Esportivo em traje social
Virtus Exclusive tem a agressividade da antiga versão GTS com foco no requinte
por Hernando Calaza
Autocosmos.com/Argentina
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Com a versão Exclusive do Virtus, a Volkswagen buscou uma resposta interna à baixa recepção dos sedãs médios no mercado atual. A marca impulsionou o sedã médio Jetta, oferecendo apenas a versão esportiva GLI 350 TSI, e criou a versão Exclusive do Virtus, que combina luxo e potência – aproveitando até mesmo o tamanho maior do sedã compacto em relação aos rivais. A nova versão chegou junto com o face-lift promovido no ano passado com a função de substituir a versão esportiva GTS
com o mesmo motor 1.4 Turbo 250 TSi, com 150 cv e 25,5 kgfm.
Nessa remodelação, o Virtus ganhou capô mais estreito, para-lamas mais altos e grade menor. As luzes do Virtus mudam, não parecem mais ter marcado tanto o corte descendente nas extremidades e ainda acrescentam DRL delineado em formato de C. Um spoiler aparece na saia dianteira e a entrada de ar inferior ganha uma moldura que unifica todo o para-choque. O gráfico da lanterna traseira também muda e um spoiler aparece na borda do porta-malas. Tanto a frente quanto o verso apresentam os novos logotipos e tipografia da marca. O detalhe mais notável do Virtus Exclusive em relação ao Highline são as rodas, que variam de 17 a 18 polegadas. Outros detalhes têm a ver com o facto de todos os rebordos metálicos aqui ficarem pretos.
As linhas gerais da cabine permanecem as mesmas e não apenas no design. A qualidade dos plásticos não melhorou e as superfícies são desagradáveis ao toque. A aparência é sólida e a montagem precisa e firme, mas a falta de requinte chama a atenção em um modelo que custa salgados R$ 154.790. A paleta de cores é incolor: branco, prata, cinza e preto. Não é muito emocionante, mas melhora a percepção de qualidade.
A maior mudança do Virtus nesta versão topo de linha é a decoração clássica do console frontal, que agora recebe um revestimento em couro sintético de boa qualidade, com toque acolchoado que dá um toque mais luxuoso. São acompanhados de bancos do mesmo material com costura em diamante, inscrição “Exclusivo” nos encostos e soleiras das portas. Quase não há cromo em toda a cabine.
Nos bancos traseiros, o Virtus se destaca pelo espaço para as pernas, obtido ao compartilhar com o T-Cross a maior distância entre eixos oferecida pela plataforma MQB A0, 2,65 metros. Devido à silhueta típica de um sedã, com teto baixo, o espaço para quem está atrás é um pouco apertado. Entre as comodidades para a segunda fileira estão saídas de ar duplas direcionais e duas USB C. Aproveitando o bom alongamento traseiro dessa plataforma, o porta-malas do Virtus é profundo e também conta com encostos rebatíveis para objetos mais longos. Sob o piso há um sobressalente temporário medindo 185/60 R15, muito menos volumoso que o 205/45 R18 normal.
Como top model, o Virtus Exclusive é muito completo. Possui sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré, ar-condicionado digital, chave presencial para fechaduras e ignição e carregador de celular por indução. O conteúdo é muito parecido com o da versão Highline 200TSi, que custa R$ 12.800, mas acrescenta itens visuais mais refinados e até estofamento em couro e seletor de modo de direção, que interfere em parâmetros como som do escapamento, peso da direção, reação do motor. caixa de velocidades e acelerador.
O que mais chama a atenção é a segurança, com 6 airbags e estrutura resistente, testada pelo Latin NCAP. O Exclusive adiciona discos traseiros e controle de cruzeiro adaptativo, além de oferecer sensores de luz e chuva e iluminação full LED. Sinto que neste ponto do jogo e do nível do carro faltam alguns ADAS, como manutenção da pista.
Em relação à central multimídia, ainda faltam botões físicos na multimídia. De resto, o VW Play de 10 polegadas foi mantido no centro com espelhamento sem fio. Atrás do volante está o Active Info Display, o painel de instrumentos digital de 10 polegadas que possui diversas configurações gráficas, com muitos dados de fácil leitura, sempre presentes e configuráveis (fotos publicitárias).
Impressões de condução
Aparência de elite
Foi uma boa ideia trocar uma versão esportiva como o GTS por uma mais refinada, como o Exclusive. Até porque o visual não combinava com o visual: o Virtus GTS não oferecia um toque verdadeiramente esportivo. O Exclusive é mais honesto neste sentido, pois é um verdadeiro topo de gama com bom desempenho. Parece mais elegante que o GTS tanto por fora quanto por dentro.
O Virtus Exclusive tem direção, resposta da caixa de câmbio, sensação de freio e suspensão de um carro normal, nem muito duro, nem muito rápido ou afiado, mas também não é macio. O passeio é confortável, exceto pelo perfil baixo dos pneus, que não conseguem absorver os solavancos mais pronunciados, embora ofereçam altos níveis de aderência.
O motor 1.4 turbo, chamado de 250 TSi por causa de seus 250 Nm de torque, ainda é excelente, embora hoje seus 150 cv pareçam pequenos se comparados a outros motores com cilindradas ainda menores. Ao pisar no acelerador, o turbo lag é evidente e leva um segundo para decolar. Neste ponto, a caixa de velocidades automática começa a parecer lenta, embora não esteja. Assim que o carro decola, a transmissão é muito rápida.