Em julho de 1979, ou seja, há 45 anos, a Fiat revolucionou o mercado brasileiro e mundial ao apresentar o primeiro veículo produzido em massa movido exclusivamente a álcool, o 147. Logo o modelo foi carinhosamente apelidado de “Cachacinha”, devido ao odor característico emitido pelo escapamento.
O modelo é considerado um marco importante para a engenharia automotiva brasileira, que intensificou o foco no desenvolvimento de tecnologias para veículos mais eficientes e menos poluentes, como o álcool, que desde 2009 é chamado de etanol.
“O 147 é um ícone que marcou a vida de milhares de brasileiros. Mais do que isso, fez história na indústria automotiva ao ser o primeiro modelo produzido em série com motor a etanol no mundo. Seu legado continua até hoje com a tecnologia de motores flex, presente na maior parte da frota brasileira de veículos leves”, destaca Alexandre Aquino, vice-presidente da Fiat para a América do Sul.
Reconhecido pelo pioneirismo na indústria automotiva, o 147 foi o primeiro modelo fabricado no Complexo Automotivo de Betim, em 1976. Na época, trouxe uma série de inovações, como motor posicionado transversalmente, coluna de direção retrátil, pneus radiais , para-brisa em vidro laminado e estepe no interior do compartimento do motor, aproveitando melhor o espaço.
A história do 147 movido a etanol começou em 1976, quando começaram as pesquisas e o desenvolvimento do motor. Com a primeira crise do petróleo, iniciada em 1973, governos e fabricantes de automóveis de todo o mundo começaram a buscar soluções para reduzir o consumo de derivados de petróleo, como a gasolina.
No caso do Brasil, o Governo Federal instituiu o programa ProÁlcool (Programa Nacional do Álcool) em 1975 com incentivos à produção de etanol a partir da cana-de-açúcar.
“O etanol se consolidou como protagonista no processo de descarbonização do país por ser um combustível extremamente eficiente em termos de emissões quando se considera o ciclo de vida completo do automóvel.”
Ainda em 1976, a primeira participação aconteceu no Salão do Automóvel de São Paulo, quando a marca exibiu um protótipo do 147 movido a etanol com dezenas de milhares de quilômetros rodados. No ano seguinte, foi realizado o aperfeiçoamento técnico do produto e produzidas novas unidades, que foram submetidas a diversos testes.
Em setembro de 1978, um 147 realizou o que seria o teste definitivo para a criação do primeiro motor brasileiro a etanol: uma viagem de 12 dias e 6,8 mil quilômetros pelo país, com média de mais de 500 quilômetros por dia, três mil quilômetros por variações terrestres e climáticas superiores a 30 graus.