Mais dois fabricantes anunciaram que estão a rever os planos para a eletrificação total da sua gama num futuro próximo. Porsche e Ford foram as empresas mais recentes a dar um passo atrás nesta questão.
Em entrevista ao site Autocar, Marin Gjaja, diretor de operações da divisão de veículos elétricos da Ford, afirmou que o plano de eletrificação da marca era muito ambicioso. Na Europa, a marca planejava ser 100% elétrica até 2030, mas já estuda uma mudança de planos.
“Acho que os clientes votaram e nos disseram que era muito ambicioso, é o que eu diria – e acho que todos na indústria descobriram isso da maneira mais difícil. Eu diria também que a realidade tem um jeito de fazer você ajustar os planos”, declarou o executivo.
A União Europeia está a pressionar fortemente para que as emissões poluentes dos automóveis sejam reduzidas. A partir de 2035, nenhum carro novo vendido no bloco poderá emitir poluentes. Porém, há esforços para flexibilizar as regras e permitir o uso de combustíveis sintéticos que não emitam poluentes.
Falando em combustível sintético, a empresa que mais aposta nesta tecnologia é a Porsche, que também vê os objetivos traçados no passado como difíceis de alcançar. Segundo um porta-voz da empresa, “a transição para carros elétricos está demorando mais do que pensávamos há cinco anos”, declarou em entrevista à Reuters.
Apesar disso, a marca ainda acredita que pode cumprir o seu objetivo, pois em breve terá um Taycan, Macan e 718 totalmente elétricos e ainda a próxima geração do Cayenne com um representante exclusivamente elétrico. Portanto, se para 4 destes carros a marca vender um 911 a combustão, a meta será alcançada.
Veja uma galeria de fotos do Porsche Macan 100% elétrico
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Versão “4” tem tração nas quatro rodas, mas não tem teto solar Divulgação
A Porsche não divulgou dados de distância entre eixos, mas o Macan EV não parece muito espaçoso Divulgação
Renault espera flexibilidade nas leis
Segundo Luca de Meo, CEO da Renault, a baixa procura por carros elétricos poderá obrigar o parlamento da União Europeia a rever as regras sobre a proibição dos modelos a combustão a partir de 2035.
“Precisamos de mais flexibilidade no calendário. Porém, poderia ser um erro estratégico gravíssimo abandonar o objetivo por causa de um mercado lento”, declarou o executivo.