugurado em 1975. O responsável é o ceramista Alberto Cidraes, que até hoje produz peças artísticas em forno vertical, utilizando uma técnica ancestral de queima. Rua Manoel Prudente de Toledo, 461. De segunda a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 10h às 14h.
sem
–
Antigo Twois, o sem
está escondido no final de uma pequena rua de terra, do outro lado da Paraty-Cunha
. Os bustos abstratos e sem rosto são marca registrada da produção do artista Leandro Moreira. Rua Jesuíno de Oliveira, 235. Segundas, quartas e sextas, das 10h às 16h; às terças e quintas, das 10h às 17h; e nos finais de semana, das 10h às 18h.
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