Fazer bons investimentos é fundamental para quem procura acumular riqueza, mas nem sempre é fácil — especialmente tendo em conta a actual incerteza macroeconómica e os receios de uma recessão iminente. Desde seguir modismos com fé cega até tentar prever os movimentos do mercado, Nicolo Bragazza, gestor associado de carteira da Morningstar Investment Management, cita três erros de investimento a evitar. 1. Tentar prever o mercado Muitos investidores passam muito tempo a tentar antecipar o desempenho do mercado durante o resto do ano, prevendo os níveis de inflação, os movimentos das taxas de juro e as potenciais respostas dos bancos centrais, disse Bragazza. Em vez disso, deveriam “focar-se na construção robusta de carteiras”. Dadas as atuais incertezas macroeconómicas, ele sugere que os investidores se concentrem na criação de uma carteira diversificada que possa “resistir às forças do mercado”. Isso envolve explorar as exposições e sensibilidades de diferentes setores e classes de ativos para criar um portfólio defensivo e bem equilibrado, disse ele à CNBC Pro em 14 de agosto. 2. Não prestar atenção às avaliações Prestar atenção às avaliações é absolutamente fundamental, disse Bragazza, uma vez que impede os investidores de comprarem setores da moda que poderiam estar sobrevalorizados. Ações de grandes empresas de tecnologia, como a Nvidia, tornaram-se as favoritas dos investidores no ano passado, em grande parte graças ao entusiasmo em torno da inteligência artificial. No entanto, o gestor da carteira está sendo claro. Ele destacou que o setor tem estado entre os de pior desempenho global no acumulado do trimestre, depois que as ações foram atingidas durante a recente liquidação de tecnologia. No último mês, o Magnificent Seven Index – que captura Alphabet, Amazon, Apple, Meta Platforms, Microsoft, Nvidia e Tesla – permaneceu praticamente estável. O índice mais amplo S&P 500, por sua vez, está cerca de 1,8% mais alto. “A tecnologia não é um dos sectores mais cíclicos, ou pelo menos não é um dos sectores cíclicos tradicionais, como o imobiliário, o financeiro ou a energia, e por isso a recente liquidação indica que são muito sensíveis às mudanças nos sentimentos do mercado. — disse Bragazza. “Portanto, é melhor evitar setores – ou ações – como estes que estão sobrevalorizados.” 3. Colocar demasiada ênfase na política Este ano foi marcado por eleições, com países que vão desde Taiwan e Índia ao Reino Unido e aos EUA, todos a irem às urnas. Os investidores acompanham frequentemente as eleições e tentam antecipar como os resultados poderão afectar sectores e, por sua vez, empresas específicas. Mas isso é um erro, segundo Bragazza. “Os investidores tendem a pensar nas eleições como um evento que movimenta o mercado”, observou, dizendo, em vez disso, que são apenas eventos que criam “volatilidade a curto prazo”. Ele sugere que os investidores se concentrem, em vez disso, nos fundamentos, como a estrutura de uma economia, sectores-chave que têm tido um bom desempenho ao longo do tempo e acções que registaram fortes ganhos. “Seguir isso compensa no longo prazo”, acrescentou Bragazzo.