Fora de estrada seletivo
Versão raiz do Bronco chega à Argentina, mas dificilmente chegará ao Brasil
por Hernando Calaza
Autocosmos.com/Argentina
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Na América do Sul, a Ford mantém um relacionamento especial com o mercado argentino. Mesmo produzindo no Brasil, a marca americana sempre fabricou por lá os modelos mais sofisticados. Ainda hoje, tendo-se tornado um simples importador, tem uma gama muito mais completa no país vizinho. Aqui, além da Ranger Argentina, estão Mustang, Maverick, Bronco Sport, F150 e Territory. Lá, além desses – com mais versões, aliás –, há também o Kuga e agora acaba de pousar o Bronco, considerado um aventureiro raiz, com chassi, eixo traseiro sólido, redutor e muita resistência para o fora da estrada.
O Bronco vendido na Argentina é a versão Wildtrack com motor 2.7L V6 turbo e pacote Sasquatch que inclui elementos relacionados à família Raptor, como amortecedores Fox, suspensão de alumínio e rodas padrão off-road 315/70 calçadas em rodas de 17 polegadas. com beadlock – um aro de reforço aparafusado às rodas. O Bronco utiliza chassi derivado do Ranger Raptor, mas com abordagem mais voltada para trilhas, com maior distância ao solo e melhores ângulos de aproximação e saída. Obviamente, também possui bloqueios de diferencial e eletrônica aplicada a diferentes modos de terreno.
Os números são verdadeiramente impressionantes. O ângulo de aproximação é de 43,2°, o ângulo de saída é de 37°, o ângulo ventral é de 26,3°, com 29,3 cm de distância ao solo, suspensão dianteira com curso de 23,1 cm e suspensão traseira com 25,1 cm. Tudo isso é ótimo fora de estrada, mas quando não, o que acontece na maioria das vezes, cria um manuseio menos preciso. Especialmente em comparação com SUVs modernos.
Uma das qualidades desta nova geração de SUV da Ford é que recupera o estilo do original de 1966, incluindo as linhas retas, as duas saliências nas laterais do capô e o friso que une as duas luzes redondas. Os elementos modernos incluem iluminação LED e muitos elementos off-road, como rodas, pára-lamas removíveis, pára-choques de ferro com ganchos de reboque e alargamentos laterais generosos.
O espírito de liberdade é completado pelo teto facilmente removível sobre as duas fileiras de bancos (são necessárias ferramentas para a cúpula traseira) e pelas portas removíveis, que obrigam a colocar os controles do elevador de janelas no console central e fixam os espelhos no console central. base da coluna frontal.
O estilo retrô continua na cabine, com a enorme tela plana e para-brisa reto. Os plásticos parecem mais focados na resistência do que no refinamento, incluindo um revestimento de borracha onde normalmente estaria o couro. A parte mais questionável é a decoração, que parece de qualidade inferior. Os bancos são confortáveis e o porta-malas é amplo, aproveitando que o estepe fica pendurado na porta traseira, que se abre em duas partes, a parte inferior gira para a direita e o vidro inclina para cima. Com os encostos traseiros rebatidos, abre-se uma grande área de carga. O toque final é uma série de potros de chutes distribuídos por dentro e por fora do modelo.
Em termos de equipamentos, os destaques ficam para o estofamento em couro, bancos dianteiros elétricos e aquecidos, carregador sem fio, abertura e ignição sem chave e diversos outros itens. Em termos de segurança, o Bronco conta com seis airbags, quatro freios a disco e a série de ADAS que a Ford costuma incluir em seus produtos, com duas exceções: o controle de cruzeiro adaptativo não é Stop & Go e desliga abaixo de 30 km. /A manutenção da faixa não tem centralização. Além disso, toda a assistência funciona corretamente.
A instrumentação do Bronco é estranha, um híbrido com velocímetro analógico e tela digital quadrada. O equipamento multimédia é colossal, com mega ecrã de 14 polegadas e navegador próprio, barra lateral para informações extra e possibilidade de utilizar Android Auto ou CarPlay com espelhamento sem fios em parte do ecrã ou em toda a sua extensão. Ele completa um aparelho de som assinado pela B&O. Obviamente, tudo isso tem um preço: corresponde a R$ 770 mil, ou quase três vezes o valor do Bronco Sport.
Impressões de condução
Força bruta
A receita é boa para off-road: chassi robusto, rodas gigantes, ótima distância ao solo. A cabine do Ford Bronco oferece acomodação correta, com diversas regulagens de assento e volante. Pelo para-brisa largo e vertical, o capô alto e reto chama a atenção. A visibilidade é boa e os retrovisores são grandes, embora o direito esteja ligeiramente encoberto pelo pilar dianteiro. São recarregadas as quatro câmeras que, dependendo do modo de condução, oferecem até orientação sobre para onde vão as rodas dianteiras.
Ao pressionar o botão de ignição, o turbo V6 2.7L gera um rugido bonito e forte. Ao se movimentar, o Bronco dá um solavanco inicial, como ocorre em picapes com muito torque. A caixa de 10 marchas é responsável por escolher a melhor para movimentá-lo. O Bronco é grande e largo, mas você pode usar as tiras do capô para se orientar. Por outro lado, a direção parece um pouco pesada e lenta. Além disso, vibra um pouco, como os antigos veículos off-road.
Na estrada, o Bronco não flutua, mas também não tem a postura de um SUV atual. Além de muito alto, possui eixo traseiro rígido e, acima de tudo, rola sobre um enorme perfil de borracha. A 120 km/h, o V6 anda tranquilo, mas a cabine faz barulho, seja por causa da banda de rodagem do pneu ou por causa do teto, que não consegue ser totalmente hermético. O motor V6 produz 335 cv e 57,4 kgfm, nada menos que os 397 cv e 59,5 kgfm de torque da Ranger Raptor e com peso semelhante de 2.041 kg.