Realinhamento estético
Hyundai lança no Chile o Creta reestilizado, que chega ao Brasil no final do ano
com Jorge Beher
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Há algum tempo, a Hyundai aposta em designs arrojados para chamar a atenção para seus modelos. Na maioria das vezes, o risco compensa e realmente faz com que os carros da marca se destaquem da multidão. Mas de vez em quando os modelos sofrem alguma rejeição. Foi o que aconteceu com a segunda geração do HB20, que logo passou por uma reformulação. Episódio semelhante ocorre com a reestilização implementada em 2021 no SUV compacto Creta. A tal ponto que até hoje, três anos após a mudança, o modelo com design original, lançado em 2016, continua na linha para sustentar as vendas.
Agora, a Hyundai pretende promover uma nova reestilização, para completar uma etapa final desta geração, que deverá ser substituída em 2026, como a linha 2027. A ideia é fazer uma pequena intervenção, que afetará basicamente a dianteira – principal foco da rejeição do SUV. Essa mesma versão já é vendida na América Latina, como no México e mais recentemente no Chile.
Por fora, o Creta segue o estilo do HB20, com grade paramétrica, com motivos geométricos, e mantendo a atual organização do conjunto de iluminação do Creta, com lanternas e luzes diurnas na parte superior e faróis principais na faixa central do para-choque .
Na traseira, a única mudança foi na moldura na parte inferior do para-choque. As dimensões permaneceram praticamente inalteradas: ganhou 2 cm de comprimento, medindo 4,32 metros, mas manteve largura de 1,79 m, altura de 1,63 m e distância entre eixos de 2,61 m. O porta-malas comporta 422 litros de bagagem.
Na Índia, o Creta recebeu outra reformulação mais radical, que chegou a ser cogitada para o mercado brasileiro. Porém, o redesenho adotado no Chile tem a vantagem de exigir menos investimento – o indiano até trocaria partes da carroceria – e é uma clara melhoria em relação ao primeiro face-lift e ainda mais atraente que o primeiro Creta vendido no Brasil.
Por dentro, o SUV apresentado no Chile perdeu o acabamento bicolor e passou a ser monocromático. O design interior é simples mas atraente e a Hyundai não quis alterá-lo. A única mudança na versão vendida no Chile é a tela widescreen de 8 polegadas da central multimídia, que é mais alongada. Em relação aos espaços, o carro tem boa área para os ocupantes, mas não há muitos compartimentos de armazenamento – exatamente como o Creta vendido no Brasil.
A posição de pilotagem continua confortável e os bancos melhoraram a ergonomia, embora ainda sejam um pouco menores que os dos modelos rivais. O volante é ajustável em dois eixos, revestido em couro, multifuncional, iluminado e possui paddle shifters. O painel de instrumentos digital foi agora adotado em toda a gama. Possui tela de 10,25 polegadas e gráficos modernos e atraentes.
Impressões de condução
Modesto
No Brasil, não são esperadas mudanças na gama de motores. O modelo deve manter o motor 1.0 turbo flex de três cilindros, com 120 cv e 17,5 kgfm, tanto com etanol quanto com gasolina, para a maioria das versões. O motor 2.0 aspirado flex de quatro cilindros, que gera 157 cv e 19,2 kgfm com gasolina e 167 cv e 20,6 kgfm com etanol, deve ficar reservado para a versão top – o antigo motor 1.6 aspirado apenas equipa o modelo com design antigo. Ambos respondem bem à vocação natural do Creta, que é servir como um crossover que ofereça bom comportamento no ambiente urbano e na rodovia.
Afinal, ninguém vai tentar sair da estrada com o SUV da Hyundai. Claro que hoje existem muitas marcas que já possuem motores turbo muito mais modernos e potentes, mas o Creta não é dinamicamente pretensioso. É um carro correto para quem não gosta de carros e não se interessa ou não presta atenção no que acontece embaixo do capô, desde que funcione e te leve com calma do ponto A ao ponto B.
O chassi é eficiente, equilibrado e coeso. Exatamente por isso, impactos curtos, como buracos e olhos de gato são bem sentidos no interior. Como os plásticos são duros, essas saliências secas acabam se recuperando. A direção é correta, um pouco leve, mas confortável e fiel. Os freios oferecem uma sensação um pouco mais responsiva do que é comum entre seus rivais.