Nas ondas do rock
Edição Rock in Rio do Polo vence em equipamentos e visual
por Eduardo Rocha
Imprensa automática
Mais do que um artifício de vendas, a edição Rock in Rio do Polo pode ser vista como uma espécie de comemoração. O hatch compacto conseguiu instalar um carro da Volkswagen no topo do ranking do mercado brasileiro em 2023, com 111.242 unidades. Há uma década que isso não acontecia, desde 2013, quando o Gol G4 foi descontinuado. Em 2024, o modelo não só manteve a liderança entre os automóveis de passeio, como também ultrapassou a picape Fiat Strada e se tornou o carro mais vendido do país no primeiro semestre, com 59.073 emplacamentos.
E a marca não pode ser acusada de promover qualquer tipo de dumping: o Polo é simplesmente o hatchback compacto mais caro do mercado. O Polo Rock in Rio segue o mesmo ritmo e custa R$ 92.990 (R$ 94.640 com pintura metalizada), ou R$ 3.700 a mais que as versões de entrada Track e Robust. A base da edição Rock in Rio é a versão Track mais elementos decorativos, como pintura Ninja Black no teto e na faixa que atravessa a tampa traseira, maçanetas e retrovisores com acabamento em preto brilhante, calotas pintadas de preto e emblemas Rock . no Rio no capô, tampa traseira e faixas decorativas laterais. No interior, o nome do festival aparece no console frontal e na trama do tecido em relevo nos encostos de cabeça.
Além da decoração, o Polo Rock in Rio vem de fábrica com a central multimídia VW Play com seis alto-falantes, o que justifica grande parte do aumento de preço. Além disso, o modelo traz alguns equipamentos de segurança como airbags laterais e bloqueio eletrônico do diferencial, além de itens obrigatórios como luzes diurnas, ABS, controle de estabilidade e tração, airbag frontal, assistente de partida em subida e cintos de três pontos e encosto de cabeça para cinco ocupantes.
Há também ar condicionado, vidros dianteiros elétricos, direção elétrica, travas elétricas e chave com controle remoto. O volante multifuncional possui apenas ajuste de altura. Exceto pelo acabamento em preto brilhante no console dianteiro e nas maçanetas das portas, o acabamento segue o mesmo padrão do Polo básico, com bastante plástico rígido. Mas por se tratar de um modelo que nasceu com a missão de atuar nas faixas superiores do segmento, foram mantidas as qualidades próprias do projeto, como a arquitetura da suspensão, o isolamento da cabine e a ergonomia.
Sob o capô, o Polo Rock in Rio traz motor 1.0 MPI flex aspirado de três cilindros. O motor da família EA211 produz 77/84 cv nesta configuração com gasolina/etanol, com 9,6/10,3 kgfm de torque. É sempre gerenciado por uma excelente transmissão manual de cinco marchas, que direciona a potência para as rodas dianteiras.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor 1.0 aspirado de três cilindros do Polo Rock in Rio entrega seus 77/84 cv de potência de forma leve e ágil. Os 9,6/10,3 kgfm de torque também são capazes de empurrar 1.056 kg, principalmente após 2.500 giros. Em ambiente rodoviário é preciso fazer o motor gritar um pouco para ganhar velocidade rapidamente, enquanto no trânsito urbano não há problema de falta de vigor na hora de dar a partida e acelerar até 60, 70 km/h. A transmissão manual faz jus à tradição da marca e lembra um joystick, com engates curtos, precisos e suaves. Nota 8.
Estabilidade – O Polo tem suspensão firme, seguindo a tradição da marca. Isto garante uma direção agradável e precisa, com boa comunicação entre rodas e volante, mas prejudica o conforto diante de superfícies irregulares. O comportamento geral é bastante neutro nas retas e com pouca rolagem nas curvas. Nota 9.
Interatividade – Os comandos básicos estão todos nos lugares certos. A navegação através do computador de bordo é menos fácil de utilizar e nem sempre é fácil chegar aos dados pretendidos. As informações são compartilhadas entre a telinha do painel e a tela da central multimídia VW Play de 10 polegadas, que vem de fábrica nesta edição, com espelhamento de celular. Os instrumentos analógicos são fáceis de ler. Nota 8.
Consumo – O InMetro testou o Polo com motor MPI e câmbio manual e mediu médias de 9,4/10,8 km/l na cidade/rodovia com etanol e 13,7/15,2 km/l com gasolina, nas mesmas condições. Esses números representam uma ligeira melhora em relação ao modelo 2023 e mantiveram a nota A na categoria e B no geral. Nota 9.
Conforto – O conjunto de suspensão firme é suavizado por pneus 185/65 R15, que possuem parede lateral de 12 cm. Em pisos lisos, o passeio é suave e o ruído interno é mínimo. O motor MPI funciona silenciosamente e só está presente quando é acelerado acima de 4.000 rpm. O modelo oferece ajuste de altura do banco e do volante. Nota 7.
Tecnologia – Desde o seu lançamento, o Polo conta com airbags laterais, além dos frontais padrão. A plataforma MQB é rígida e leve. O motor 1.0 aspirado foi atualizado e ganhou eficiência sem comprometer o desempenho. Nota 8.
Habitabilidade – O Polo oferece espaço decente para quatro ocupantes, aproveitando sua boa distância entre eixos de 2,56 metros. Pernas e cabeças encontram uma boa área de movimento. Os bancos da versão são mais firmes e evitam o cansaço em viagens mais longas. O porta-malas de 300 litros é mediano para os concorrentes. Nota 8.
Finalização – A Volkswagen deu um pequeno furto no Polo Rock in Rio. Vários detalhes mostram o carinho da marca pela edição: pintura em Preto Ninja no teto e na faixa que atravessa a tampa traseira, maçanetas e retrovisores com acabamento em preto brilhante, faixa decorativa lateral, calotas pintadas de preto e emblemas do festival nos quatro cantos do modelo, no console dianteiro à frente do passageiro e um relevo em relevo nos encostos de cabeça. Além disso, há muito plástico duro e os tecidos de cobertura estão mais comprometidos com a durabilidade do que com o requinte. Os encaixes das peças são bem feitos. Nota 8.
Design – O design do Polo segue o padrão de design que a marca tem utilizado nos últimos anos, com linhas geométricas e vincos bem definidos no corpo. Na edição Rock in Rio, as intervenções conseguiram valorizar o design sem atrapalhar o produto. Nota 8.
Custo/benefício – Atualmente, o Polo básico custa mais que seus rivais diretos. Nesta Edição Rock in Rio, o modelo ganhou central multimídia e diversos detalhes decorativos, por mais R$ 3.700, chegando a R$ 92.990 (R$ 94.640 com pintura metalizada). É salgado para o segmento. Nota 6.
Total – O Volkswagen Polo Rock in Rio marcou 79 pontos em 100 possíveis.
Impressões de condução
Dinâmica de sucesso
O Polo Rock in Rio traz as mesmas qualidades e evita algumas deficiências do Polo Track, versão em que se baseia. As virtudes intrínsecas são a base para o desenvolvimento do modelo, que foi pensado para os mercados da Europa Central, e não periféricos, como é o caso de vários hatchbacks compactos produzidos no Brasil. Tanto que os únicos hatchbacks compactos a conquistar cinco estrelas no Latin NCap foram exatamente o Polo e o Chevrolet Onix. É fato que a Volkswagen lembrou o Polo para ser um modelo de entrada, interferindo principalmente no acabamento e nos equipamentos, mas exatamente esses dois aspectos foram aprimorados na edição do Rock in Rio.
A configuração traz de série a central multimídia VW Play, com tela de 10 polegadas, e diversos detalhes de acabamento que melhoram muito a impressão geral do carro: pintura preta no teto e na tampa traseira, capas dos retrovisores, maçanetas e calotas pretas. acabamento em preto brilhante no console dianteiro, tecido com identificação da edição gravada nos encostos de cabeça e logotipo do festival no capô, tampa traseira e listras laterais. E embora tenha apenas os recursos essenciais, como ar, direção, travas e vidros elétricos dianteiros – retrovisores e vidros traseiros são acionados manualmente – é agradável de conviver.
Sob o capô, o motor 1.0 de três cilindros aspirado com 77/84 cv e 9,6/10,3 kgfm de torque é bastante responsivo e conta com transmissão manual bastante refinada, com engates precisos e agradáveis. No geral, o hatchback compacto apresenta uma dinâmica sólida e uma condução consistente. O Polo também combina a estabilidade oferecida pela plataforma MQB e a suspensão bastante justa, com excelente controle dos movimentos da carroceria, com pneus com lateral de 12 cm (185/65 R15), que ameniza irregularidades sem comprometer a estabilidade.
Ficha de dados
Volkswagen Polo Rock in Rio
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³, aspirado, com três cilindros em linha, duplo comando de válvulas no cabeçote e quatro válvulas por cilindro. Acelerador eletrônico e injeção direta de combustível.
Transmissão: Transmissão manual com cinco marchas à frente e uma marcha à ré. Tração dianteira. Possui controle eletrônico de tração com bloqueio eletrônico do diferencial.
Potência máxima: 77/84 cv a 6.450 rpm com etanol/gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,4/13,8 segundos (etanol/gasolina).
Velocidade máxima: 166/169 km/h (gasolina/etanol).
Torque máximo: 9,6 kgfm a 4 mil rpm (gasolina) e 10,3 kgfm a 3 mil rpm (etanol).
Furo e curso: 74,5 mm X 76,4 mm. Taxa de compressão: 11,5:1.
Suspensão: Dianteira tipo McPherson independente, com triângulos inferiores e amortecedores hidráulicos. Traseira por eixo interdependente com braços longitudinais com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos. Oferece controle eletrônico e estabilidade.
Freios: Discos na dianteira e tambores na traseira.
Pneus: 185/65 R15 sobre rodas de aço.
Corpo monobloco Hatch com quatro portas e cinco lugares. Medindo 4,08 metros de comprimento, 1,75 m de largura, 1,47 m de altura e distância entre eixos de 2,56 m. Oferece airbags frontais e laterais como padrão.
Peso: 1.056 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 300 litros.
Tanque de combustível: 52 litros.
Produção: Taubaté, São Paulo.
Preço da edição Rock in Rio: R$ 92.990.
Preço completo: R$ 94.640.
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