Acerto de contas
Toyota SUV tem mudanças sutis, mas suficientes para enfrentar a briga do segmento
por Hernando Calaza
Infomotori.com/Argentina
Exclusivo no Brasil para Auto Press
O Toyota Corolla Cross chegou para competir entre os SUVs médios compactos – também definidos como C Small. Este é um segmento relativamente novo, mas que vem ganhando volume rapidamente nos mercados periféricos. E os motivos são simples: são maiores que os modelos compactos, mas custam menos que os modelos médios tradicionais, como Toyota RAV4 e Volkswagen Tiguan. Honda CR-V ou Jeep Commander. Aqui, o Corolla Cross enfrenta o Jeep Compass, o Volkswagen Taos, o Chery Tiggo 7 e o Honda ZR-V e tem se saído muito bem. Desde seu lançamento em 2021, o modelo da marca japonesa é o segundo mais vendido do segmento, com média de 3,5 mil unidades por mês – atrás apenas do Compass. Em abril, após uma reforma de meia-idade, o modelo ganhou novo design frontal e ajustou muitos detalhes para acompanhar a concorrência. As versões híbridas custam R$ 202.690 para o XRV e R$ 213.010 para o XRX.
Nesta reforma, a parte mecânica foi mantida, com as duas opções atuais de motor flex, o 2.0 com 167/175 cv e o 1.8 sistema híbrido ciclo Atkinson, conjunto que gera um total de 122 cv, gerenciado por transmissão CVT. Por se tratar apenas de uma reformulação, a plataforma TNGA não foi mexida, nem o padrão geral dos painéis, com foco nas novidades na frente e alguns retoques na traseira. Ocasionalmente, o Corolla Cross deixa de lado a grande grade tipo boca de peixe e a substitui por uma peça que integra um para-choque com aberturas em favo de mel e é separada do capô por um acabamento fresado e outro na cor da carroceria.
O efeito da nova dianteira é uma aproximação visual dos modelos elétricos. Por outro lado, parece frágil ou fácil de quebrar com um toque. No primeiro caso, o mesmo vale para as versões 100% combustão e híbrida, no segundo, a marca comentou que é uma peça independente da inferior (que não mudou) e que é alterada como seria com o grade normal. Outra novidade do Corolla Cross são os faróis das versões top, que apresentam o DLR em uma linha que corta horizontalmente o conjunto óptico, com faróis abaixo e piscas sequenciais acima.
Algumas mudanças mais sutis estão nos grafismos das lanternas traseiras e nos emblemas dos híbridos que mudam de Hybrid para HEV, siglas que certamente serão utilizadas para diferenciá-lo mais facilmente da mecânica PHEV (plug in) como o RAV4. Por fim, na traseira há o grande escapamento sob o para-choque, que tem a parte traseira pintada de preto para ficar menos visível. A novidade mais recente é que as versões top passam a oferecer carregador de celular por indução, ar-condicionado dual zone e porta traseira com abertura elétrica, que abre por meio de botões na cabine, sob a luz da placa ou passando o pé sob o para-brisa. . choque.
Por dentro, o Corolla Cross permanece praticamente o mesmo. O design não muda, nem os plásticos rígidos na parte superior e os emborrachados na parte frontal do painel. Embora a decoração permaneça a mesma, com um pouco de preto brilhante e metálico, a atmosfera do XRX muda com peças estofadas em couro, que dependendo da cor exterior podem ser em marrom ou creme, incluindo apoios de braços laterais e centrais e uma faixa nos lindos bancos . Uma novidade chega no freio de estacionamento, que abandona o criticado pedal de acionamento no piso do lado esquerdo e passa a ser elétrico em toda a linha.
Na traseira, além da porta traseira motorizada, o porta-malas não muda. Manteve um espaço razoável de 440 litros e está bem acabado. Sob o piso há um estepe 155/70 D17 sobre roda de aço, que permite dirigir até 80 km/h, em substituição temporária a um dos originais, que tem medida 225/50 R18.
Outra mudança foi na central multimídia. A tela cresceu de 8 para 9 polegadas e eliminou diversos botões, mas manteve alguns controles físicos. Embora não possua GPS interno, possui espelhamento sem fio via Android Auto e Apple CarPlay. A última novidade nas versões superiores é o painel de instrumentos configurável 100% digital de 12,3 polegadas, que traz muitas informações e é muito prático.
Em relação à segurança, o crossover da Toyota não adiciona novidades, mas agora conta com controle de cruzeiro adaptativo mais avançado, que conta com Stop & Go – ele pode retomar a condução após o carro ficar parado por menos de 3 segundos. Além disso, conta com 7 airbags, monitoramento de faixa, alerta de tráfego cruzado e alerta de colisão com frenagem autônoma mesmo em baixas velocidades, para manobras de estacionamento.
Impressões de condução
Mudanças certas
Na Fase 2, o Corolla Cross fez alterações pontuais, para ganhar argumentos na briga do segmento e responder a algumas críticas do mercado. Em pontos considerados satisfatórios, como o motor, não houve alterações mecânicas. Os dois motores – 2.0 aspirado com 169/175 cv e 20,8 kgfm e 1.8 híbrido com 122 cv e 16,6 kgfm – têm desempenho condizente com a proposta de eficiência e dinâmica do modelo.
Fora isso, o Corolla Cross é um carro agradável de se conviver. Possui boa posição de dirigir e ajuste elétrico de inclinação do banco. Os assentos são muito confortáveis e envolvem bem. A postura não é muito elevada, mas permite uma boa visão do trânsito ao redor e os retrovisores são grandes. Tal como acontece com os modelos eletrificados, quando você pressiona o botão liga/desliga, nada parece acontecer. Quando você pisa no acelerador, o SUV avança silenciosamente. Por ter uma autonomia elétrica muito restrita, portanto o motor a combustão.
Embora o tanque de combustível seja pequeno, com apenas 36 litros, desde que a velocidade normal da rodovia seja mantida ou seja tratado com moderação na cidade, a autonomia prometida é boa. Segundo o InMetro, ele é capaz de percorrer 11,8 km/l na cidade e 9,7 km/l na rodovia com etanol e 17,8 km/l na cidade e 14,7 km/l na rodovia com gasolina. A aptidão urbana também aparece nos índices de aceleração. De zero a 60 km/h leva 5,1 segundos, enquanto de zero a 100 km/h leva 13 segundos.
Apesar de não ser brilhante na recuperação de estradas, o Corolla Cross também não é lento. Como não há marchas nem possibilidade de escolha de ponto fixo na transmissão, mas existe o modo Power, onde oferece reações mais rápidas e imediatas. O isolamento acústico da cabine é correto e o restante do Corolla Cross é bem pensado para ser um produto familiar. A direção tem peso e assistência corretos e o pedal do freio é facilmente modulado. As suspensões são eficientes e filtram bem as irregularidades. Apesar das críticas quanto ao uso de barra de torção na traseira, em vez de multi-links, como no sedã, ele combina bem força e controle de carroceria.
O Corolla Cross é um carro prático, com bom espaço nos bancos traseiros e para carga, além de excelente condução e baixo consumo nas versões HEV. Ele passou por uma atualização que não é radical, mas que melhorou a usabilidade, com telas ampliadas, adoção de porta traseira e freio de estacionamento elétricos, acabamento mais refinado e visual mais moderno. Obviamente, o objetivo da Toyota é assumir a liderança do segmento, como já conseguiu em meses individuais, como em junho passado.