Opção silenciosa
Novo Mini Countryman SE ALL4, que chega agora ao Brasil, será 100% elétrico
por Luca Basso
Infomotori.com/Itália
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Uma revolução total para a terceira geração do Mini Countryman. O SUV da marca britânica – produzido integralmente nas fábricas do Grupo BMW em Leipzig, na Alemanha – abandona as versões híbridas e adota o conceito de mobilidade 100% elétrica, além de adotar uma nova linguagem de design e apostar no aumento da tecnologia de bordo e na diversão ao dirigir . Lançada após as versões C e John Cooper Works ALL4, a versão SE ALL4 foi avaliada em uma viagem entre Milão, na Lombardia, e Bolzano, no Tirol do Sul. Apenas a versão SE ALL4 será vendida no Brasil e a expectativa é que mantenha a mesma média de emplacamentos da geração atual em 2023 e 2024, sempre em torno de 50 unidades por mês.
No Brasil, o Mini Countryman SE ALL4 100% elétrico já está sendo distribuído para as concessionárias da marca. As primeiras unidades no país serão entregues no início de julho. Serão duas configurações: Exclusiva, por R$ 294.990, e Top, por R$ 339.990. Esses R$ 45 mil extras correspondem a diversos recursos adicionados na versão Top, como revestimento interno mais refinado, rodas de 20 polegadas em vez de rodas de 18 polegadas, mais opções de cores externas e os pacotes Driving Assistant Plus e Parking Assistant Plus com estacionamento automático. com identificador de vagas, por meio de leituras feitas por 12 sensores ultrassônicos e quatro câmeras para visão 360º, entre outros recursos.
Por fora, as dimensões são bem mais generosas. Agora tem 4,43 metros de comprimento, 1,84 m de largura e 1,66 m de altura, com distância entre eixos de 2,69 m. O design procurou preservar os elementos-chave que geraram entusiastas pela marca ao longo dos anos. Os faróis ganharam contornos poligonais e a moldura dianteira agora engloba a grade frontal, que tem função puramente estética, a parte central do para-choque e a entrada de ar inferior. Estas linhas criam uma personalidade mais imponente e musculosa e, ao mesmo tempo, minimalista.
De perfil, o design joga com o contraste de saliências curtas com superfícies limpas e essenciais, além do teto levemente curvado e do pilar traseiro em particular. As novas rodas de liga leve também conferem um visual mais futurista. Na traseira, o farol vertical ecoa as luzes clássicas da Union Jack, a bandeira britânica, mas em versão digitalizada. O novo spoiler traseiro em balanço faz o carro parecer mais fino. O coeficiente aerodinâmico foi 20% menor (0,26 Cx comparado a 0,31 Cx da geração anterior). Número impressionante para um SUV.
As maiores mudanças nesta nova geração, porém, ficaram na cabine. A cabine tem um estilo muito moderno. Para começar, o painel de instrumentos desapareceu completamente, mas manteve o head-up display, que contém as informações essenciais para o monitoramento da condução. Todas as demais informações estão concentradas na fina tela central em formato de círculo, com borda de vidro com diâmetro de 24 cm. Toda a área é aproveitável, o que representa um verdadeiro avanço. Na geração anterior, o círculo servia de moldura para uma tela retangular de 8,8 polegadas.
Na versão mais simples, o estofamento é em tecido de poliéster reciclado, enquanto na versão superior o revestimento combina esse tecido com couro sintético de boa qualidade. O plástico rígido permanece para os restantes elementos, como as portas ou a zona central de arrumação. As saídas de ar e os puxadores das portas estão alinhados verticalmente, para dar maior homogeneidade ao código estilístico do interior. O volante é um pouco grande e obstrui a visão completa do head-up display. No total, são apenas dois raios, já que o terço inferior é uma espécie de laço de tecido. Além disso, o apoio de braço central fica ligeiramente no caminho do braço direito do motorista. O espaço é bom para os passageiros traseiros e o volume do porta-malas é de respeitáveis 460 litros – 1.450 litros com os bancos rebatidos.
O modelo em destaque para o mercado brasileiro, SE ALL4, possui tração integral, com motores elétricos duplos, um para cada eixo. Na Europa, eles geram 230 kW ou 313 cv, com torque combinado de 50,4 kgfm. No Brasil, a potência declarada é de 306 cv (225 kW), com o mesmo torque de 50,4 kgfm. Pela diferença de potência, a aceleração de zero a 100 km/h na versão europeia leva 5,6 segundos, ante 5,8 segundos no Brasil. A velocidade máxima em ambos os casos é de 180 km/h. A bateria tem capacidade de 66,5 kWh e aceita carregador rápido de até 130 kW. Isso se traduz em autonomia de até 320 km no padrão InMetro (até 462 km no ciclo WTLP europeu) e possibilidade de recuperação de 10 a 80% da carga em menos de 30 minutos.
Impressões de condução
brinquedo de alta tecnologia
O percurso proposto pela Mini entre Milão e Bolzano, de 281 km, inclui uma pequena paragem para recarga em Affi, perto de Verona, a cerca de 150 km, utilizando apenas a autoestrada – a pior situação para um modelo totalmente elétrico. O consumo do Mini Countryman SE ALL4 foi de 21,5 kWh – cerca de 7 km/kWh, um índice bastante razoável para um SUV compacto. Na estação de carregamento, com carregador AC de 130 kWh, foram necessários 20 minutos para a carga passar de 20 a 80%.
O isolamento da cabine contra ruídos externos é muito bom e o controle de cruzeiro adaptativo é bastante preciso. O único problema é que o Mini retoma a velocidade programada desnecessariamente de forma abrupta, quando o carro da frente sai do alcance do radar. Em outras situações, há total controle de direção e o carro parece ágil e responsivo.
A visibilidade geral é excelente e a ergonomia é bastante adequada e não causa qualquer dor ou desconforto mesmo após uma longa viagem (mais de 500 km). Por outro lado, os comandos poderiam ser mais fáceis de usar. Como todas as opções são sensíveis ao toque e incorporadas à tela central, há uma distração para o motorista sempre que ele tenta configurar alguma função – principalmente o controle de clima interno, já que o som e o computador de bordo podem ser navegados pelo volante multifuncional . Em movimento, a comunicação com as rodas e a sensação de aderência à estrada são excelentes, enquanto o pedal do freio é um pouco áspero. Quando você solta o pé de uma só vez, o carro tende a travar as rodas em vez de apenas desacelerar.
Os modos de condução aqui foram renomeados como Modos de Experiência. E mudam significativamente o comportamento do Mini Countryman. Eles são Vívidos, Essenciais, Verdes, Atemporais, Equilibrados, Experimentais e Pessoais. Para o Mini Countryman SE ALL4 também está disponível o modo Go-Kart, que produz um som semelhante ao de um motor a jato tanto ao acelerar quanto ao frear ou desacelerar. E como o objetivo da Mini é produzir sempre carros divertidos, é uma boa forma de apreciar melhor um carro elétrico.