Novos conceitos
Audi Q6 e-tron, que chega ao Brasil em 2024, inova em estética e dinâmica
por Ricardo Beristáin Martínez
Autocosmos.com/México
Exclusivo no Brasil para Auto Press
A Audi escolheu a cidade de Bilbao, na Espanha, para a primeira apresentação do SUV 100% elétrico Q6 e-tron. Para os padrões brasileiros, é um modelo de médio-grande porte que vai competir de frente com os conterrâneos Mercedes-Benz EQE e BMW X1. Pelo menos no lançamento, a Audi adotou uma política um pouco mais agressiva em relação ao preço, que está quase 10% abaixo dos seus rivais diretos. O preço inicial do Q6 e-tron é de 77.400 euros, em comparação com 84.200 euros do iX e 84.900 euros do EQE. No Brasil, o modelo deve chegar ao mercado no último trimestre de 2024 com preços em torno de R$ 650 mil.
Com o Q6 e-tron, a Audi adota uma nova forma de nomear seus modelos, deixando números pares para versões 100% elétricas e números ímpares para veículos com motor de combustão interna, híbridos ou não. Essa mudança deve afetar SUVs como o Q2 e Q8 com motores a combustão e sedãs A4, A6 e A8 assim que novas atualizações chegarem. Além da nova nomenclatura, o Q6 e-tron é o primeiro modelo da marca a utilizar o PPE (Plataforma Elétrica Premium), desenvolvido em conjunto com a Porsche, e que também é a base do novo Porsche Macan EV.
O crossover da Audi também é responsável por inaugurar algumas novidades na linguagem de design da marca. Na dianteira, destaca-se o conjunto de luzes divididas, com LEDs diurnos e de posição colocados na parte superior e faróis principais logo abaixo, na parte central do para-choque. Destaca-se também a grande grade frontal, marca clássica da fabricante alemã, com trama em formato de favo de mel e sem abertura.
A traseira também recebeu novos elementos de design. As lanternas horizontais são conectadas por uma barra iluminada que percorre toda a largura do corpo. Esta solução torna o visual do SUV elétrico mais musculoso. O modelo também possui assinatura digital ativa, com gráficos de iluminação que podem ser personalizados por meio de um aplicativo para smartphone.
Em termos de dimensões, o SUV foge um pouco dos padrões da categoria. Mede 4,77 metros de comprimento, 1,99 m de largura e 1,64 m de altura. Em termos de comprimento, o Audi SUV é 6 cm mais curto que o Mercedes e 18 cm mais curto que o BMW. A distância entre eixos, de 2,89 m, também é cerca de 10 cm menor que a do EQE e do iX. Ainda assim, o espaço interior do Q6 é bastante generoso, principalmente no banco traseiro.
Ao entrar na cabine, é notável a evolução no design da marca. O painel de instrumentos digital tem tela de 11,9 polegadas, enquanto a central multimídia tem 14,9 polegadas. O modelo conta ainda com head-up display com realidade aumentada e uma terceira tela, de 10,9 polegadas, para o passageiro dianteiro. O conjunto se chama Digital Stage e exigiu o desenvolvimento de uma rede de transmissão de dados totalmente nova.
A percepção de qualidade está à altura do que se espera de uma marca como a Audi. Materiais de alta qualidade, boa montagem, conforto e elegância. Você pode escolher entre três tipos de assentos com diferentes revestimentos, desde o tecido tradicional até o couro Nappa. Um ganho em usabilidade é que agora os controles do ar condicionado não são mais controlados pela tela e passam a ser novamente por botões físicos. Finalmente, a iluminação ambiente em toda a cabine é configurável.
Em termos de motorização, o Q6 e-tron possui três configurações. O nível de entrada produz 225 kW (306 cv) com torque de 49,4 kgfm e tração traseira. Ele vai de zero a 100 km/h em 6,7 segundos, com velocidade máxima de 210 km/h e autonomia média WLTP de 596 km. A versão intermediária, que deve ser escolhida para o Brasil, gera 285 kW (382 cv), com 59,2 kgfm e tração integral, com zero a 100 km/h em 5,9 segundos e velocidade máxima de 210 km/h. O alcance médio é de 582 km. O motor mais potente, também com tração integral, tem potência de 380 kW (510 cv), mas torque e autonomia são os mesmos da versão intermediária: 59,2 kgfm e 582 km. No entanto, é cada vez mais rápido: de zero a 100 km/h em 4,3 segundos e velocidade máxima de 230 km/h.
Estratégia própria
Cada uma das três marcas de luxo alemãs adotou uma abordagem diferente ao mercado de SUVs totalmente elétricos. A linha Q da Mercedes começou com o EQC de médio porte, depois vieram os compactos EQA e EQB, seguidos pelos grandes EQS e, mais recentemente, pelo médio-grande EQE. A linha BMW i estreou entre os SUVs elétricos com o iX3 de médio porte, seguido pelo iX médio-grande e pelos compactos iX1 e iX2. A Audi iniciou a linha de SUVs e-tron com o grande Q8, passou para o compacto Q2, depois para o médio Q4 e finalmente chegou ao médio-grande Q6 e-tron.
Num mercado tão incipiente como o dos carros elétricos, a evolução da tecnologia ocorre em ritmo acelerado. Em outras palavras: um modelo pode apresentar sinais de obsolescência após pouco tempo de comercialização. Ao mesmo tempo, os lançamentos mais recentes têm a vantagem de abrigar soluções mais atualizadas. Neste ponto, o Q6 e-tron e o EQE têm vantagem sobre o iX. A desvantagem disso é a possibilidade de os carros 100% elétricos terem se tornado quase descartáveis.
Primeiras impressões
Alta direção
As estradas de Bilbao permitiram-nos ver a grande dinâmica de condução do Audi Q6 e-tron. O novo eixo dianteiro apresenta braços de controle na frente dos braços de suspensão e direção fixada ao chassi auxiliar. Essa nova engenharia tornou o comportamento dinâmico do SUV extremamente ágil, com direção bastante comunicativa.
Obviamente, essas qualidades são muito apreciadas quando se tem tanta potência quanto a versão intermediária avaliada, com 382 cv, torque de 59,2 kgfm e tração integral. O pacote oferece um prazer de condução inesperado na estrada. A aceleração é vigorosa e o zero a 100 km/h em 5,9 segundos e a velocidade máxima de 210 km/h, embora não verificada devido às limitações da estrada, são bastante condizentes com a proposta do modelo.
O Q6 e-tron é o primeiro SUV elétrico produzido na sede da Audi, em Ingolstadt, e com ele a marca alemã quer mostrar que é possível aliar luxo, performance e sustentabilidade, para responder às expectativas de um mercado em que a importância da a eletricidade da mobilidade cresce a cada dia.