O primeiro dos produtos incluídos no plano de investimentos de R$ 1,2 bilhão para modernizar a fábrica de Gravataí (RS) será, como esperado, um SUV compacto inédito que será baseado no Onix, ou seja, menor que o atual Tracker. O novo modelo está previsto para 2026. O que se espera é uma versão básica flex híbrida com alternador e motor de partida integrados, além de uma pequena bateria auxiliar.
O GMB estava convencido, ao entrevistar os clientes, de que a mudança direta para carros elétricos no Brasil levará tempo devido ao alto preço e a uma rede de carregamento incompleta. Um híbrido completo para veículos maiores, como Tracker, Montana, S10 e Trailblazer, deve chegar em uma segunda etapa.
Fábio Rua, vice-presidente da GM, afirmou que o novo produto (não disse que se tratava de um SUV) está sendo desenvolvido pela equipe de engenharia da empresa, líder mundial neste projeto. Será exportado para países da América do Sul e México. No Brasil, terá como alvo principal o Kardian, o Pulse e, em breve, o modelo equivalente da VW.
Outra atualização esperada, segundo o site Autos Segredos, é a injeção direta de combustível no motor de combustão interna. Até agora, a Chevrolet era uma das poucas marcas a manter a injeção multiponto no duto de admissão por considerá-la uma solução de menor custo e suficiente. Porém, o tempo mostrou que esta é uma mudança viável e necessária aos olhos do mercado. Este novo SUV deve estrear agora.
No total, a empresa americana investirá R$ 7 bilhões no Brasil entre este ano e 2028 na renovação de seus modelos, introdução de tecnologias avançadas e agregação de novos negócios.
As vendas aumentam, mas as importações aumentam
O Brasil está perdendo a batalha da balança comercial entre exportações e importações de veículos. Nos últimos anos, desde 2015, o país sempre obteve superávit, principalmente em 2017. Mas este ano, o crescimento das importações superará as exportações, segundo projeções da Anfavea. Esta é uma combinação prejudicial. Para manter o nível de emprego na indústria automóvel, as exportações devem compensar as importações. Se o balanço for superavitário, melhor ainda.
No final do primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período do ano passado, a produção total de veículos ligeiros e pesados aumentou apenas 0,5%. Passou de 1.132 para 1.138 milhões de unidades. De janeiro a junho de 2024, as exportações caíram 28,3% e as importações subiram muito mais: 37,7%. O mau resultado contrastou com o aumento constante das vendas internas (varejo e atacado; leves e pesados), na soma de veículos nacionais e importados, que subiram 14,6%.
Na realidade, o aumento das importações – nada contra, ainda que de forma prudente – deveu-se aos automóveis eléctricos e híbridos, além de se concentrar nas marcas chinesas. Os híbridos convencionais e plug-in (um total de 4,5%) e os veículos elétricos (2,9%) representaram ainda uma parcela muito pequena das vendas de veículos ligeiros no primeiro semestre deste ano.
No entanto, a Anfavea defende a devolução imediata do imposto de importação de 35% para veículos elétricos e híbridos, sem a escalada em curso de 2024 para 2026. Será difícil para o governo voltar atrás no que foi estabelecido.
A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) reúne hoje 10 marcas entre as 50 que atuam no mercado brasileiro de veículos leves e pesados e máquinas, sem incluir motocicletas.
Marcelo de Godoy, presidente da Abeifa, afirma que “medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são sempre ineficazes e prejudiciais a toda a cadeia automotiva”. O mesmo discurso simplista de sempre. Ele está certo em um ponto: “Além disso, poderia prejudicar as relações com um parceiro comercial importante para o Brasil, como a China”.
A BYD é, de longe, o maior membro da entidade em termos de vendas no primeiro semestre do ano: 32.572 unidades, 71%. A GWM vendeu menos, mas não aderiu. Mas o otimismo vai além disso. A empresa chinesa já previa vender 120 mil unidades este ano e depois corrigiu para 100 mil. Mas a Abeifa projeta 94 mil veículos cadastrados das 10 marcas em 2024. Um dos dois estará errado.
BYD avança com plug-in híbrido Song Pro
O SUV de médio porte da fabricante chinesa tem seu estilo atraente e seu trem de força a seu favor. O sistema híbrido plug-in a gasolina também é uma vantagem que se reflete no baixo consumo de combustível. No entanto, a autonomia média declarada de até 1.100 km refere-se ao antigo padrão europeu NEDC que foi abandonado por mal refletir a realidade e caiu em desuso a partir de 2017. Não adianta continuar a citá-lo.
De acordo com a norma brasileira NBR 7024, revisada e utilizada pelo Inmetro, a autonomia média é de 780 km, mas na prática pode ser um pouco melhor com a bateria totalmente carregada e o tanque cheio de 52 litros.
Por outro lado, uma característica muito interessante relatada pela BYD é a eficiência térmica de 43% do pacote, comparável aos melhores motores diesel. O Song Pro, na versão top GS que possui bateria maior (18,3 kW·h), entrega 235 cv e 43,8 kgf·m ao combinar, segundo a fábrica, motor a gasolina de 98 cv e 12,4 kgf·m para o veículo elétrico de 197 cv e 30,6 kgf·m. Vale lembrar que o torque combinado tecnicamente não pode ser medido em aplicações no mesmo eixo, embora a BYD insista.
A aceleração de 0 a 100 km/h em 7,9 s comprova desempenho muito melhor que o híbrido não plugável Corolla Cross limitado pelo motor flex de apenas 101 cv (etanol)/14,1 kgf·m associado a motor elétrico de 72 cv e 16,6 kgf ·m com uma potência combinada de apenas 122 cv.
Isso ficou claro na primeira breve avaliação nas ruas de São Paulo. O SUV chinês tem ótimo desempenho. Mas ao partir da paralisação há um certo atraso na resposta do acelerador, sem aquela reação fulminante dos carros elétricos. O silêncio impressiona
placa com janelas frontais de dupla camada para isolamento acústico. Porém, ao dirigir em asfalto irregular ou passar por lombadas, as suspensões carecem de ajuste fino.
Ele também se destaca pelo espaço interno com distância entre eixos de 2.712 mm, um pouco menor que a do Song Plus. Os passageiros do banco traseiro, além do piso plano, contam com regulagem de encosto. Os bancos dianteiros são confortáveis e o banco do condutor é ajustável eletricamente (apenas GS). O porta-malas oferece 520 litros, mas não traz estepe e perde espaço por conta de uma mala contendo carregador de bateria portátil e seus cabos.
Preços: R$ 189.800 (GL) e R$ 199.800 (GS).