Tuiuti (SP) – A indústria automotiva global tem séculos de existência. O primeiro automóvel do mundo, o “Benz Patent-Motorwagen”, surgiu há quase 140 anos na Alemanha sob o génio de Karl Benz, o pai do automóvel moderno, palavra que assumiu diferentes formas ao longo dos últimos 138 anos. o mundo. , graças ao avanço contínuo do setor.
A evolução do automóvel nos últimos 10 anos é igual, ou até maior, à observada nos 130 anos anteriores. A tecnologia embarcada está aumentando, seja para conforto ou segurança. Para se ter uma ideia, o cinto de três pontos só foi criado 73 anos depois do primeiro veículo e, no Brasil, só se tornou obrigatório mais 38 anos depois, em 1997.
Nos últimos 10 anos, vimos os veículos passarem de telas para modos automáticos (estacionamento e direção), com diversos itens de segurança e conforto. Uma marca que destaca claramente esta rápida evolução da indústria como um todo é a BYD. A empresa chinesa não tem nem 30 anos e só lançou seu primeiro carro em 2005. Aqui, como montadora, ele só chegou no final de 2021, ou seja, ainda estará três anos no Brasil.
A marca, que investe pesado no mercado brasileiro, “chegou” com o potente e moderno Tan e, desde então, lançou nada menos que 11 veículos. Mas vem falhando justamente naquilo em que apostou no início, uma lista de equipamentos não tão completa e moderna, como vimos em lançamentos recentes, com King, Song Pro e o mais recente deles, o Yuan Pro, de que trazemos agora as “Primeiras Impressões”.
Preços
Diferentemente dos dois últimos lançamentos da marca, o SUV elétrico de entrada chega ao Brasil em versão única. Custa a partir de R$ 182,8 mil e não tem concorrentes diretos, principalmente pelo valor. O preço é ainda mais baixo do que muitos dos SUVs compactos de combustão topo de linha disponíveis no mercado brasileiro.
Diretamente, hoje, existem outros dois SUVs compactos elétricos no Brasil, o caríssimo Jac E-JS4 (R$ 239.900) e o Peugeot E-2008 que, recentemente reformulado, ainda não tem preço oficial por aqui. Certamente, o maior rival do utilitário será o indireto e caseiro, o irmão Dolphin Plus, que custa R$ 184 mil e tem tudo que o Yuan deveria ter, exceto o status de SUV.
“Salto em altura”
O possível sucesso do Yuan Pro está na aposta da BYD no crescente segmento que, há 10 anos, domina o mercado brasileiro, o dos SUVs. A modelo foca nesse corpo para agradar o público. Um ponto interessante, que abordamos na matéria sobre seu lançamento, é que ele tem o visual mais diferenciado entre os modelos da marca no Brasil.
O design diferenciado dos irmãos começa na dianteira, que conta com uma espécie de airbump dividido em para-choque na cor preta e um filete na cor da carroceria. A dianteira também traz faróis cônicos e uma faixa cromada que conecta as duas bolhas e o logotipo centralizado na grade fechada. As laterais também têm visual próprio.
Os pilares C têm um design diferente, parte em preto brilhante (também visto no pilar B), parte na cor da carroceria, assim como os espelhos retrovisores. Ainda nas laterais, o Yuan Pro conta com airbumps na faixa inferior da porta. Na parte traseira, uma faixa luminosa conecta a lanterna LED. As rodas de 17 polegadas possuem design simples e elegante.
O visual interno é ainda mais diferente do de seus irmãos, principalmente do quase gêmeo Yuan Plus. Assim como no Dolphin, o acabamento interno segue a cor da carroceria e pode ser cinza, azul escuro, branco, rosa ou preto. Com design próprio, possui console central elevado, de dois andares, com boa posição para carregador de celular por indução.
O destaque, como sempre, fica por conta das telas digitais, com a já clássica central multimídia giratória, que no Yuan Pro tem 12,8 polegadas, e o painel de instrumentos de 8,8 polegadas e elegante manopla de câmbio. À primeira vista, o acabamento parece bem feito e mais sofisticado que o de seu principal rival, o Dolphin.
Apesar de ser um SUV, o espaço interno é menor que o do irmão, inclusive em números. O Yuan tem uma distância entre eixos de 2.620 mm, enquanto o Dolphin tem generosos 2.700 mm. Outro ponto negativo do utilitário é o porta-malas, ao olhar para o porta-malas a impressão é que ele é pequeno, ao ver os dados oficiais isso se confirma. São míseros 265 litros, três mochilas já estão cheias.
Fica aí…
A lista de equipamentos do Yuan Pro é tão curta que mal cabe em dois parágrafos. Em termos de segurança, vem com seis airbags, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera 360º, assistente de partida em subidas, controle de cruzeiro, monitoramento de pressão dos pneus, freio de estacionamento eletrônico e controles de tração e estabilidade.
Em termos de comodidade, a central multimídia com conexão sem fio via Android Auto e Apple CarPlay, o painel de instrumentos digital, carregamento de celular por indução, bancos dianteiros com ajuste elétrico, iluminação interna multicolorida, chave sensorial e abertura de portas por sistema NFC e ar digital condicionamento.
Não há itens como monitoramento de ponto cego, alertas e ajudas de frenagem e manutenção de faixa, nem controle de cruzeiro adaptativo. Não tem nem teto solar, saída traseira ou zona de ar extra. Mesmo sendo elétrico, custa mais de R$ 180 mil, deveria ter pelo menos alguns desses equipamentos, como o Dolphin Plus tem.
Mais do mesmo
A montagem eletromecânica do Yuan também é diferente daquela vista em outros modelos da marca. Mas se o design, principalmente o interior, se destaca em relação aos irmãos, o mesmo não ocorre com o motor. Com tração dianteira, a caixa de força gera apenas 177 cavalos de potência e 29,5 kgfm de torque, combinados com uma bateria de 45,1 kWh.
Assim, o Yuan tem um rumo honesto, porém, nada muito fora da curva. A aceleração é boa, mas também não inspira nenhum tipo de esportividade ou um estilo de direção mais agressivo. O acelerador responde bem o suficiente para garantir manobras seguras, como partida e retomada de velocidade e ultrapassagens.
Durante o lançamento, tivemos contato com o SUV de duas maneiras, na pista, em um autódromo particular no interior de São Paulo, e na rua com trechos sem asfalto. O que inclusive mostrou um comportamento interessante por parte dos chineses, algo ainda não visto nos modelos da marca por aqui.
Com o Yuan Pro, a BYD finalmente acertou o ajuste da suspensão. O sistema funciona de forma excelente, sem transmitir imperfeições do solo para a cabine. Mesmo nos trechos de terra, com muita brita, ele se comportou muito bem. É, de longe, a melhor parte do conjunto mecânico.
Na tomada
Como é habitual em lançamentos como este, não foi possível mensurar a autonomia do Yuan Pro. Segundo dados do PBEV do Inmetro, padrão brasileiro, ele deve percorrer 250 quilômetros com uma única carga. Contudo, foi possível constatar, no painel de instrumentos de algumas das unidades disponíveis na apresentação oficial, uma autonomia de cerca de 340 quilómetros.
Certamente, em cidades como Brasília, os dados serão mais positivos, devido à topografia. Em locais como Belo Horizonte, por causa dos morros, e São Paulo, pelo trânsito intenso, tende a ficar mais próximo do que foi divulgado pelo instituto brasileiro. O tempo de recarga é de cerca de sete horas para carregadores CA de até 6,6 kW/h e cerca de 40 minutos para pontos CC de até 60 kW/h.
A opinião do Diário Motor
O Yuan Pro chega para ser o SUV elétrico de entrada da BYD. Como a categoria é a preferida dos brasileiros, a marca aposta na carroceria para agradar o público, pois carece de equipamentos e até motorização, em comparação ao irmão Dolphin Plus, na mesma faixa de preço. Tecnicamente, não tem concorrentes diretos e pode “nadar” sozinho por um tempo.
A falta de um verdadeiro pacote Adas, com alguns auxílios à condução, e teto solar pode ser justificada pelo fato de ser elétrico e, mesmo assim, estar na faixa de preço dos SUVs compactos a combustão topo de linha. Se o equipamento tivesse o mesmo valor seria uma opção quase perfeita. Vale a pena testar com possível compra! Avaliação: 7,5.
Ficha Técnica
Motor: elétrico
Potência máxima: 177 cv
Torque máximo: 29,5kgfm
Transmissão: automático
Direção: elétrico
Suspensão: Suporte McPherson independente na dianteira e barra de torção na traseira
Freios: disco nas quatro rodas
Porta-malas: 265 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.675 x 1.830 x 4.310 x 2.620 mm
Preço: R$ 182.800
*Viagem convidada pela BYD